c h ɑ p i t r e c i n q

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O capitão passou a mão por entre os fios grisalhos, as maçãs do rosto perderam a cor ao puxar uma cadeira para se sentar defronte a mesa onde Maria havia sentado — a mesa que Hector cedera para poder sentar-se entre Denyel e Kim, explicando para o...

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O capitão passou a mão por entre os fios grisalhos, as maçãs do rosto perderam a cor ao puxar uma cadeira para se sentar defronte a mesa onde Maria havia sentado — a mesa que Hector cedera para poder sentar-se entre Denyel e Kim, explicando para o chefe o que os dois descobriram com a Srta. Amoto no hospital.

E para que Hector advertisse Kim discretamente, devido à careta que exibiu quando a troca de lugares temporária foi sugerida. "Não deixe o lance entre os dois interferir na investigação.", detetive Brown dissera antes de ir buscar os documentos arquivados, solicitados pela doutora.

Por mais que Na-moo detestasse admitir (mais uma vez naquele dia), Hector estava certo. Ele não podia deixar que os sentimentos pessoais interferissem em seu trabalho, porém a reação que expressou não foi proposital. Kim tendia a demorar para dissociar algo a alguém, quando sua opinião sobre determinado assunto já havia sido formada.

Assim, era difícil se livrar da primeira impressão deixada por Maria em seu encontro fracassado. Mas quando Na-moo se lembrou da mensagem de Sol, tentou manter em mente todas às vezes em que se precipitou julgando o caráter de alguém.

Havia acontecido isso com Hector Brown, ao se conhecerem na academia de polícia, e com Sol, na época em que se conheceram, durante o colegial. Brown parecia animado demais para Kim, naquela época, pois mal conseguira superar o trauma pelo qual a mãe e o irmão haviam passado, enquanto esteve na casa da avó — do outro lado do país. Tudo que Na-moo queria, quando entrou na academia de polícia, após a formatura no colegial, era passar seu tempo sozinho, em silêncio, refletindo sobre como poderia ajudar a reestruturar o que restara de sua família. Ele chegou até mesmo a pensar que Hector estava a fim dele, romanticamente falando, e que por isso o perturbava constantemente sempre que retornavam para o dormitório — depois de um dia cansativo de atividades.

Mas não tardou para notar que aquele era o jeito do detetive Brown, enérgico e falante. Hector só podia ser ele mesmo quando estavam sozinhos, pois os oficiais não levavam a sério cadetes com personalidade animada e excessivamente extrovertidos, mesmo se o cadete em questão tivesse resultados excelentes em qualquer atividade. Hector era como uma criança com bateria infinitamente potente.

E Sol, a quem via como uma menininha popular, de nariz empinado, era muito mais do que a herdeira de uma família rica.

Talvez o mesmo acontecesse com a Dra. Ahn se tentasse conhecê-la melhor... ou se permitisse que o assunto que tentava evitar, com tanto afinco, fosse abordado.

— Não havia câmeras nos arredores onde a família Amoto vivia. Também não havia câmeras nos locais onde a família assassinada na fábrica morava, nem na rua principal, que vai até o casarão na Colina Hampshire. — Hector exprimiu, soltando uma caixa de papelão pesada na frente do parceiro e assim arrancando-o dos devaneios. — Acreditamos que as vítimas foram abordadas pelo culpado separadamente, e embebidas com clorofórmio, pois ambas possuíam vestígios da substância no sangue, como estão cansados de saber.

ᴏᴜ ɪsᴛᴏ ᴏᴜ ᴀǫᴜɪʟᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora