cap 25 ♥️

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Thay

Acordo com pessoas mechendo em mim, uma delas eu conheço, é a enfermeira que cuidou de mim da outra vez.

- Você aqui de novo Thayna...

- Tava com saudade - damos risada, eu mais da situação. - tô com muita dor no corpo. Cadê o Gabriel? Ele tá aqui, pode chamar ele por favor!?

- Fica calma mocinha, você não pode se alterar, tá muito fraca e desidratada. Eu vou chamar o Gabriel, tem um monte de gente lá fora preocupados com você. Mas só pode entrar de uma em uma pessoa.

Ela se retira, assim como as outras pessoas, fico sozinha olhando meus pulsos que estão machucados, provavelmente por causa das cordas. Também estou tomando soro na veia em um braço e no outro medicamento.

- Que saudade... - olho pra porta e lá está o meu amor, dou o maior sorriso que posso e meus olhos se enchem d'água.

- Meu amor. - sai como um sussurro. Ele vem até mim e nos abraçamos por um bom tempo, ele se afasta um pouco sentando na cama, segurando minha mão.

- Não sei o que falar pra você Thayna. Quando eu vi o que você tinha feito eu fiquei como nunca antes, fiquei desesperado, e depois fiquei bravo, eu tinha prometido cuidar de você e ia fazer isso mas você decidiu fazer as coisas por conta própria. Mas depois o desespero voltou, foram quatro dias sem comer direito, sem dormir, vendo todo mundo em casa com uma tristeza que não passava. - essa é a bronca mais leve que eu já levei, eu mereço mais. Ele se levanta e passa as mãos pelos cabelos. - Por que você fez isso com a gente!? - fala com a voz embargada.

- Me perdoa! Amor, me perdoa. Eu achei que daquele jeito eu ia proteger vocês, eu já perdi meus pais e meus avós, eles eram minha família e eu fui perdendo um por um. E aí Deus me deu uma nova família, novinha! Eu não ia arriscar perder vocês também... - tento levantar e ir até ele mas é uma tentativa falha, tanto pelos fios que estão no meu braço quanto pela dor que sinto na cabeça.

- Fica na cama amor! - vem até mim e me deita. O celular dele começa a tocar. - É a Gaby, ela tá louca pra te ver, e te bater também por ter feito ela chorar por quatro dias... Eu te amo demais menina, não esquece disso. Mais tarde eu volto pra ficar com você. - Vem me dar um beijo e sai.

Alguns minutos depois entra uma loira que eu não conhecia, cabelo preso em um rabo de cavalo todo bagunçado, sem maquiagem, de óculos e uma carinha muito inchada. Pensei que primeiro ela fosse me abraçar, conversar comigo e depois viria a bronca mas foi tudo ao contrário, ela brigou comigo e depois brigou de novo e só aí veio o abraço.

Depois disso ainda recebi visita da minha mãe adotiva ( dona Eva ), do meu maninho e da minha amiga Nicolle, eu não sabia que ela viria mais cedo, pelo que me contou, ela chegou um dias após eu ter ido.

Já é bem tarde, passa das oito da noite e estou sozinha no quarto. O horário de visita terminou sete e meia, Gabriel foi tomar banho e já vem pra ficar comigo. Acabo tirando um cochilo e quando acordo espero ver ele, já que tem alguém sentado na cadeira ao meu lado, porém como está escuro não consigo ter certeza de quem é.

- Gabriel? Mor? - chamo algumas vezes mas ele não responde, tento levantar pra acender a luz e quando acendo vejo que não é meu Gabriel. - O que você tá fazendo aqui? - é o homen que disse que iria me ajudar.

- Vim te ver, mas já estava fora do horário e você já estava dormindo. O Gabriel sabe que eu tô aqui, pode ficar tranquila, eu pedi pra ele não me mandar mais pro morro do Vitinho e ele me quer como vapor, na verdade ele quer que eu faça sua segurança.

- É claro que ele quer. Eu fico feliz por você não estar mais lá com aquele homem, eu não te conheço mas desejo coisas boas pra você, que você não seja apenas meu "segurança" e sim meu amigo.

- obrigado, que assim seja. Eu tô indo agora, o Gabriel tem que entrar em alguns minutos. Tchau...

Ele sai do quarto, e eu simplesmente apago, provavelmente é o efeito dos remédios que me deram. Acordo de madrugada com o Gabriel dormindo na cadeira e segurando minha mão. Levanto pra ir ao banheiro e quando volto pra cama não consigo dormir de novo, fico lembrando de tudo o que aconteceu nesses dias, mas principalmente da morte do Miguel.

Ele ia abusar de mim, não tenho dúvidas e se disser que ele não mereceu eu estarei mentindo, mas a forma como aconteceu não sai da minha cabeça. Não consigo parar  de ouvir o som do tiro, muito menos dele escorregando pro chão já sem vida.

Não me considero uma pessoa fraca considerando tudo o que já passei, mas ver uma pessoa morrer na sua frente é cruel de mais e mexe com o psicológico de qualquer um.

Me viro ficando de frente pro Gabriel, fico olhando pra ele, pensando em como protegê-lo mas nada me passa pela cabeça. Com esses pensamentos que não saem da minha cabeça o sono vem chegando.

Se tudo sair como esperado, amanhã vou poder ir pra casa...





Oi, pra quem fica esperando capítulo novo eu peço desculpas pela demora das postagens... ♥️✨


A nova moradora (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora