Três anos

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Voltei.

Esse foi o projeto mais rápido da minha vida. Comecei ele há exatos trinta minutos e postei. Milagres acontecem. As catradora me deixam inspirada, obrigada por tudo.

(Era meio que pra ser um drabble, mas eu não sou boa com isso rs)

Sinopse: Catra ouve a risada de Adora após três anos.

Baseado no episódio "Shot in the dark", E9 da quinta temporada

Boa leitura 💖

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Uma parte de Catra tinha esquecido como era o som da risada de Adora.

Crescer em um quartel não fez de ambas as criaturas mais risonhas de Etéria, mas mesmo assim, em algumas vezes raras, Adora sorria. Seja uma pequena linha zangada no canto do rosto, mostrando que ela estava se controlando para manter-se firme pelas teimosias de Catra, ou uma risada aberta que se transformava em gargalhadas quando estavam juntas.

Catra não admitia, ela jamais admitiria em frente àquela cabeçuda convencida, mas ela amava a forma como o cabelo dela se movia e sua cabeça tombava, seus olhos se fechando. A face pálida dela sempre se torna avermelhada e o som da risada fazia com que o coração se aquecesse de uma maneira estranha. A risada dela fazia com que o interior de Catra ficasse mais cálido, e tudo parecesse bem. Não importasse o quão ruim as coisas estivessem, elas ficavam bem quando Adora sorria.

Porém, a sensação boa de sorrir morreu assim que ela se foi.

Foram tantos anos separadas que Catra realmente se esqueceu como era sorrir, contagiada por ela. Às vezes, quando ela ouvia uma risada aleatória, se sentia zangada e ressentida, porque elas não deveriam estar ali. Eles estavam em guerra, tinham que tramar estratégias e não sorrir pelos cantos.

E talvez, porque não fossem como a risada de Adora.

E o que a matava ainda mais e aquecia seu interior ─agora em uma raiva descomunal─era ver o sorriso da inimiga moldar seu rosto. Catra repetia e repetia para si mesma que era por conta daquele sorriso significar a sua derrota. Mas ela sabia que toda vez que via a expressão de Adora se transformar em um sorriso, suas entranhas se retorciam e ela se sentia mal, quase doente. Não por ter perdido e ver a comemoração deles em sua frente.

Era pelo sorriso dela. Era pelos novos amigos que ela sorria. Adora tinha trocado, tinha a abandonado e uma parte dela achou que o sorriso de Adora nunca tinha sido tão radiante quanto como ela estava com eles. Eles a faziam felizes. Eles não eram Catra.

Então aquilo aumentava ainda mais a chama de raiva que a consumia.

Catra achou que nunca mais a veria sorrir e realmente se sentiu conformada quando se sacrificou por ela. Ela se conformou com os momentos gravados como uma tatuagem no fundo da sua mente e foi nessa pequena lembrança que ela se agarrou quando sentiu que não tinha mais jeito. Que nenhum ser no universo se importaria com ela. Ela nunca imaginaria que dentre todos os seres, logo Adora se importaria com ela depois de tudo com que passaram. Ela nunca imaginaria que em colocaria sua vida em risco para salvá-la.

Ela nunca imaginou que poderia rir com Adora novamente.

Mas agora, na atmosfera de um planeta estranho que lhe causava arrepios, ela percebia que coisas incomuns aconteciam a todos os momentos agora que ela supostamente tinha ido para o lado oposto. Enquanto tentava tirar o capacete feito especialmente para ela que não cooperava para sair, ela ouviu a risada de todos aqueles idiotas que não tinham senso de direção ou liderança. Ela realmente estava tentando controlar seus ânimos, já que agora eles não eram mais inimigos, mas chamá-la de fofa era algo realmente irritante. Ela estava prestes a retrucar todas aquelas risadas, quando algo chamou sua atenção.

Suas orelhas se moveram enquanto seus olhos se voltaram para a figura loira a sua frente.

Adora sorria. Sorria de verdade, seus olhos contraídos e seu cabelo jogado para trás, lágrimas se formando abaixo de seus olhos. E sua face corada como todas as vezes que elas haviam sorrido juntas depois de um do longo e cansativo.

Catra respirou fundo, procurando um traço em si mesma de que estaria zangado, mas ela se sentiu novamente bem por ouvir uma risada. E não uma risada. A risada dela. Adora ria para ela novamente, da forma como sempre tinha sido.

Seus ombros relaxaram e ela senriu um sorriso nascer nos seus proprios lábios.

Catra ainda não diria, mas ela ainda amava a forma como Adora se portava quando ria. Ela sentiu seu peito aquecer, pois faziam três anos. Então uma parte de si mesma realmente não se importou quando os amigos de Adora implicaram com seu jeito ou suas orelhas, porque aquilo não tinha mais importância. Ela ouvia um som que não escutava há mais de mil e noventa e cinco dias.

E mesmo depois de todo esse tempo, risada dela ainda a contagiava e fazia sentir cálida por dentro.

Catra sentiu que poderia usar capacetes apertados pelo resto de sua vida. Porque tudo ficava bem quando Adora sorria.

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⏰ Última atualização: May 27, 2020 ⏰

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