Oito anos se passaram.Tanto tempo se passou... Minha vida seguiu depois da muralha "Frederik" me abalar e me desmoronar. Eu perdi quatro quilos depois daquele dia terrível, fiquei um bom tempo trancafiado no meu quarto chorando como uma donzela esperando seu príncipe voltar em seu cavalo branco. Como eu sou patético! Meu coração nunca se esqueceu daquele dia de primavera, mas ele ficou longe... Longe da minha vida. Então o esqueci na minha mente conturbada com o tempo... Ou ao menos tentei.Voltando uniformizado para casa, antes de abrir a porta, reparo um carro do ano estacionado na calçada ao lado. Quando o motorista sai do carro, um homem de terno preto e óculos escuros olhava para mim.Não podia acreditar...Seria ele? Frederik voltou depois de todos esses anos?Desci depressa os degraus da varanda e gritei por seu nome:_F – FREDERIK... É VOCÊ?_Dominick é você cara? Ainda estávamos distantes até que ele retirou os óculos escuros, ergueu os braços e me chamou:_Vem cá meu, me da um abraço!Reconheceria aquele rosto angelical em qualquer lugar, em qualquer idade. Eu finalmente o abracei sorridente e tudo veio à tona, o acanhamento, a timidez, o frio na barriga assustador que me corroia quando eu estava com ele._Como estão às coisas em Santa Catarina? Tentei puxar um assunto casual._Bem... Não muito boas. Eh... Domi, quer dizer Dominick. Você não quer ir comigo lá em casa bater um papo?_Poxa, adoraria. E seu pai como está?_É... Bem, ele foi resolver umas coisinhas e não volta hoje. Acho que só na segunda.Nós dois entramos na casa. Eu retirei a mochila colocando-a do meu lado e me sentei devagar como se estivesse em um lugar diferente, como se estivesse com um desconhecido, havia tanto tempo, que nem reconhecia mais aquele lugar. Enquanto isso Frederik seguia á cozinha para pegar algo para beber._Quer uma cerveja?_Não obrigado. Eu não bebo.Ao voltar da cozinha ele trouxe um copo de suco de laranja enquanto tomava um gole de sua cerveja long-neck, em seguida perguntou:_E aí Dominick, está com quantos anos?_Dezoito e você?_Vinte e um. Frederik se jogou no sofá de dois lugares afrouxando sua gravata e já sem terno então levou novamente a cerveja a boca. _ O que tem feito da vida?_Bem, eu estou fazendo um curso preparatório para mais tarde ir á faculdade. E você?_Humpft... Eu estou voltando de viagem, depois de vir do enterro de minha mãe, e vim pegar alguns pertences meu e do meu pai. Resumindo, estou pensando em vender essa casa até o fim de semana para minha amiga que acabou de se casar._O quê... Sua mãe morreu? Como ele consegue dizer tudo isso com tanta tranquilidade e frieza?_Sim antes de ontem. E vamos morar eu e meu pai em Blumenau, na casa de Santa Catarina.Ele não tinha mais emoção nas suas falas, era seco, frio e bem distante. Porém continuava perfeitamente lindo, muito mais que antes, agora já com cabelo cortado e barba a fazer com um corpo másculo forte e alto._Nossa que vida corrida. Eu sorri para tentar quebrar o gelo._Pois é... Mas na verdade eu só vim aqui por apenas um motivo Dominick!_Qual?_Você! Ele me olhou tão intenso, que eu pensei ser um pedaço de carne e ele o leão feroz faminto.Frederik se jogou no meu sofá, me segurando pelo queixo e me beijou como sempre inesperado, sufocante, só que dessa vez muito melhor. Eu não consegui evitar, esperei novamente por esse beijo durante oito anos e cinco meses. Logo retirei sua gravata e desabotoei sua camisa. Foi tudo muito rápido. Em um lance apenas estávamos no esfregando no sofá como dois animais, retirávamos nossos sapatos com os próprios pés, estava maravilhoso aquele amasso e nós queríamos muito mais. Pena que seu corpo enorme em cima de mim estava me esmagando e tirando o ar, logo exclamei:_Fred, por favor... O sofá está muito apertado!Ele entendeu a indireta, em um segundo me abraçou e rolamos no tapete do centro da sala comigo sem eu perceber.Logo arrancou minha blusa em uma puxada. Ele ficou por cima de mim como antes, admirando por alguns segundos meu corpo magricela. Então ele notou minha tatuagem na virilha e Perguntou: _ "F"? Esse F é meu?