POV Josh
Any sempre foi a menina mais linda da escola. Ela tinha aquele sorriso que iluminava os corredores e as melhores notas da turma. Não que minhas notas fossem ruins – na verdade, eu era o nerd da física quântica – mas isso não importava. Eu era o garoto estranho, o que sentava no fundo da sala com a cara enfiada nos livros, sem amigos, sem destaque. E Any? Ela era o centro das atenções, namorava Noah Urrea, o cara popular. Eu sabia que não tinha a menor chance.
Lembro de uma vez em que ouvi ela me chamar de "Menino Oceano". Não sei se ela falou na brincadeira ou se nem percebeu que eu estava por perto, mas aquele nome ficou comigo. Talvez tenha sido daí que surgiu a ideia de me chamar de MO.
Por mais que eu fosse apaixonado por Any, nunca poderia me aproximar enquanto ela estivesse com Noah. Vi de longe o relacionamento deles, torcendo para que ela fosse feliz, mesmo que isso significasse enterrar meus sentimentos. Dizem que quem ama deixa ir, não é? Mesmo que ela nunca tivesse estado comigo, eu precisava deixá-la seguir sua vida. Eu era apenas o esquisito da sala, não tinha lugar ao lado dela.
Quando terminei a escola, me afastei. Me joguei no meu mundo – tecnologia, física, poesia. Comecei a desenvolver habilidades, a criar coisas. Tornei-me especialista em dança e até me arrisquei no canto, mas o que eu realmente amava era a tecnologia. A Future Technology foi minha grande criação, a maior empresa do setor no continente, e eu me escondia por trás dela. Nunca revelei minha identidade publicamente. Não queria que minha vida pessoal fosse exposta, muito menos o meu passado. Ser discreto sempre foi minha forma de proteção, especialmente contra a pressão que vem com o sucesso.
Anos depois, o destino, ou o acaso, me trouxe de volta para perto de Any. Quando a vi naquele prédio, mal pude acreditar. Ela não parecia se lembrar de mim, e eu soube imediatamente que algo não estava bem. Não era mais a Any radiante da escola, aquela menina cheia de vida e confiança. Então, soube que ela havia terminado com Noah. Por mais que quisesse ignorar, algo dentro de mim se mexeu. Uma ideia surgiu na minha cabeça: **por que não ajudá-la a superar?**
Eu a amava o suficiente para querer vê-la feliz, mesmo que isso significasse que eu jamais fosse parte da equação. Passei tanto tempo longe, quieto, porque nunca quis interferir no relacionamento dela. Se me aproximasse, poderia atrapalhar, poderia magoá-la. E isso era a última coisa que eu queria. Mas agora, ela estava livre, e talvez fosse o momento de mostrar que, mesmo que de longe, eu sempre estive aqui por ela.
Decidi começar de forma sutil. Com meu tempo livre e habilidades desenvolvidas ao longo dos anos, escrevi uma poesia. Algo que pudesse tocar o coração dela, que pudesse lembrá-la de sua força. Peguei uma rosa branca, símbolo de pureza e novos começos, e escrevi a primeira carta, deixando-a na porta do seu apartamento. Sabia que ela precisava de algo para ajudá-la a se erguer, e eu estava disposto a ser esse apoio, mesmo que ela não soubesse que era eu.
Eu criei a Future Technology, e ironicamente, Any trabalha na minha empresa. Ela não tem ideia de que o "chefe misterioso" que nunca aparece nas reuniões presenciais sou eu. Minha ausência pessoal nas reuniões não tem nada a ver com ela. É apenas uma questão de manter minha privacidade intacta diante da mídia. Sendo dono da maior empresa de tecnologia do continente, a última coisa que quero é ter minha vida pessoal exposta em jornais ou sites de fofoca. Por isso, mantenho uma identidade discreta. E, honestamente, sempre preferi o anonimato. Prefiro que o mundo me veja pelas minhas criações, não pela minha vida particular.
É claro que minha timidez também contribui para isso. Sempre fui introvertido, e mesmo depois de todo o sucesso que alcancei, ainda estou aprendendo a lidar com isso. Passei boa parte da minha vida evitando relacionamentos. Tive apenas um namoro, e isso porque minha mãe insistiu. Ela achava que eu morreria sozinho, que nunca teria filhos para ela mimar. O namoro durou apenas dois meses, e não porque a garota fosse ruim – ela era uma boa pessoa, mas não me fazia sentir nada além de atração superficial. Eu queria algo mais profundo. E toda vez que pensava em amor verdadeiro, pensava em Any.

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𝗖𝗼𝗺 𝗖𝗮𝗿𝗶𝗻𝗵𝗼 - 𝖡𝖾𝖺𝗎𝖺𝗇𝗒 ✔︎ Sendo Reescrita
Fanfiction𝐴𝑛𝑦 𝐺𝑎𝑏𝑟𝑖𝑒𝑙𝑙𝑦 𝑢𝑚𝑎 𝑗𝑜𝑣𝑒𝑚 𝑑𝑒 20 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑧𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑜́𝑡𝑖𝑚𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎, 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜, 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑚 𝑜́𝑡𝑖𝑚𝑜 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑎𝑑𝑣𝑜𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑚�...