Noite interminável

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Acordei com um grande pulo, demorei algum tempo para perceber a onde estou. Certo, na minha casa, nos Estados Unidos, não na Inglaterra. Depois de quase dois meses na Europa com ela, não consegui parar de pensar no seu gosto de morango, seus cabelos sedosos, seu sorriso meigo e contagiante, seus olhos esmeraldas... Balancei a cabeça afastando esses pensamentos da minha mente, sai do meu quarto e fui até a cozinha pegar um copo da água. Tente esquecer essa garota Hemmings. Falei para mim mesmo. Voltei para cama e acabei adormecendo.

Ela soltava várias risadas da minha expressão.
-Não se é possível se perder de propósito -olhei irritado para ela. Seus cabelos pretos voando sobe o seu rosto delicado.
-Claro que se é possível Luke, vamos, só precisamos pegar o metro e descer em qualquer lugar e pronto! Se está perdido na Inglaterra.
Olhei para Elizabeth sem acreditar no que ela acabará de dizer.
- Você é loca, isso sim. -sussurrei.
-Todos na vida tem um pouco de loucura "Mon amour" .
Soltei um suspiro.
-Então isso explica muita coisa.
-Do tipo?
-Tipo ficar perdido de propósito com uma garota que eu conheci faz dois dias.
-A vida realmente é curiosa não?
-Vamos logo.
Elizabeth não queria me mostrar para onde estávamos indo, então não me deixava ver quase nada. Depois de pegar dois metros acabamos em Peterborough, que ficava a 119 km de Londres. Mal pude por meu pé fora da estação do metro que Elizabeth me puxou para a rua.
-Vamos, tenho que lhe mostrar uma coisa.
-Tipo oque? Outro Hotel Schneider's? -provoquei, lembrando que seu pai era dono de vários hotéis ao redor da Europa.
-Nossa como você é engraçado! Mas não, vou te levar no Peterborough Cathedral.
Ao chegamos la fiquei de boca aberta. A Catredal de Peterborough é uma catedral no estilo românica de quase 44 metros de altura.
-Nossa, é incrível!
-Achei que você gostaria.
Olho para Elizabeth que está sorrindo com expectativa. Me pergunto porque essa linda garota ao meu lado se dispôs a ser uma guia turística a um garoto perdido.

Droga! Outro sonho. Porque não consigo tira-la da minha cabeça? Inglaterra, um lugar onde você pode realizar seus sonhos, ela havia me dito uma vez. Mas no memento o meus sonho se construiu na Inglaterra e ficou por lá. Olhei o relógio. 3:17. Preciso dormir e tirar Elizabeth da minha cabeça. Mas não consigo. Não consigo tirar o cheiro do seu perfume, não consigo parar de pensar em quando nós beijamos pela a primeira vez.

Estávamos em Norwich, no Eaton Park. Quando finalmente tomei coragem e lhe perguntei o que vinha me encomendando a tanto tempo.
-Então. -comecei -porque resolveu ser uma guia?
-Gostei da sua companhia. -falou dando de ombros.
- Sem essa, pode falar a verdade.
-Bem, eu estava afim de sair e curtir um pouco, é você está fazendo uma viajem sozinho. E pare de reclamar, você está dormindo em um ótimo hotel de luxo em vez de esta em um albergue qualquer.
-Saiba que eu anda não gosto disso, parece que estou lhe usando. Elizabeth me deu um sorriso torto, chegando mais perto.
-So porque estamos dormindo no hotel do meus pai, e estamos abusando pelo o fato dele ser o meus pai, não significa que está me usando. Na verdade eu estou te usando.
-Me usando? -levanto minhas sobrancelhas- Como?
-Assim.
E então ela me beijou. Foi um beijo doce, calmo e lento. Nunca gostei muito de morangos, mas depois do seu beijo, morango se tornou minha fruta preferida. Elizabeth tinha gosto de morango, hortelã e Elizabeth
. -Nossa -falei assim que nos afastamos para recuperamos o fôlego.

Sim, ela me usou. Fui até o banheiro lavar meu rosto. Me olhei no espelho. Meu cabelo dourado está todo bagunçado, meus olhos cinzentos sem ânimo e cheio que sono, porém não tenho vontade de dormir. Como dormir? Minha cabeça está girando em torno de várias perguntas. Porque ela havia feito aquilo? Porque eu? Porque deixou que eu me aproximasse? Mesmo depois de quase seis meses ainda não consigo tirar o meu caso de amor inglês da cabeça.

Vou até a piscina do Hotel Schneider's, preciso de um pouco de ar, porque vim a Europa? Porque eu vim para Londres? Ainda não sei porque aceitei vim, sei que meus pais queriam me dar alguma coisa memorável no meus aniversario de dezoito anos. Mas me dar uma viajem para mim ir sozinho a Europa? Não vejo muito sentido. Me sentei em uma espreguiçadeira quando a vi. Ela estava saindo da piscina, com um biquíni preto e uma visível cara de tédio. Ela deu uma olhada ao redor, como se estivesse procurando alguém então seus olhos pararam do outro lado da piscina, em um casa. A garota a olhou parecendo vitoriosa. Mas a garota a minha frente fez um gesto obsceno com o dedo para ela é virou o rosto, e seus olhos caíram sobre mim.
Ela sorriu e veio andando em minha direção.
- Tem alguém aqui? - perguntou apontando a espreguiçadeira ao meu lado.
Sua voz era doce e meiga, mas tinha um toque de ousadia e divertimento.
-Não, pode ficar a vontade. -foi tudo o que disse.
- Sei que você estava prestando atenção.-falou .
- Sei que não deveria ficar vendo a vida alheia, mas isso me deixou curioso.
-É? Oque lhe deixou curioso?
-O fato do seu namorado ter te traído. E de que você está conversando comigo apenas para fazer ciúmes nele.
Ela apenas levantou suas sobrancelhas.
-Perceptivo você não? Mal chegou e já está sabendo da minha vida amorosa.
Dei de ombros.
-Sou observador. Aliás, você é muito mais bonita do que aquela garota.
E essa foi uma das poucas vezes que há vi corar, era uma cena bonita e interessante de se ver.
-Valeu, eu acho- ela murmurou. Se recompondo ela levantou a suas mãos e disse: -Sou Elizabeth Schneider.
Levantei minhas sobrancelhas e ela apenas deu de ombros. Peguei sua mão e disse:
-Luke Hemmigs.

