cap 24 ♥️ ( dia do resgate )

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Thay

Muitas horas se passaram, ninguém veio me ver, nem trouxeram nada pra eu comer. Estou me sentindo fraca e sem força pra fazer qualquer coisa fora dormir, tenho dormido muito nesses dois dias que fiquei sem visitas, nem o moço que disse que iria me ajudar passou por aqui, acho até que deve ter desistido. Estou quase dormindo de novo quando abrem a porta sem muita delicadeza.

- Boa noite, como a princesa está se sentindo? - esse eu não conheço.

- Quem é você? - pergunto sem conseguir me levantar direito por conta da fraqueza.

- Que mal educado eu sou, meu nome é Pedro Eduardo, mas todo mundo me chama de Pepê. Eu sou sub dono dessa porra, eu tava preso mas agora tô de volta. Iam trazer isso aqui pra você, mas eu queria conhecer você, então eu trouxe.  - ele estende uma xícara com um líquido marrom dentro.

- O que é isso?

- Chá. Falaram que você não come a algum tempo, não pode comer alguma coisa pesada se não passa mal.

Dou uma cheirada e é chá realmente, depois que dou o primeiro gole, ele sai sem dizer mais nada. Bebi todo o chá e dormi bem em seguida. Estava me sentindo muito desconfortável, queria me mexer mas não conseguia nem abrir os olhos.

Biel

Depois de dormir mais do que consegui durante esses dias, eu acordo, tomo banho e começo a me equipar, coloco colete, pego arma, meu radinho e quando saio de casa os vapores já estão prontos pra sair. Todos vão de moto, menos eu e o Kj, vamos de carro pra trazer a Thayna. Quando estamos perto da entrada do morro, estacionamos as motos, dois entram no carro e o resto vai atrás andando pra não chamar tanta atenção. Meus vapores vão por trás dos caras na entrada e amarram eles, saímos do carro e tento chegar o mais rápido possível no lugar onde achamos que a Thay está.

As pessoas brotam do nada na minha frente, e eu faço o que vem na cabeça pra conseguir passar, o Kj não saiu do meu lado um segundo sequer, até porque eu preciso dele lá em cima. Quando chegamos, tem vapores nos dando cobertura, vejo uma casa enorme e tenho certeza que é a casa do Vitinho, ele me odeia, meu pai matou a mulher dele durante uma invasão, ele queria se vingar mas meu pai faleceu, então ele viu em mim a oportunidade de fazer sua vingança.

Entro na casa mas não tem ninguém, nem um vapor sequer, o que é muito estranho, certeza que vão dar o bote.

- EU SEI QUE TEM ALGUÉM AQUI. VEM RESOLVER ISSO FEITO HOMEM! - meus meninos estão fazendo um círculo comigo e o Kj dentro para nos proteger.

- Olha só quem veio me visitar. - Pepê sai de algum lugar da casa com seu sorriso irônico. Não sabia que ele estaria aqui, não sabia que havia sido solto. - A que devo a honra meu querido?

- Cadê o Vitinho? Eu sei que ele tá com a minha mulher...

- Sua mulher? Não me lembro de ter visto... Ah, ela é morena? Baixinha, cara de brava? Eu acho que eu vi ela, mas eu não estou autorizado a te dar informações sobre isso. - atrás dele surge o Vitinho, ele coloca a mão no ombro do Pepê que sorri pra ele sem mostrar os dentes.

- Seja bem vindo a minha casa, tava esperando por você.

- Vitinho, não foi eu que matei sua mulher e você sabe disso. Não me castiga por uma coisa que eu não fiz!

- Calma, calma. Eu não tô te castigando, até porque ela está bem, está dopada mas está bem. E outra coisa, não foi eu que a sequestrou, até onde eu sei ela veio por livre e espontânea, pressão. Você devia me agradecer, o Miguel tava quase estuprando sua mulherzinha, mas eu cheguei bem na hora e matei ele. Eu não quero me vingar de você Gabriel, não vou matar você, não vou matar a Thayna, não vou matar ninguém hoje. Eu sabia que você não iria vim se eu pedisse, então eu armei esse circo pra poder falar com você.

