No capítulo anterior...
Harry pensou. O que ele mais queria no mundo todo? Não era preciso pensar muito, a resposta era fácil demais.
— Eu quero...
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— Eu quero que vocês tirem as roupas também... — sussurrou baixinho. — É injusto somente eu estar nu...
— Seu pedido é uma ordem.
Harry perdeu a fala diante da cena dos alfas se despindo. Em parte eles eram, de certa forma, iguais em construção corporal. Ombros largos, braços musculosos, tanquinho. Porém eram diferentes porque Lucius parecia ser o mais "fraco" entre o trio apenas por não ter tantos músculos, Tom era muito alto e isso parecia ser um destaque para suas coxas fortes e braços e Severus...
Harry perdeu o ar ao olhar para seu corpo, dividido entre estar maravilhado por ver sua pele pálida e convidativa brilhando à luz matinal e estar profundamente horrorizado com as largas cicatrizes em seu peito. Seu coração disparou e a garganta de repente ficou seca, ele se aproximou devagar e tocou em um dos riscos em sua costela. Severus não se moveu, mas prendeu a respiração. — Quem foi o monstro que fez isso com você? — perguntou horrorizado.
— Meu pai. — contou. — Em parte foi Dumbledore. Outras foram eu mesmo.
Os olhar verde se arregalou e ele o olhou com os marejados. — Severus... — soluçou. — Mas... Por quê?
O moreno de longos cabelos coçou a nuca, desconcertado por ter o olhar dos outros dois sobre ele e ainda mais por ter feito seu pequeno anjinho chorar. Não queria revelar suas razões por simples receio de estragar aquele momento extremamente importante para todos eles, contudo Harry parecia disposto a lhe arrancar alguma resposta e Tom e Lucius também não pareciam querer impedir seu ômega de lhe questionar.
— Não é importante. — fugiu do assunto voltando a beijar o pescoço do menor o ouvindo suspirar. Um pouco mais disso e Harry iria esquecer tudo completamente...
— É sim! — se desvencilhou dos braços firmes para ser acolhido por Lucius. — É algo sobre você, então é importante sim!
— Harry... — sussurrou Tom, lhe beijando suavemente a bochecha. — Meu príncipe, não o pressione. Sev pode te contar tudo quando estiver pronto, não é mesmo Severus?
— Mas eu quero...!
— Harry, doce, você também tem segredos. — lhe lembrou Lucius suavemente, afagando seus cabelos. — Não o estamos pressionando para contar, apenas queremos lhe fazer entender.
— Mas eu... — Harry respirou fundo e assentou, o semblante triste. — Tudo bem.
Severus segurou seu rosto e afagou sua bochecha corada, dando um sorriso de lado e beijando sua testa com carinho, ouvindo o menor suspirar e vendo seu sorrisinho. Sabia que Harry não desistiria tão fácil, ele era um Grifinório, uma mistura de um Potter e um Black, no final. Ele nunca iria desistir de algo que lhe fosse negado, algo que ele queria.
Vendo o quão relaxado o pequeno agora se encontrava, Tom voltou a seu trabalho de adorar seu corpo magro e curvilíneo. Beijava sua barriga com carinho, enquanto Severus tomava—lhe os lábios e Lucius marcava seu pescoço com chupões, o arrepiando junto aos seus beijos molhados. Os alfas sentiam seus lobos se agitarem em satisfação, seu companheiro estava ali e era tudo o que importava para eles, a guerra, Dumbledore, a ordem... Tudo aquilo parecia distante e envolto por um nevoeiro agora.
Suas mentes ligadas ao prazer apenas queriam saber dos sentimentos, do conforto e do carinho que iriam oferecer ao seu lindo menino. Ele merecia, afinal, passara por tanta dor e ainda assim lhes sorria com ternura brilhando em seus olhos verdes como a maldição da morte. Seu menino, seu príncipe, seu ômega, ele devia ganhar o universo inteiro apenas por ser tão doce e amoroso, por ter sofrido daquela maneira. Mas Tom, Lucius e Severus apenas poderiam lhe oferecer vingança, um troco por todas as mentiras, manipulações e abuso — sexual e infantil — que marcara sua vida para sempre.