Afundei novamente na cama, já são 4:28. Droga! Tenho aula na manhã seguinte, preciso dormir! Encarando o teto bege, tento manter minha respiração lenta e calma, até que finalmente o sono vem.

Estávamos deitados sob a cama luxuosa em um dos hotéis do pai de Elizabeth, em Brighton.
. -Você simplesmente sai por ai, dormindo com estranhos? -pergunto enquanto passo meu nariz por seu cabelo. Como seu cheiro é divino.
-Sempre há sessões. -foi tudo o que ela disse.
-Hummm.
Elizabeth soltou uma de suas lindas risadas. Ouvimos alguém bater na porta.
-Deve ser o café da manhã - ela falou, se cobrindo com um robe e indo até a sala. Rolei da cama e coloquei um robe, parecido com o de Elizabeth. Fui até a sala, a encontrando sentada no chão, tomando seu chá que estava na mesa a sua frente. Depois de algum tempo ao seu lado, aprendi que tirando água, chá é a única coisa que ela bebe, não sei se isso é coisa de inglesa ou coisa de Elizabeth.
Me sentei a sua frente e tomei o meu café. Percebi que ela estava me encarando.
-O que?
-Nada - ela balançou a cabeça, quase como se quisesse tirar o que estava pensando da sua mente.
-Dez dólares pelo o seu pensamento? -ofereci.
-Proposta tentadora, mas terei que recusar.
-O que? Seus pensamentos são tão indecentes assim? Elizabeth riu e veio até mim, se sentando no meu colo e passando seus braços em volta do meu pescoço.
-Você não tem ideia.
E então ela me beijou.

A chuva caia sobre nós, nos deixando completamente encharcados.
-Vamos, consegui um carro para nós.
- Como conseguiu? - falei enquanto a deixava me conduzir pelas as ruas de Londres.
-Não queira saber.
Acabei rindo diante o seu comentário. Corremos por um quarteirão, quando Elizabeth se desequilibrou e caiu, me levando junto com ela. Em um movimento rápido soltei suas mãos e apoiei meu braço no concreto, para não machuca-la.
-Caralho! -disse ela gemendo de dor.
- Você esta bem?
-Com dor mais bem.
Sei que devia ter me levantado para que ela possa também se levantar, mas eu não consegui.
Fiquei enfeitiçado pelo seus divertidos olhos verdes.
-Pode parar de me olhar assim?
-Assim como? -perguntei fingindo inocência.
-Assim, no estilo. Vou-te-comer-aqui-e-agora.
-Eu não tenho esse olhar.
- Sim Luke, você tem. E é um olhar extremamente sexy aliás.
Rir e lhe dei um beijo. Não qualquer beijo. Um beijo molhado, cheio de paixão e desejo. Caramba, como eu a desejava! Quando nós afastamos Elizabeth empurrou de leve meus ombros simbolizando para eu me levantar. Assim que estava de pé, a ajudei a levantar.
- Mas que porra!
-O que foi? -perguntei.
-Nada de mais, só machuquei meu braço.
Chego mais perto dela.
-Posso arrumar um jeito de lhe fazer esquecer isso.
-Porque será que você sempre tem um jeito de em fazer esquecer as coisas?
Faço uma careta diante seu comentário, sabia que ela estava comigo apenas para esquecer o idiota do ex dela, mas isso não significa que eu também não posso aproveitar. Mas no final, acho que não vou conseguir ficar longe dela, não vou conseguir suportar a distância, mesmo eu querendo aproveitar o máximo possível. E eu temo isso, o momento em que eu tiver que lhe dizer adeus.
- Sem essa, vamos logo pegar o carro, que eu já não aguento mais ficar em baixo dessa chuva.
E então fomos atrás do tal carro. Parei quando demos de cara com um Audi R8 branco, que por sorte estava coberto.
-Nossa!
-Estamos sem tempo para ficar admirando -Elizabeth falou abrindo a porta traseira do carro -entrai ai.
- Sem tempo em? O que vamos fazer?
Ela me deu um sorriso pervertido.
-Vamos fazer o que eu vejo o que você quer, Sr. Olhar-sexy.
Me jogando dentro do carro ela ficou em cima de mim e fechou a porta.

Enfiando a cara no travesseiro pensei em todas as coisas boas que vivemos e como fui embora no dia seguinte a qual transamos dentro do seu carro. Poderia lhes contar que nos despedimos e mantivemos contato, mas não foi bem assim. Logo depois que acordei naquele carro, percebi que estava sozinho com um bilhete que dizia:

"Obrigada por tudo
~Elizabeth S. "

Apenas isso. Foi desse jeito que meu caso de amor inglês me deixou sozinho em Londres. Sim, Londres nos trás memórias inesquecíveis.

Crônicas de uma garota lunarOnde histórias criam vida. Descubra agora