_Claro, "F" de Friend e Frederik. Primeiro amigo e único amor... Eu nunca te esqueci._Eu também não. Ele beijou minha tatuagem em seguida retirou a minha cueca, eu fiz o mesmo com ele._Vou pegar a camisinha, posso? Ele me perguntou._Sim. Consenti.Ele se inclinou para o sofá pegando sua carteira no bolso de trás da sua calça. Ao rasgá-la com a boca eu a introduzi bem de vagar sentindo cada detalhe de sua virilidade. Em seguida ele me abraçou e nos deitamos no tapete._Não se preocupe, só dói no começo. Se doer muito eu paro.Tentei esquecer a situação e me concentrar. Nada daquilo que estava acontecendo parecia real, eu só devia estar tendo mais um dos meus milésimos sonhos eróticos com ele... Mas felizmente dessa vez não era sonho. Ainda bem!Mesmo assim cravejei minhas unhas roídas na sua pele que se avermelhava instantaneamente com meu toque só pra ter certeza, assim eu tive a certeza que ele era só meu naquele instante.Nada nem ninguém poderia estragar aquele momento perfeito.Nada nem ninguém poderia estragar tudo que sentíamos durante tanto tempo.Nada nem ninguém poderia interromper o dia que tanto sonhei com ele.Um olhar diz tudo sobre uma pessoa. Nunca pronunciamos 'eu te amo' para provar o que realmente sentíamos um pelo outro. Nunca precisamos, pois tudo que sentimos é tão forte que em apenas um olhar consigo ler seus pensamentos.Mas ali, agora eu queria gritar pro mundo, berrar se possível... Ou apenas sussurrar em seu ouvido:_ "Eu quero você para sempre comigo!" Foi o que ele disse logo após arrancar um pedaço da minha boca depois de eu dizer:_ "Fica comigo, eu sempre te amei".Eu só o queria dentro de mim, ali, agora. Era tão maravilhoso a forte sensação de dor e prazer que eu sentia ao ver cada vez mais ele dentro de mim. Fred fazia minha cabeça disparar pescoço a fora, viajar em sensações antes nunca degustadas. Eu estava em órbita com seu corpo torneado de atleta colado ao meu, estávamos conectados sem dúvidas. Suas mãos brutas e leves que enquanto uma me apertava à cintura com força, a outra me acariciava o cabelo. Um mimo, um xodó.É esplêndido sua expressão de sério e dor que ele soltava em alguns segundos quando fazia cada vez mais rápido. Vê-lo sentindo tesão me dava mais prazer ainda. Ainda mais quando ele soltava pequenos e curtos sons ilegíveis perto do meu ouvido aguçado. Parafinalizar ele levantou minhas duas pernas tão devagar que quase não percebi, foi aí que eu senti a nossa perfeita conexão, pensei que tudo aquilo não teria como melhorar, mas com um simples toque ele me fez gozar feito um louco sobre seu tanquinho quente. Minha boca ficou seca e as pernas pro ar bambeavam, foi aí que senti seu corpo enrijecer ao máximo e ele gozar como nunca na camisinha que se encheu.Soltamos um delicioso gemido de satisfação logo após ele cair com tudo aquilo sobre meu corpinho raquítico que abraçava o seu coberto de suor e porra. Ficamos esparramados ali no tapete por um tempo, com ele ainda sobre mim, como da primeira vez e ainda dentro de mim, eu ainda o sentia latejando com muito vigor.Com certeza eu iria querer tudo àquilo de novo e de novo, hoje e para todo o sempre. Só com ele. Sem dúvidas.Enquanto eu fazia cafuné no seu cabelo liso e cheiroso, ele ainda morgado dizia:_Amor...Amor? Verdade? Não acreditei em meus ouvidos. Finalmente eu sou alguém importante para ele. Eu não era mais seu Domi. Não mais. Agora sou definitivamente dele."AMOR" Como é bom ouvir isso de quem realmente amamos._Diga. Respondi com uma cara de bobo e um vasto sorriso._Está decidido... Eu não vou mais para Santa Catarina no final de semana._Que maravilha, por quê? Explodi de alegria._Não vou mais vender essa casa.Eu abri os olhos e o sorriso ainda mais._Só agora eu tive a certeza do lugar que eu tenho que viver até o último dia da minha vida._Domi...TE AMO!FIM
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Diário de Confissões
Historia CortaEste livro é composto por dois contos que eu escrevi em 2004: -Two Friends: A História de Dominick & Frederik Conta uma estória do primeiro amor entre melhores amigos desde criança e o amor de ambos que perdura mesmo depois de vários anos sem se ver...