Helena Klark - A Herdeira da Magia

Eidolons

_HELENAAAAAAA_ grito vendo um vulto negro atrás dela com uma pedra

Ela me olha e a pedra acerta em cheio a cabeça dela, ela cai de cara no chão e eu solto um grito agudo.
O mesmo vulto negro vai pro lado das mulheres e uma escuridão as envolve.

_SAI DE CIMA DE MIM!_ uma das mulheres grita

Ando mais pra frente e estendo a mão, a minha mão fica coberta em escuridão, tão densa que eu sentia nuvens de fumaça negra nelas.
A fumaça começa a me puxar e eu seguro o braço que estava sendo puxado com a outra mão, mas isso só fez com que a fumaça começasse a puxar meu outro braço.
Começo a me debater e dar chutes e socos no ar, a fumaça começa a me puxar até minha cabeça entrar dentro dela.

Não consigo respirar!

Meus pulmões se enchem de fumaça e eu prendo a respiração. Sinto um braço me puxando e começo a me debater ainda mais.
_Pelo amor de Zeus, Miguel! Eu estou te ajudando! _Mayara fala levemente irritada

Paro de me debater e espero até estar totalmente fora da fumaça para poder soltar a respiração que eu estava prendendo.

_O que é aquilo?_ pergunto me referindo a fumaça negra

_ Eu não sei. Cadê a Helena? _ ela pergunta

_ Tá ali no chão desmaiada._ falo aprontando para o lugar em meio a neblina em que ela tinha caído

_ Espero que saiba prender a respiração. _ ela diz amarrando o cabelo em um rabo de cavalo

_ Também espero. _ sussurro

Entramos na neblina e eu não consigo ver nada, só o grande e infinito breu.
Andamos por alguns segundos e sinto alguma coisa segurar minha mão.
Pego a mão e torço, fazendo a pessoa cair no chão.

_ Calma seu imbecil, sou eu._ Mayara diz irritada

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, sinto uma coisa atrás de mim me empurrar, me fazendo cair de cara no chão.
Ouço um grito de Mayara e me levanto.
Pego a varinha do bolso e me concentro.

_ Lux._ sussurro torcendo pra dar certo pois nunca tinha feito aquele feitiço

Um feixe de luz irrompeu da ponta da minha varinha, não o bastante pra iluminar tudo, mas pelo menos o bastante para eu conseguir ver o que está a mais ou menos 2 metros minha frente.
Viro a varinha para o meu lado esquerdo e vejo Mayara, apertando os olhos e prendendo a respiração.
Me seguro pra não rir, ela tava muito engraçada.
Ela me olha com um de: Se você rir, essa será a última coisa que fará na vida.

Viro a varinha para o meu lado direito e consigo ver vários vultos negros em nossa volta, nos rodeando e rodeando as mulheres e Helena que ainda estava no chão, desmaiada.
Mayara aperta minha mão.

_ O que foi?_ pergunto

_ Eu acho que sei o que é isso._ ela fala temerosa

_ O que?_ pergunto

Antes que ela pudesse responder a minha pergunta, sinto que aquela fumaça estava se esvaindo e solto o ar que estava prendendo, Mayara faz a mesma coisa.

A fumaça desapareceu e eu pude ver tudo com clareza.
As mulheres estavam sentadas atordoadas e os olhos vidrados e dourados.

_Cuidado! Vocês não terão tanta sorte! _ uma voz fria e vazia falou

Helena estava caída no chão, mas assim que a voz falou, ela se levanto e ficou de pé.
Só que agora, invés daqueles olhos azuis lindos, agora ela estava com olhos dourados e vidrados.

Ela tira a adaga de prata que a gente tinha usado pra matar os lobisomens do bolso, aponta pra mim e atira. Mayara me puxa pra trás de um arbusto morto a tempo de ver adaga se cravar no lugar em que antes estava minha cabeça.

_ O que é isso?!_ pergunto atônito_ Essa não é a Helena que eu conheço!

_ Aquilo são eidolons. Espíritos do mundo inferior. Eles possuem as pessoas._ ela fala

_ Mas isso é um mito! Não existe!_ falo

_ Que eu saiba, magia também não era pra existir._ ela fala

_ Mas..._ antes que eu pudesse terminar sinto a temperatura esquentar e me viro

O arbusto em que a gente estava, TINHA ACABADO DE PEGAR FOGO!!!!

_ AHHHHHHHHH_ grito me levantando

Uma mulher ruiva, baixa, de vestido laranja e bronzeada sorria friamente atrás de nós.
Um buraco na terra se abre embaixo de nós e caímos no centro de um círculo das três mulheres e Helena.

_ Vocês vão morrer! _ Helena fala, mas a voz não era dela, era a mesma voz fria que tinha falado antes

As mulheres começam a se aproximar, fechando o cerco.
Olho pro lado e vejo Mayara chorando compulsivamente e murmurando alguma coisa que parecia uma mistura de grego antigo e latim.

Uma mulher negra de cabelos pretos e vestido verde se aproxima e fala:

_ Ah, semideusa, Você pode se juntar a nós. _ ela fala se referindo a Mayara

Semideusa!!! Ninguém é semideus aqui não!!!

_Feiticeiro!_ Helena fala se referindo a mim_ Já você, não. Você desrespeitou nossa senhora. Não merece viver!

Um vento forte nos arrasta e batemos numa árvore.

_ Cadê o colar dela?_ Mayara pergunta como se isso fosse a coisa mais importante do momento

_ Eu não sei! Por que?_ pergunto

_ Por favor! Eu conheço a história dela. Ele é o amuleto de proteção dela, além de guardar...outra coisa. _ela fala

_ Então quer dizer que, se colocarmos o colar nela, ela vai voltar ao normal?_pergunto_ Que outra coisa?

_ Se ela não te contou eu que não vou contar, não quero flutuar._ ela fala rindo e eu lembro da Theia e rio também_ E sim, se colocarmos o colar nela, ela vai voltar ao normal.

Outro vento forte nos varre até batermos em outra árvore.

_ QUAL É AURORA?!_Mayara grita

_ Quem é Aurora?_pergunto rindo

_ A guardiã do ar._ ela responde entre dentes

Nos levantando quando ouvimos passos apressados na nossa direção.
Começamos a correr até não conseguir mais sentir meus pés.
Me encosto numa árvore tentando puxar ar para respirar.

_ Precisamos...de...de...ajuda._ falo tentando respirar

_Sim._ela fala também ofegante

A temperatura aumenta e aparece quatro buracos no chão, tão grandes que cada buraco caberiam uma porta dentro.
E deles saiem Helena e as três guardiãs, que naquele momento eu já estava chutando do que elas eram guardiãs.

_ Vocês não sabem com quem estão lidando! _a rip fala

_ Prefiro continuar sem saber._ falo e começo a correr puxando Mayara pelo braço

Uma explosão enorme aparece na minha frente, fazendo eu e Mayara cairmos pra trás.

_ Tem certeza feiticeiro? _ "Helena" fala colocando a adaga dela no meu pescoço