Capítulo 2: "Brincar lá fora"

1.5K 176 40
                                    

Boa leitura


☆☆☆☆☆

Todoroki estava mais uma vez na sala de leitura, sendo aquele seu local preferido no castelo inteiro. Dessa vez, o vampiro arrumava os livros em mais uma estante, somente os últimos que havia terminado de ler.

A quietude que tanto apreciava não duraria mais por muito tempo, pois o ranger da porta denunciava a entrada de alguém no cômodo. E obviamente não poderia ser outro senão seu escravo lobisomen, Bakugou, atualmente com seus 10 anos de vida.

O pequeno loiro havia pego gosto por procurar por seu mestre pelo castelo, e com seu olfato apurado nunca falhava em o encontrar. Era como se o garoto tivesse memorizado o cheiro de Todoroki e fosse capaz de captá-lo a distâncias inimagináveis, sendo seu atual recorde os extremos mais longínquos do castelo.

Katsuki, ao se aproximar de Shouto, ficou o encarando com um largo sorriso na face, mantendo suas orelhinhas bem erguidas em sinal de atenção e sua cauda balançando persistentemente em sinal de animação.

Shouto apenas o olhou de volta por alguns segundos, tornando a arrumar os livros na estante em seguida, visto que o pequeno nada havia lhe dito. Pensou que Katsuki apenas queria o ver, mas o olhar do pequeno, carregado de felicidade, não desviava de si em momento algum então mais uma vez o encarou, esperando que o loiro lhe falasse algo.

— Todoroki-sama! — finalmente o lobisomen se pronunciou, e quando o fez, passou a balançar a cauda mais rapidamente.

— Bakugou? — se limitou a isso, para deixar claro que o escutaria.

— Vamos brincar lá fora! Lá fora! — pediu o pequeno.

— Não, sabes que não deves sair do castelo. — ao responder, notou o loiro abaixar as orelhinhas e a cauda em demostração de tristeza.

— ... Por que não? — perguntou ainda triste, segurando uma mão à outra, e o encarando indiretamente.

— É perigoso. — somente disse, tornando a arrumar os livros — Alguém poderá tentar levar-te daqui, e então o que seria de mim?

Com sua visão periférica, notou o lobisomen tornar a se animar, pois o loiro mais uma vez ergueu as orelhinhas e voltou a balançar a cauda, trazendo novamente o grande sorriso na face. Katsuki havia ficado satisfeito com aquela resposta recebida, pois de certo modo, Shouto dissera que não ficaria bem longe de seu pequeno lobo.

Tendo acabado de arquivar o último livro na estante e da forma que desejava organizar Shouto se aproximou do pequeno, acariciando-lhe a cabeça — bem entre as orelhas de lobo — e sorriu disfarçadamente, recebendo um olhar brilhante e carregado de esperança do pequeno Katsuki. Talvez não fosse uma idéia de todo ruim se ficassem somente pelas redondezas do castelo, onde sempre era noite, e assim, em nada arriscava a saúde de Shouto.

— Vem, Bakugou, iremos brincar nos jardins do castelo.

— Sim! — respondeu o loiro, com os braços erguidos em pura empolgação por ter seu pedido atendido.

Assim os dois foram até os jardins do castelo para brincar, e Katsuki mostrou ser mais energético que das outras vezes em que haviam brincado dentro da casa.

Nas primeiras situações de descontração como aquela, Shouto tivera que escutar de seus fiéis conselheiros e membros de sua equipe que não seria uma boa idéia acostumar aquele lobisomen como um igual, pois estaria já na hora de o tratar como o que realmente seria: um escravo que somente geraria seus descendentes.

Todoroki não se importava com nada daquilo, continuava cuidando de Bakugou como bem entendesse. Aliás, até aquele momento, nunca vira o loiro como seu possível par, e sim como uma criança da qual estaria tomando conta por motivos especiais. As descobertas que havia feito sobre a tribo dos lobisomens apenas o fizeram pensar ainda mais no quão bom fora tirar Bakugou dali o quanto antes.

Jamais esqueceria o modo assustado que Bakugou o encarou quando havia deixado sua vila de origem, como se somente pensar naquele lugar fosse o bastante para lhe causar temor. Atualmente, se esforçava para mostrar que aquela criança poderia viver sem medo, apenas por ter descoberto amar vê-lo sorrir.


☆☆☆☆☆

Até a próxima

Master and SlaveOnde histórias criam vida. Descubra agora