O vestido azul florado, levantado pelas delicadas mãos, o vento frio do inverno que batia em seu rosto e as diversas regras que diziam o quanto aquilo era inapropriado, não impediam que Catherine correce a caminho da carruagem que chegava e o abraço gosto que receberá de sua melhor amiga não fizeram com que se arrependesse.
- Louise! Como senti sua falta - o cheiro de cacau dos cabelos cacheados, faziam Cath se sentir em casa, mesmo que já estivesse nela.
- também senti sua falta, irmã - o apelido que deram quando ainda eram pequenas, saiu como uma canção da linda voz da menina.
- Tia, não que eu esteja insatisfeita, mas por que voltaram mais cedo? - Cath pergunta para Eleanor que acabava de descer da carruagem.
- A hospedagem de Merilon é maravilhosa , mas me senti mal por ter demorado tanto para voltar.
- Eleanor, não precisava se apressar, esses dias de descanso era bom para as duas - Aurora vinha receber sua amiga e cozinheira.
Eleanor apareceu na porta da mansão Bryant, a 14 anos atrás, estava fugindo de uma casa de engenho, onde era ama de leite, sua filha tinha a mesma idade de Catherine, apenas 5 anos, e com o medo de levarem a pequena para longe de sua única família, Eleanor e mais cinco escravos, fugiram.
Quando Aurora viu o estado que a mulher se encontrava, não hesitou em traze-la para dentro de sua casa. Desde então a mulher e sua filha residem com a família Bryant, Eleanor não deixou que morasse em um lugar sem dar nada em troca, então exigiu que pudesse trabalhar na cozinha, mesmo relutante, Aurora aceitou.- Vamos para dentro, tenho tantas coisas para te contar- Louise fala com admirável emoção e Cath percebeu que a melhor amiga, irmã de consideração, tinha passado por grandes aventuras durante a viagem.
As duas correram pelos corredores da mansão, assim como faziam antigamente, mas agora não era mais uma brincadeira de correr, era somente a pressa de escutar as novidades.
Assim que se sentaram na cama macia de Cath, Louise não esperou para liberar seu entusiasmo.- Eu conheci um garot...- antes que a mesma terminasse a frase, a outra soltou gritinhos de alegria.
- Conheceu um garoto? Era bonito, engraçado, gentiu?!
- Sim, para todas as perguntas. Ele era incrível Cath! Nós conhecemos no segundo dia que eu e mamãe chegamos, seu pai é um padeiro muito famoso na Vila. Começamos a caminhar todas as tardes juntos, iamos até uma pequena clareira, e algo que nunca irei esquecer aconteceu.
- O que aconteceu? - A alegria de Catherine era visível, sua amiga encontrou alguém especial.
- Nos beijamos! - As duas moças deram pulos de alegria, mas sem fazer muito barulho para não chamar atenção do resto dos moradores.
- Vocês vão se ver novamente, ele pediu para ir até ele? - A pergunta de Catherine, fez a amiga perder o sorriso alegre, sendo trocado por outro, facro e sem vida- O que aconteceu? - perguntou o motivo da mudança.
- Quando seu pai descobriu que estávamos nos encontrando, proibiu que o filho de relacionasse com uma negra - A fala da irmã fez o coração de Cath apertar, como se ela que tivesse passado por isso.
- Sinto muito Louise - passou as mãos carrinhosamente pelas costas da morena- Você irá encontrar alguém digno para você minha querida.
- Eu não irei, eu sei que não, não tenho mais esperanças que isso um dia aconteça - A magoa era ouvida pela sua voz baixa e engasgada pela bola que formará em sua garganta- E sabe o que eu sinto mais tristeza?
- Me diga o que é que te deixa aflita.
- Eu nunca darei a felicidade de dar um genro para minha mãe e algum dia você encontrará um homem bom, irá se casar e eu irei ficar aqui, sozinha.
- Louise, sua mãe já sente orgulho só por ser filha dela, não é preciso que de um genro para que ela se alegre, você já é a alegria dela. E sobre eu ir embora, isso não vai acontecer.
- é claro que vai, tantos rapazes querem te-lá como companheira, não irá demorar para que um apareça e te encante.
- Eu não irei casar antes de você, não sairei daqui até que nos duas estejamos noivas - Catherine fala com convicção, sua decisão estava tomada.
- Não pode fazer isso, pois nunca irei ficar noiva.
- Então eu nunca me casarei - Louise olha para sua amiga com lágrimas nos olhos, o que havia feito para encontrar pessoa tão boa quando Catherine?.
- E se eu realmente nunca me casar e você encontrar seu amor, irá se empedir de criar uma família?
- você é minha família. Estarei esperando pelo dia, para assim casarmos juntas, na mesma igreja, no mesmo dia, assim como passamos por tudo juntas, isso não será uma exceção.
Catherine Bryant.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Catherine Bryant
RomanceUm Casamentos bem arranjado, riquezas, família e modos são sinônimo de felicidade para muitas moças que almejam encontrar tais fortunos na vida. Para Catherine felicidade tem nome e sobrenome, menos existência. Seria possível alguém se apaixonar me...