♤prólogo♤

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HAN JISUNG

Estava escuro!

No meu quarto, apenas o som do balançar das cortinas podia ser ouvido. Aquele havia sido apenas mais um dia como qualquer outro; tive o ensaio da coreografia pela manhã, photoshoot para o novo álbum à tarde, e uma apresentação acústica em uma premier durante a noite.

Eu sabia que a minha agenda estava apertada, e que a tendência seria apenas piorar agora que  a minha nova música havia se tornado um sucesso.

Ter mais de 100 milhões de acessos no YouTube e cerca de 50 milhões e meio de likes, não é algo que um novato qualquer costuma conseguir.

Eu tive muita sorte, de verdade, e agora não consigo acreditar no quão incrível tudo isso está sendo. Só consigo pensar em como a minha música está sendo ouvida por tanta gente, e em como todas elas estão recebendo a minha mensagem artística.

Eu estava finalmente vivendo o meu grande sonho, e o que eu menos queria naquele momento, era acordar dele.

Quando cheguei em casa naquele início de madrugada, a exaustão já havia tomado conta de mim, e por isso nem me preocupei em trocar de roupa antes de me jogar na cama.

Mas assim que fechei os olhos, uma onda de inspiração me atingiu, e precisei colocá-la em pratica antes que ela fosse embora. Então mesmo com sono peguei meu celular e escrevi uma nota para mim mesmo.

"Depois da luta na minha cabeça
Todas as histórias chatas
foram lavadas
Eu sinto um paraíso
mais pacífico agora
Compartilhando segredos
comigo mesmo
Eu sorrio um pouco
enquanto respondo perguntas
que eu não sabia que tinha"

(Sunshine - SKZ)

Aquele trecho podia até não fazer muito sentido de início, mas assim que eu começasse a trabalhar nele, certamente viria a se tornar uma música incrível, então foi exatamente isso o que comecei a fazer.

Escrevi por mais um tempo, até não conseguir mais olhar para a tela brilhante do telefone, e quando parei a canção já estava pronta.

Eu estava impressionado comigo mesmo, cerca de 20 minutos foram o suficiente para a criação de mais uma obra prima pronta para ser lançada no mercado musical.

Desliguei o celular com um sorriso de canto e tirei meus sapatos preguiçosamente, os arremessando em algum canto do quarto; tirei meu sobretudo enquanto bosejava, e logo após joga-lo sobre a cadeira do computador eu pulei com tudo na cama.

Me enrolei como um sushi no cobertor e fechei meus olhos pensando no quão incrível aqueles dias agitados estavam sendo, e antes que pudesse notar, eu já estava no mundo dos sonhos.

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Acordei em um sobressalto! 

Olhei para o relógio. Quatro e vinte e cinco da manhã. Passei as mãos no cabelo e me encolhi na cama tentando voltar a dormir, porém o som de algo se quebrando me despertou novamente.

Levantei assustado, e com medo decidi ir atrás do que poderia ter acontecido, seria possível que um dos gatos do vizinho tivesse voltado? Bem, eu não duvidava, amava ks três e sempre dava comida para eles quando apareciam, então já era bem comum ter algumas visitas de Doongie, Soonie e Dori de vez em quando.

- Gatinho? Qual de vocês veio me visitar hoje, em? Vem cá garoto! Quer comer alguma coisa? Eu comprei um lanche especial para vocês.

Falei rindo para poder me descontrair. Pode parecer bobo, mas medroso sempre foi um bom jeito de me descrever.

- Eu juro que ainda vou descobrir como é que vocês sempre entram aqui em casa...

Sai do quarto e comecei a procurar em todos os cantos possíveis. Eu estava distraído, então só ouvi aqueles passos se aproximarem de mim, quando eu já estava agachado olhando embaixo da mesa.

Meu coração acelerou e me virei levantando o mais depressa que pude, porém não fui rápido o suficiente, e apenas tive tempo de arregalar os olhos antes de perder o folego e sentir uma pontada aguda na lateral do abdômen.

 A dor foi tanta, que cai de joelhos no chão antes mesmo de conseguir processar o que aconteceu. Coloquei uma das mãos sobre a ferida, Inconscientemente apertando-a para estancar o sangue que saia em proporções alarmantes.

Parei de focar no corte e olhei na direção da figura encapuzada, que segurava uma faca ensaguentada no meio da minha sala. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, não sabia quem era aquele cara tentando me matar, e nem como ele conseguiu entrar no meu apartamento, mas eu sabia que eu precisava me defender imediatamente.

Então mesmo com aquela terrível sensação de fisgada e desespero, a adrenalina tomou conta de mim. Ouvi um som vindo da cozinha, e quando olhei para cima notei o invasor distraído com a entrada de três gatos no local. 

Pronto, aquela era a minha unica chance! Me levantei rapidamente, peguei o vaso de flores que estava em cima da mesa e o joguei com tudo na cabeça do agressor. Ele cambaleou por um instante com a mão no rosto, mas logo recuperou seus sentidos. Graças a sua mascara eu não podia ver seu rosto, mas notei que a pancada cortou seu supercílio. 

Me abaixei e peguei um pedaço de vidro que estava no chão, direcionando a ponta afiada para o encapuzado, eu estava me tremendo de medo, mas tentei ser corajoso e comecei a falar enquanto me afastava aos poucos.

- Quem é você? Como entrou aqui? Eu... Eu nunca fiz nada pra ninguém... P... porque você tá fazendo isso?

Tentei soar firme, mas o gaguejar me traiu, e ao ouvi-lo tudo o que o homem fez foi soltar uma risada sínica, seguida de uma corrida firme na minha direção, que o levou a ter força suficiente para me desarmar e me derrubar sem muita dificuldade.

Ao cair senti minha cabeça bater com força em algum lugar, e aos poucos comecei a ficar sonolento, minha audição apitava e era impossível escutar qualquer coisa ao meu redor, olhei para o homem que me encarava e com o resto de forças que eu tinha puxei sua mascara, neste momento ele disse algo, mas eu realmente não conseguia distinguir o que era.

Minha visão estava turva, não sei se por causa da facada ou pela batida na cabeça, mas o fato é que precisei apertar a vista para tentar enxerga-lo, e foi nesse momento que ele sorriu para mim. 

Eu podia ter muitos defeitos, mas esquecer das pessoas não era um deles. Eu conhecia aquele sorriso, reconhecia aquele rosto, e mesmo depois de tudo o que aconteceu naquela noite, posso dizer sem sombra de dúvidas que o que me deixou mais assustado, foi fazer aquela descoberta.

Eu estava perplexo, queria dizer algo, queria fazer perguntas, mas antes mesmo que eu pudesse organizar as palavras, ele me olhou com raiva e acertou uma batida na cabeça, que deixou de vez, todo o meu mundo, escuro.

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