As Górgonas

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Mergulhamos na escuridão do lago, não vou mentir, me surpreendi, o lago em que mergulhamos era, por fora, água cristalina, mas por dentro, era a grande e infinita escuridão.

Por causa da água, meus olhos começaram a lacrimejar, então os fechei.

Sinto um puxão no estômago e a umidade da água some, invés dela, passou um ar fresco no meu rosto.

Abro os olhos devagar e me deparo com uma crosta branca em volta de mim e de Mayara.

Sinto que estava ficando roxo, a ponto de desmaiar por causa do tamanho do tempo em que eu estava prendendo o ar.

_ Respira. Se não, ou você desmaia, ou você morre, e eu não quero ser responsável pela sua morte, ok?_ ela fala com raiva

_ Como assim respirar?! Estamos debaixo de um lag..._falo, mas, ao perceber que estava falando, paro abruptamente_Como eu...como você....como nós...?

_ Estamos respirando? _ ela interrompe_Faz parte dos meus poderes._fala orgulhosa_ Herdei do meu pai.

_ Você herdou quantas coisas do seu pai?! Troca comigo? _ pergunto e ela ri

_Bem, como tá o braço? _ ela pergunta olhando pro meu braço esquerdo

Quando ela terminou de falar, uma dor horrível percorre meu braço até minha cabeça e vai se alastrando pelo meu corpo.

Gemo de dor.

_ Eu cuido disso. _ ela fala e uma bolha igual aquela, só que menor, igual uma bola de gude, aparece na mão dela_ Coloca. E não tenha medo de respirar._ ela fala me dando a bola

Coloco a bolha perto do meu rosto me perguntando como aquilo pode caber na minha cabeça, mas estava disposto a tentar.
Coloco a bolha mais perto do meu rosto e uma luz verde começa a emitir dela, não muito forte, portanto continuei com os olhos abertos, a bolha foi se alargando até eu me ver segurando uma bolha igual a que os mergulhadores usam, só que invés de ela ser de metal, a que eu estava segurando era de oxigênio, literalmente, eu literalmente sentia o gás na minha mão.

Tinha um buraco embaixo, grande o bastante para caber minha cabeça, enfio minha cabeça lá e me surpreendo, mais uma vez, lá dentro era super espaçoso, minha cabeça ficava à dois palmos do "vidro" e por dentro, tudo parecia muito sólido, ao invés de parecer gasoso.

Mayara estende a mão e a bolha de oxigênio que estava cobrindo os dois se desfez e me vi no meio de um lago, por fora cristalino e por dentro escuro.

Passo o máximo de tempo prendendo a respiração, mas quando sinto que não consigo mais, solto o ar e finalmente, posso respirar.

Mayara segura minha mão e sinto meu sangue ferver, Não, literalmente ferver, meu sangue começou a esquentar e fiz uma careta, uma luz amarela, vermelha e laranja cobre minha visão, semicerro os olhos e meu sangue ferve ainda mais.
Começo a gritar e a berrar, mais quanto mais faço isso, mais meu sangue esquenta, quando pensei que ia desmaiar, meu sangue esfria e meus pés tocam o chão de uma cozinha.

Olho ao redor e vejo que estávamos ao lado de uma fileira de fogões velhos e enferrujados com uma cozinheira de uniforme laranja e vermelho cozinhando uma galinha.

Quando ela nos ver começa a berrar e a gritar, correndo e se afastando de nós.

_ AHHHHHHHHH! COMO VOCÊS...O QUEEEE...SOCORROOOO!_ ela gritava e esperneava tentando abrir a porta que estava fechada

Quando consegue abrir a porta, sai gritando por ajuda.

Me sinto tonto e sem nenhuma força, olho pra Mayara que estava com a mesma cara.

Helena Klark - A Herdeira da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora