Capítulo 4 - De volta à escola

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Depois da suspensão estive a reflectir e me arrependi de ter feito aquilo, agi como um ser irracional.

Já se tinha passado a semana da suspensão e no dia seguinte tinha que ir para a escola. De certeza que eu seria o centro das atenções, mas já me tinha preparado psicologicamente para todos os tipos de perguntas e a maneira que as pessoas iam olhar para mim.

Durante a semana falei com o Gio e o Laerson apenas. Com os demais rapazes não tive nenhum tipo de contacto.

9h:30min pm.

Estava no meu quarto quando escutei a porta a ser aberta vagarosamente.

_ Posso entrar filho?! - diz a minha mãe já entrando.

_ Sim mãe - digo olhando para o livro.

_ Está tudo bem contigo? você está aqui a uma hora filho - diz preocupada.

_ Está tudo bem mãe, estou só a fazer umas anotações aqui - digo riscando umas frases do livro.

_ Bem filho, eu não queria incomodar você, mas precisamos conversar - diz se sentando ao meu lado.

_ Claro mãe! O que foi?! - digo ainda riscando as frases.

_ Amanhã tu vais à escola, e não quero que te metas em confusão outra vez Peter - diz séria e preocupada.

_ Está bem mãe - digo não prestando muita atenção.

_ Peter, prometes para mim que vais te comportar e não me vais decepcionar outra vez?! - diz num tom melancólico.

Olhei para ela, e... fechendo o livro digo:

_ Mãe, peço desculpa por ter lhe decepcionado, de coração - digo sério.

Continuei:

_ Isso já não vai voltar a acontecer, eu prometo.

_ Obrigado meu amor, obrigado por seres tu! - ela diz sorridente.

_ Eu é que agradeço por ter uma mãe como a senhora - digo abraçando ela.

_ Ah, vou ter que descer, estou a fazer pastéis, trago alguns para ti filho - ela diz se levantando.

_ Não precisa mãe, obrigado, vou ter que terminar de fazer algumas anotações e de seguida dormir porque amanhã terei que levantar cedo - digo abrindo novamente o livro.

_ Está bem filho, durma bem - ela diz me dando um beijo na testa.

De seguida ela saiu e eu continuei com as minhas anotações.

Estava a morrer de sono, pus o livro de lado e deitei. Em poucos minutos apaguei.

6h:30min am

Levantei antes mesmo do alarme ter tocado, era suposto ele tocar 6h:40 am. Mas como queria chegar cedo, acordei mais cedo ainda.

A ansiedade tomava conta de mim, sei que eu tinha me preparado mas, ainda assim eu estava ansioso.
Considerei aquilo como normal, qualquer um no meu lugar ficaria ansioso "eu acho".

Não demorei a me preparar, desci para tomar o pequeno almoço e em pouco tempo saí de casa com a minha mãe em direcção à escola.

Meu pai estava viajando em missão de serviço. Ele é um empresário de sucesso, está sempre trabalhando e tem pouco tempo para a família "infelizmente".

Durante o caminho conversava com a minha mãe sobre um familiar meu que agrediu a sua namorada e acabou detido.

_ É filho, o crime não compensa - ela diz enquanto estacionava a viatura.

_ Como o Victor foi fazer isso?! Ele parecia ser tranquilo. - digo.

_ Só parecia mesmo - ela diz se despedindo de mim com um beijo.

_ Tchau mãe - digo saindo do carro.

_ Tchau filho, e não te metas em confusão por favor - ela diz chamando a minha atenção.

_ Está bem mãe - digo entrando na escola.

Havia muita gente no pátio, o pátio era vago e lindo, rodeado de jardins com com plantas e flores de várias cores.

Pensei em ir direito à sala da directora Celeste. Mas ela por sinal estava me esperando aí no pátio.

_ Peter Arcalleth - ela diz chamando a minha atenção.

_ Bom dia directora Celeste, eu estava indo justamente para a sua sala - digo atrapalhadamente.

_ Que bom que estava indo para a minha sala - ela diz séria.

_ Bom... directora eu queria me desculpar pela Briga que houve na semana passada, é que...

_ Não diga mais nada menino - ela diz me interrompendo.

_ Isso não é uma academia de luta, espero que nunca mais isso volte a se repetir - ela continuou dizendo seriamente:

_ Não quero que o meu colégio seja visto como um lugar que alberga delinquentes, estamos entendidos?!

- Está bem senhora directora - digo calmamente.

Eu sei que ela não me considerava um delinquente, notou-se que ela estava com os nervos a flor da pele.

_ Podes ir para a sala de aula - diz me indicando a minha nova sala de aula.

De seguida fui para sala, que por sinal quase todos os colegas já lá estavam me esperando.

_ Chegou o campeão nacional de boxe - disse a Inês Joana.

A Inês é uma colega muito extrovertida, nos conhecemos no ano passado. Fizemos alguns trabalhos e temos uma boa relação. Ela relaciona-se bem com todos, é linda, engraçada, e inteligente...

_ Parece que sou temido agora - digo num tom engraçado.

_ Seja bem vindo boxeador - diz o David Henderson.

_ Valeu - digo ainda num tom engraçado.

Ele é muito fixe, somos colegas desde o ano passado também, aliás, excepto o Gio, todos os colegas do ensino médio os conheci apenas no ano passado, mas damo-nos muito bem.

Foi igual com os demais colegas, saudações, perguntas sobre a briga, e como tinham sido as férias. A relação era boa com todo mundo, eu gostava deles e parecia que eles também gostavam de mim.

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