{Capítulo 5} ¨Quem sou eu no cerne¨

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CAPÍTULO 5 – QUEM SOU EU NO CERNE?

Flashback on

Jimin andava sob a tempestade, voltando para casa, a mão esquerda carregando o guarda-chuva, a outra dentro do bolso do trench coat que usava para se esquentar.

Parou na estação de metrô, fechando o objeto portátil e sentando num banco, esperando. Pegou o moleskine que carregava na mochila, deixando nele alguns rabiscos desconexos, algo que deveria formar algum desenho, mas só mostrava a mente meândrica do Park.

Pegou o celular, vendo as horas, queria ligar para alguém, falar o que se passava, mas estava incapaz, tamanha sua tremedeira.

Os olhos de repente se encheram de água, se perdendo no céu escuro, sem estrelas, a lua mal podendo ser vista, um medo incomum pela estação mal iluminada.

Quis gritar, sentia que estava sufocando e num sopro de sanidade digitou o número do melhor amigo, que atendeu imediatamente, já se passavam das duas da manhã e após ouvir um alô meio resmungado deixou um soluço desesperado escapar, as lágrimas sem controle, o corpo inteiro tremendo:

— Taehyung — o nome saindo entrecortado, parecendo um grito nervoso — Ele namora, Tae — se dobrou para frente, uma dor lancinante que queimava o peito do pequeno — Eu sou horrível, como pude não desconfiar? — Mal conseguia respirar, falando tudo rápido.

— Jimin, Jimin! — nessa hora, o de cabelos vermelhos já estava completamente desperto, chamando o amigo — Se acalma, onde você tá?

— Por favor, faz isso parar, por favor — o Park quase estava alucinando, tamanha dor psicológica que se tornara física.

— Jimin, me escuta — Taehyung acordava o namorado com tapinhas, já se levantando da cama — Se acalma, eu vou te buscar, por Deus, onde é que você tá?

— Na estação, por favor vêm — Jimin desligou a ligação. Deixando a mão pender ao lado do corpo.

Buscava controlar e regular a respiração, mas estava completamente impossível, sentia fisgadas no peito, uma dor excruciante que subia pela garganta, o estômago embrulhado, com nojo de si mesmo, mas como poderia fugir de quem era? Como fugir do próprio corpo? Como fugir do seu próprio eu.

Tamanha confusão em sua mente, falta de ar no peito e dor no corpo, acabou por apenas ver tudo começar a girar, enquanto seus olhos fechavam e o impacto do corpo contra o chão ser sentido.

Flashback off

Sentado na cadeira giratória do depósito do museu, tentava focar a concentração na prancheta que ele estava preenchendo desde que chegara. Em um dia normal, Jimin terminaria de anotar tudo rápido, mas já faziam semanas que seu desemprenho caíra.

Cansado, pôs os dedos polegar e indicador no topo do nariz, respirando fundo e fechando os olhos, largando o peso sobre o móvel de madeira. Tivera uma péssima noite de sono e tinha passado a maior parte do dia bocejando, estava morto.

Depois de ter tido um surto de raiva infundada de Jungkook e ligar para Hoseok combinando um jantar ridículo na mesma noite que encontraria o Jeon, Jimin só soube chorar, não queria chatear o novo amigo, tampouco queria provocar Jungkook, afinal, por que provocaria ciúmes em alguém que não liga?

Ah, quem o Park queria enganar? Óbvio que viu uma possibilidade de estimular sentimentos ruins dentro do moreno depois de descobrir que ele e Hoseok eram cunhados.

Mas esse lado ruim, o loiro queria ver bem longe de si, entretanto como negar essa parte má, que de uma forma ou outra, ainda era um traço de sua personalidade? Traço esse que só permitia dominar seu corpo quando estava com Jungkook no hotel.

Alter Ego •jjk + pjm• HIATUS Where stories live. Discover now