me machucou

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Em noites solitárias, conseguia te ouvir sussurrar "eu te amo", em palavras tão vazias quanto a noite, tão frias quanto meu quarto sem o nosso calor, só com minha solidão. Em meio a noites que parecem não ter fim (justamente as quais meu subconsciente almeja me atormentar, com mais uma lembrança involuntária de nós) eu me pego pensando se poderia ser diferente, se poderíamos ter sido algo ou se realmente posso nos chamar de nós, penso em quantas vezes eu quis mostrar meu verdadeiro eu, mas com medo de te afugentar, eu me reprimi, como se você realmente quisesse conhecer algo além do meu corpo. Também me vem as lembranças de cada sorriso teu, cada risada das idiotices que eu dizia e de cada toque que me fazia arrepiar a alma. Me dói pensar que era só um desejo pelo meu corpo desajeitado e irregular, não pelo que eu verdadeiramente sou. Me machuca saber que você me olhou como objeto, quando eu te olhei como objetivo, mas a vida é assim, pessoas vem e vão e o que me resta é sofrer a cada ida e escrever na tentativa falha de reprimir e superar o que eu nunca deveria ter criado expectativas.

Para ex-doresOnde histórias criam vida. Descubra agora