- Não acredito em uma só palavra sua. Ajudou aquele idiota a sequestrar minha mulher a troco de nada!

- Seu pai não matou minha mulher, até porque eu nunca tive uma mulher, eu inventei essa história porque o seu pai não queria que eu contasse pra você que o seu pai, também é meu pai. Ele não queria mais um filho, ainda mais um filho como eu que mata a sangue frio e não sente remorso por isso. Você deve estar se perguntando porque eu esperei tantos anos pra te procurar e a razão é simples, eu não quis. - esse cara só pode ser louco. - Você não tá acreditando, eu tô vendo na sua cara. Se eu contasse pra você, você ia contar pra sua mãe e isso ia estragar o casamento que você sabe, não ia bem já a tempos. Eu queria que você pensasse que eu odiava você porque os morros que não se odeiam, são aliados, eu não queria ser seu aliado, mas agora eu quero porque senti vontade de me aproximar dos meus irmãos, principalmente de você.

- Você não vai chegar perto da Gabriela! Você não tem como provar que isso tudo que você está dizendo é verdade então eu não tenho que acreditar. Mas se for verdade eu quero que você traga a Thayna pra mim, que você deixe eu ir embora com ela, por favor.

- É claro, vem comigo. - mesmo sem acreditar em suas palavras, quero ver minha princesa.

Quando a vejo meu coração aperta ainda mais, ela está sentada em uma cadeira, com uma roupa diferente, está com a cabeça caída em direção ao chão e as mãos presas para trás.

- Ela só está presa pra não cair.

- E porque doparam ela, por acaso ela tentou fugir, deu muito trabalho pra vocês? - vou até minha pequena e começo a soltar ela

- O melhor é que não, se comportou como uma verdadeira princesa, estava até cogitando a possibilidade de levar ela pra ser minha fiel, quero alguém como ela ao meu lado. Mas ela já tem dono e meu coração por mais que ela esteja longe, não consegue esquecer a loira.

- Ela não tem dono, ela tem namorado. E eu espero que você não esteja falando da Gabriela. - pego a Thay no colo e saio com ela daquele quarto mofado, ela está mais leve. - A quanto tempo ela não come?

- Alguns dias. Gabriel, você pode não acreditar no que eu falei, mas é verdade e eu gostaria que voltasse com mais calma pra gente poder conversar. - falou segurando meu ombro, eu aceno que sim e desço pro carro com os meninos do meu lado.

Ninguém atirou na gente, todos agiram como se fossemos simples visitantes. Coloco minha pequena comigo no banco de trás e vou o caminho todo analisando ela, a boca está seca e branca e seu rosto não tem uma cor de vida. Decido ir ao hospital direto para fazerem exames e ter certeza que ela está bem, quando chegamos algumas pessoas já estavam lá, inclusive a prima do Kj e melhor amiga da Thay a Nicolle.

Minha pequena foi levada para fazer exames e nós ficamos esperando.

- Oi, a tia me contou o que aconteceu. Você tá bem, gabe? - não consigo conter tudo dentro de mim.

- Agora eu tô, ela tá aqui agora e eu posso ficar tranquilo, parece que eu não respiro a dias! Gaby, Gaby vem cá. - minha loira senta no chão ao meu lado e se joga nos meus braços, ela sempre foi meu lugar de força, quando eu sinto que não consigo mais é ela que me acalma.

- Ela é forte, e vai ficar bem!

- Com licença! Quem é o Gabriel?

- Eu eu!

- A Thayna tá te chamando, só pode entrar um de cada vez...

Dou um beijo na testa da Gaby e chamo o Kj com a cabeça para ficar do lado dela, e Dona Eva está com a sobrinha. Me levanto e sigo o médico até onde ela está.


Espero que tenham gostado!

Não esquece da estrelinha... ♥️

A nova moradora (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora