cap 22 ♥️

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Thay

Sempre tive muitos sonhos, viajar, ter uma vida estável, me casar e ter filhos, acredito que esse seja o sonho da maioria das garotas. Sempre tive muitos medos também, não posso nem imaginar uma barata perto de mim que já entro em pânico, aranha então nem me fala. Tinha medo de ficar sozinha também. Na situação que me encontro agora, meu medo virou pesadelo.

Mas entre todos os pesadelos que já tive, nunca imaginei que viveria um.

Não sei a quanto tempo estou neste lugar, quando acordei já estava aqui. É um quarto, tem uma cama, um banheiro, e janelas, o único diferencial é que elas estão cobertas por tábuas de madeira, bem coisa de filme, mas no filme a mocinha sempre é salva pelo mocinho; acho difícil o Gabriel me encontrar aqui.

Quando acordei, tinha um bilhete do Miguel em cima da cama e roupas, no bilhete dizia que aquele agora era meu quarto, provisório, mas era. Nele também dizia que eu ficaria sem ver o Miguel por um tempo, já que ele estava preparando as coisas pra me tirar do Rio, mas alguém viria me entregar a comida e água porque segundo ele, eu tenho que ficar bem hidratada e saudável pra curtir "nossa nova vida".

Mesmo relutante em me levantar da cama, eu lembro que fui eu quem fiz a escolha de me entregar, ficar na cama não vai me tirar daqui. Me levanto, pego as coisas em cima da cama e em um armário que tem próximo a cama e vou ao banheiro, faço minha higiene e tomo banho, me troco dentro do banheiro. Quando saio, tem um prato em cima da cama e uma garrafa d'água, a comida está estragada, o que a torna impossível de comer, então só tomo um pouco da água e me deito.

Peguei no sono e acordei do mesmo jeito, não sei se é dia, tarde ou noite. O único que sei é que tem um homem sentado na cama, ao meu lado.

- A princesa acordou. Sabe de uma coisa, você é importante pra muita gente, o Miguel tem uma obsessão louca por você e o Gabriel, ah o Gabriel, esse aí te ama de verdade. - me sento tentando me afastar o máximo que consigo, ele tem um olhar que está me deixando com muito medo. - Mas eu não ligo pro Gabriel, muito pelo contrário, eu quero que ele sofra, assim como eu sofri, quando o pai dele matou minha mulher.

- O pai dele morreu quando ele tinha 16 anos, o que ele tem a ver com isso? Não é culpa dele! - não consigo esconder o medo na voz, não por mim, mas pelo homem que amo.

- É, mas antes de morrer, ele fez isso, matou a única mulher que eu fui capaz de amar, ele tirou ela de mim. Antes dela eu era um monstro, ela conseguiu o melhor de mim, mas quando tiraram ela de mim, eu voltei a ser o que eu era, só que muito pior. - ele chega mais perto e passa o dedo pelo meu rosto mas logo o tira.- O Miguel acha que sou aliado dele, mas ele tá enganado, assim que eu achar o momento certo eu vou matar ele, atrair o Gabriel até aqui, até você e vou te matar na frente dele. Ele vai sentir toda a dor que o pai dele me fez sentir, eu duvido que ele vá aguentar, mas não se preocupe, eu quero mais um morro mesmo, então eu vou matar ele também, e vocês vão poder ficar juntos, aonde quer que seja.

Ele se levanta e vai embora, eu fico parada no mesmo lugar por um tempo, absorvendo todas as informações que recebi em um curto espaço de tempo. Fuji pra proteger ele, e no final, ele continua em perigo. Pelo jeito vai todo mundo morrer.

Fico dando voltas pelo quarto, meu corpo não aguenta mais ficar na cama, e eu não vou tomar outro banho, já tomei 4. Me sento do lado da cama e escuto passos, a porta se abre e é o Miguel, ele está com um semblante indecifrável, não consigo dizer se está bravo ou contente, ouzo dizer que ele está os dois, na altura do campeonato, não me surpreende.

- Sentiu minha falta? Porque eu senti a sua, quando te trouxe pra cá fiquei deitado do seu lado, fazendo carinho nos seus cabelos, no seu rosto, você é sempre muito cheirosa. - ele se abaixa ficando agachado na minha frente, passa as mãos sobre meu cabelo e meu rosto, o que me causa arrepios na espinha.

- Você é louco.

- Talvez. - se levanta e anda pelo quarto. - Pelo o menos minha loucura foi suficiente pra te trazer de volta pra mim, diz, diz que eu sou um gênio!

- Talvez... - ele vem até mim, me levanta pelos braços e me joga na cama. Tenta me beijar a força, mas eu nem mexo os lábios, o que o deixa bravo.

- Você não pode fazer isso! Você aceitou voltar, e agora você é minha, não tem escapatória...

- Nunca vou ser sua! - e esse foi o segundo tapa na cara que ele me deu, mas quem está contando

- Aceita de uma vez, eu vou voltar mais tarde, e se você continuar relutante assim, vai ser na marra mesmo, eu não me importo, já fiz isso antes. - me deixa ali de boca aberta. Ele acabou de me confessar que já pegou uma mulher a força, e com total naturalidade.

Arrependimento pode não matar, mas ele te tortura, até que você não aguente mais.

A nova moradora (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora