"Ela pegou minha mão e disse: 'Há espaço neste mundo para todo mundo e amor mais

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Só para dar contexto: sou de um lugar nos Estados Unidos que não é conhecido por seu apoio à diversidade ou inclusão. No entanto, a cidade que eu moro é uma exceção. Além disso, na época, minha avó estava lutando contra vários problemas de saúde que não só a deixaram fisicamente acamada, mas que também alterariam suas ideias sobre o mundo, sua saúde mental e aspectos de sua personalidade.
Eu fui convidado pelo prefeito da minha cidade para falar num evento tipo TED sobre a realidade de se identificar como LGBTQ na região onde eu moro. Eu fiquei nervoso de fazer isso, já que ainda não tinha contado sobre isso para meus avós ou para o restante da família, mas pensei que eu poderia fazer isso de forma discreta como se não fosse nada demais.
Felizmente isto não aconteceu e um dia antes saíram várias notas na imprensa sobre o evento e eu comecei a receber ligações de vários jornalistas. Além disso, recebi uma ligação da minha mãe dizendo que eu precisava passar em casa porque ela não achou justo com a família - com quem eu tinha um ótimo relacionamento - descobrir que eu era gay pelo canal de notícias local.
Eu me lembro de dirigir uma hora até minha casa e de ficar nervoso sobre como minha avó reagiria. Eu sabia que ela me amava, mas devido aos problemas de saúde, não estava certo de como ela reagiria ou o que ela diria.
Quando cheguei na casa dela, ela estava dormindo e eu tive que esperar pelo que pareceu uma eternidade para falar com ela. Ela finalmente acordou e me pediu para sentar com ela em sua varanda.
Falamos sobre como finalmente o sol apareceu, como as flores estavam começando a florescer e como os pássaros estavam mais barulhentos do que o normal. Então, houve uma pausa na conversa e eu falei: "Vó, eu sou gay". Sem hesitação e sem pausa na conversa, ela pegou minha mão e simplesmente disse, "Há espaço neste mundo para todo mundo e amor mais do que suficiente. Eu amo você."
Eu imediatamente comecei a chorar e ela continuou a dizer que só queria que eu fosse feliz. Ela me perguntou se eu estava em um relacionamento e o que me motivou a me revelar. Quando eu contei a ela sobre o evento e como fui convidado para falar, seus olhos começaram a lacrimejar e ela me disse que estava orgulhosa de mim e que precisávamos comemorar no domingo após a igreja.
No dia seguinte, quando chegou o momento de me apresentar, eu percebi um pequeno movimento nos fundos da sala. Era minha avó acompanhada pela minha família inteira. É claro que eu comecei a chorar. Quando terminou a apresentação e fui encontrá-los, ela disse que não perderia isso por nada e, no dia anterior, assim que eu deixei a casa dela, ela ligou pra família toda e os convocou para estar ali com ela.
Deste dia em diante, eu ainda não consigo falar sobre isso sem chorar. Eu sempre fui o garotinho da vovó e, com certeza, o que tinha um vínculo especial com ela. Hoje em dia somos ainda mais apegados

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