CAPÍTULO 1 – DE VOLTA A LINHA DE LARGADA.
Jimin suspirou pesadamente, ajeitando a mochila no ombro, sentindo o peito esmagado, algo parecido com a sensação de ser enforcado, uma busca desesperada por ar, completamente sufocado pelos pensamentos dos últimos três dias.
Se aproximou da porta de saída do prédio da universidade. Quis chorar de alívio pelo céu nublado e o clima finalmente ficando frio, após um verão estupidamente quente. Odiava o calor e odiava o céu azul, porque céus azuis não combinavam em nada com seu humor melancólico.
Não entenda mal, o loiro baixinho do curso de História da Arte não era alguém triste, apenas se sentia assim ultimamente, sem entender exatamente o porquê, mas sabendo muito bem por quem.
Jimin não parava de pensar em Jeon Jungkook, este que era como uma praga que havia se enroscado nas entranhas do mais novo, se alojado como um parasita se aloja no corpo frágil do hospedeiro. Queria matá-lo, mas como, se sentia que poderia morrer por ele?
Cansado mental e fisicamente, Jimin apenas caminhou como um morto-vivo até a cantina do campus, o rosto estampando uma carranca que deveria ser feia, mas no rosto dele apenas era um bico fofo e olhos cerrados.
Assim que entrou pela porta, viu o amigo de cabelos vermelhos sentado em uma das tantas mesas despostas no ambiente climatizado, digitando furiosamente no computador, enquanto revezava o olhar entre a tela do notebook e a do celular, a perna batendo embaixo da mesa. Algo não estava bem:
— Tae? — Jimin chamou após se aproximar, recebendo um murmúrio como resposta — Achei que estivesse doente.
— E eu estava, mas precisei vir de todo jeito, Jin Jin não sai do meu pé — ele suspirou — Se eu pego esse professor na rua, encho ele de porrada.
Jimin riu verdadeiramente, pela primeira vez em algum tempo:
— Logo você, Taehyung? — o avermelhado finalmente olhou para Jimin — Que não mata nem mosca.
— De mosca eu tenho medo, de professor babaca eu tenho ódio — desviou o olhar novamente, agora focando na tela do celular — E eu ainda arranjei um inútil como namorado — mordeu o lábio com ódio, quase se machucando — Você aposta quanto que ele tá com aquele idiotinha, nojento, imbecil, chato, burro, que transmite mais leptospirose que rato...
— Taehyung! — Jimin bateu no braço do melhor amigo — Por favor, não fala assim do Namjoon não — sentou-se ao lado dele, deixando a mochila que carregava nas costas apoiada no pé da mesa.
— Traidor! — Tae falou, apontando o dedo para o amigo — Você sabe que ele tá de olho no Jin, se eu ser traído eu morro de desgosto — o mais alto se arrependeu no momento em que a palavra traído saiu pelos lábios finos — Não que toda pessoa traída morra de desgosto, elas superam, claro — tentou se explicar, mas Jimin interrompeu.
— Tudo bem, você não precisa falar nada — sorriu — Eu sei que talvez você pense que eu defendo o Nam por ser como ele, o amante — fez uma pausa, refletindo — Quer dizer, o Namjoon hyung nem ao menos é amante de alguém, isso é só loucura da sua cabeça.
— Não pense assim, eu não acho que você defende o Namjoon por causa disso, é que você é muito bom — suspirou — Bom demais mesmo — ele olhou para os olhos pequenos do menor — Não quero que se sinta mal achando que a noiva daquele lá vai morrer de desgosto, rico nojento não sente esse tipo de coisa — Tae finalizou e sorriu, o sorriso quadrado e acolhedor que Jimin amava.
— Eu sei que se preocupa, obrigado — pegou na mão do amigo.
Kim Taehyung entrelaçou os seus dedos longos aos pequenos do Park, sorrindo mais ainda e tentando achar palavras suficientes para explicar que não queria que o pequeno achasse que ele não apoiava as decisões do mesmo. Bem, era verdade que não concordava com o relacionamento que Jimin levava com Jungkook, mas nunca se meteria ou falaria algo para magoá-lo em relação a uma coisa que só diz respeito ao amigo e o próprio Jeon.
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Alter Ego •jjk + pjm• HIATUS
RomansaJeon Jungkook e Park Jimin se encontram duas vezes por semana em um quarto de hotel. A única coisa em comum entre eles é a busca desesperada pela fuga da realidade cotidiana, criando um personagem nos seus encontros que foge de seus egos reais, proc...