Sasuke:Naquele momento eu sentia medo. Meu peito doía. O que ele teria feito a ela? A adrenalina esquentava todo o meu corpo e a raiva me consumia. Era inadmissível que nem machucada ela tinha paz. Olhei a piscina tentando me fazer pensar, então bem distante na linha da água vi algumas bolhas, sem pensar duas vezes pulei na água absurdamente gelada. A piscina daquela casa era muito funda, muito mesmo. Um dos exageros de Fugaku.
A cena que se seguiu me chocou. Em volta da moça de longos cabelos róseos morbidamente flutuantes havia sangue. Nadei até ela a encarando melhor. O sangue era de um outro corte na cabeça dela, visivelmente menos profundo que o último, dessa vez na nuca, e de um ferimento no ombro. Haviam cravado o ombro dela na lança de uma das pesadas estátuas da mansão e simplesmente a jogaram ali. Eu não deveria ficar chocado com a crueldade... Mas ela ainda me chocava. Principalmente com pessoas como ela.
Eu agia por pura adrenalina. Puxei ela em desespero e com o devido cuidado, não sabia o que tinha sido comprometido, mas não sabia há quanto tempo ela estava ali em baixo, subi a superfície o mais rápido possível com ela, puxava o corpo leve ainda desesperado. Com aquele medo que eu não desejava aos meus piores inimigos. Saímos da piscina e eu a coloquei no chão, começava com a manobra de respiração boca a boca, insuflava seus pulmões duas vezes e voltava com 0s 30 movimentos da massagem cardíaca. Minha visão estava ficando turva pelo choro, mas a minha esperança ainda me manteve.
—VAMOS SAKURA! – Gritei em desespero. Tentei mais algumas vezes e eu já começava a perder a esperança.
—SAKURA! -O desespero nublou minha mente.
—SAKURA!
Depois de minutos de massagem em que eu experimentei novamente o inferno provocado pelo medo da perda, dos lábios arroxeados saiu grande quantidade de água. Vias aéreas desobstruídas. Os olhos verdes dela me encaravam arregalados, e então eles se reviravam, apoiei sua cabeça em minhas mãos. Presa pelo ombro em uma estátua?Aquilo deve ter doído tanto. Eu não pude proteger meu amor... Mais uma vez. Sakura apagou de novo.
—N-não...
—SAKURA NÃO VAI NÃO! -BERREI. Madara verificava seu pulso.
—Ainda está viva. Está respirando. Essa ferida está feia, mas a ambulância já está chegando. -Ele dizia.
O medo era visceral em mim. Pensar na possibilidade de não a ter mais, me corroía, me machucava. Pensar que minha garota poderia ir embora por isso... Que ela poderia me deixar por mais uma maldade tão grande do mundo me fez querer morrer. Peguei o corpo frágil e mole em meus braços sentindo que havia a perdido. A mesma dor insuportável de quando eu perdi meus pais me assombrava. A mesma dor de mais uma vez ser enganado pela vida me doía. Ela não... ELA NÃO! Deus por favor... Não a leve!
—S-Sakura. Haruno. Não me deixe... Não me deixe meu amor... Não me deixe! –Pedia a ela em vão. Sentia o maldito líquido descer por meu rosto. Me sentia perdido. Me encontrava em uma mistura de dor e ódio.
Ela ainda respirava, minha mão segurava sua cabeça e eu a trouxe para mais perto, beijei-lhe a testa e a abracei tentando buscar a garota de temperatura corporal mais elevada que a minha, mas não a senti, senti apenas o corpo gelado. Sentia o cheiro dos cabelos molhados agora mais inebriante. A olhei novamente certificando-me que ela ainda respirava como disse Madara. E de fato ela o fazia, mas por que não abria seus olhos? Aqueles olhos verdes que eu confesso perder minutos observando. Os sons em volta não me faziam tirar os olhos dela. Apenas senti me tomarem ela dos braços, encarei quem o havia feito, eram os socorristas, enrolaram ela em um tecido, creio que para manter sua temperatura.
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Urban Angel [ Terminada ]
Diversos[História Reformada 05/2022] "Tolo, o que seria ser tolo? Talvez eu possa lhe mostrar contando a minha história." Em toda a mídia se ouvia sobre o terrível caso do magnata podre de rico. Sasuke Uchiha, o homem cujo o qual sofrera um golpe de sua am...