Capítulo 2

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Pela primeira vez em meses Megan acordou disposta, porém estava sem ânimo para sair e preferiu tirar o dia para si mesma, talvez uma boa hidratação no cabelo e uma esfoliação lhe cairia bem.

Pegou o celular sobre o criado mudo e constatou que ainda era cedo, lembrou das broncas que tia Mary tinha lhe dado sobre os hábitos alimentares, e resolveu fazer o café, diferente dos outros dias, hoje ela se cuidaria, nunca foi uma mulher vaidosa, mas precisava se cuidar, afinal, não tinha mais quem fizesse esse papel.

Levantou ainda de pijama e pegou uma maçã da fruteira, só aí tomou conhecimento da zona que estava sua casa, adicionou mentalmente mais essa tarefa para a sua lista. Escolheu que faria a faxina primeiro e depois cuidaria de si mesma, escolheu um vestido leve e começou a limpar o quarto.

Como ela passara esse tempo todo sem reparar a bagunça que se encontrava a casa? Como não percebeu a enorme quantidade de pó acumulado em seus livros? E o cesto de roupa suja que já estava transbordando? Agradeceu por não terem resolvido lhe visitar, certamente eles sim notariam.

Assim que terminou a limpeza do cômodo foi para a cozinha, teve sorte nesses dias por estar comprando lanches prontos se não a pia estaria cheia, e passar a manhã lavando louça não estava em seus planos, então limpou o balcão e tirou o pó da prateleira de condimentos, pondo fim ao dia de faxina, deu uma olhada na sala mas a mesma não precisava de nenhum toque seu, tudo se encontrava no lugar já que Megan usara apenas o quarto e às vezes a cozinha, a sala só precisaria de uma passada de aspirador e estaria brilhando, a mesma não tinha prateleiras e poucos objetos, só alguns como decoração, por essa razão não necessitava tirar o pó, ou era preguiça?

-Agora sim começa o dia de cuidados da Meg. - riu satisfeita.

Meg cogitou a possibilidade de ligar para tia Mary, queria convidar alguém para vir passar a tarde com ela, mas lembrou-se que talvez estivesse ocupada, sendo assim, não ligou.

Entrou no banheiro e se surpreendeu ao abrir a torneira e não cair uma gota sequer de água, abriu o chuveiro e a mesma coisa.

- O que eu fiz agora? - disse coçando a cabeça.

Decidiu ligar para a pessoa que mais estava lhe ajudando.

- Tia? Você tem o número de algum encanador de sua confiança?

- Tenho Meg, mas não moram aqui na cidade, você tá bem, princesa?

- Nossa! Como pude me esquecer? Era só isso mesmo tia e sim, estou ótima, beijos, outra hora nos falamos. - respondeu tudo de uma vez e desligou.

Agora quem lhe ajudaria? Não tinha amigos na cidade, e queria alguém em que pudesse confiar, ou pelo menos conhecesse um pouco. Foi aí que lembrou-se do Famosinho, não era alguém que Megan confiava, muito menos conhecia mas poderia lhe ajudar, pelo menos tentaria. Buscou no celular o último número estranho que tinha lhe ligado e iniciou a chamada.

Tum... Tum... Tum, nada.

Tum... Tum...

- Alô? - uma voz arrastada falou do outro lado.

- Oi, você deve achar estranho mas por favor me escuta, eu não conheço muitas pessoas aqui e preciso de um encanador, você poderia me ajudar?

- Acho que sim... desculpa mas eu não sei quem é. - começou a rir o que deixou Megan ainda mais envergonhada.

- Desculpa, desculpa mesmo, Gregory, eu devia ter avisado quem era, sou a Megan... eu sei que você não deve lembrar de mim, nem nos conhecemos pessoalmente, eu acho. - Megan já tinha esquecido o motivo da ligação e tentava ao máximo não passar algo que não desejava.

- Calma garota, é claro que lembro, você é a inartística, em que posso lhe ajudar?

- Já te falei que gosto sim de Arte, e vou direto ao ponto, preciso de um encanador de sua confiança, sabe... eu não deixaria qualquer um entrar na minha casa, já liguei para a minha tia mas ela não é da cidade, aí lembrei de você.

- Eu ficaria feliz se você tivesse lembrado de mim para outra ocasião, tipo um jantar, mas tudo bem, também posso te ajudar. - disse em tom brincalhão.

- Gregory! É sério, me dá o número de algum encanador que possa fazer o serviço e que você conheça.

- Tudo bem, vou pedir para o meu tio ir dar uma olhada pode ser?

- Ótimo, pode ser.

- Certo, então me passa o seu endereço.

- Rua dos girassóis, e eu esqueci o número, calma.

- Não acredito, senhorita Megan. - ele a essa altura já gargalhava.

- Para Gregory, já me atrapalhei toda aqui.

- Olha tudo bem, Meg. Acho que já sei onde você mora, só me dê um ponto de referência, isso facilita bastante também.

- Acho melhor mesmo, a cafeteria Coffee Aroma fica na esquina da minha rua, e a minha casa é a terceira à esquerda.

- Acho que já recolhi todas as informações, se tudo der certo meu tio chega aí ainda essa tarde.

- Muito obrigada, Gregory, obrigada mesmo!

- Disponha, o meu dever é ajudar donzelas que precisam de minha fiel assistência.

- Que convencido! Até mais, Famosinho. - falou desligando em seguida.

Megan não tinha percebido mas passou cerca de trinta minutos falando com Gregory, pelo menos o problema do banheiro seria resolvido, deitou no sofá buscando forças para fazer algo para almoçar, considerou a alternativa de comer fora, o que a fez lembrar que teria que arrumar um emprego para bancar com as despesas que mesmo se Megan tivesse uma poupança gorda não lhe sustentaria por muito tempo.

Estava tão absorta em pensamentos que o cansaço que antes sentia devido à faxina foi se retirando aos poucos, a agitação no corpo foi substituída por uma onda de relaxamento, mas quando Megan estava quase cochilando foi despertada pela introdução de Oceans uma música que habitualmente lhe proporcionava tranquilidade, mas naquele instante a canção lhe serviu como o mais potente despertador, atendeu percebendo que era Gregory.

- Olá Megan, estou na sua rua, apareça na frente da sua casa.

- Olá, não era o seu tio que vinha?

- Então... Apareça aqui fora e entenda melhor.




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Se tiver algum erro ortográfico me perdoem, não deu para revisar e peço desculpas pela demora desse capítulo, mas é isso, saiu. Quando eu tiver um tempinho posto o terceiro.
Bjs!!❤️

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