[vencedor do Wattys 2022 na categoria mistério & suspense]
"E se existisse um assassino usando um poema para 𝘵𝘰𝘳𝘵𝘶𝘳𝘢𝘳 suas vítimas?"
Uma série de assassinatos tem início em uma pacata cidade do interior, e o padrão encontrado nas cenas dos c...
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Na-moo Kim estava parado defronte ao painel da sala de segurança quando Hector entrou.
Ele esfregava o queixo com a mão esquerda, os olhos marrom-café cravados nos monitores do supermercado, enquanto um dos seguranças avançava e pausava as filmagens conforme era instruído.
Hector se aproximou, fincando as mãos no bolso do jeans.
— Encontrou algo? — inquiriu, observando as gravações do início da tarde.
Na-moo apontou com o queixo para o monitor oito, onde a senhora de madeixas cacheadas empurrava um carrinho enquanto uma garota mais jovem jogava salgadinhos e chocolates lá dentro. Apesar de os fios cacheados serem um tom mais claros que os da irmã, a semelhança entre Runa e Hayley era visível.
Hector cerrou os olhos, aquela cena havia sido capturada pelas câmeras de segurança às doze e dez da tarde.
— Eu sei. — Na-moo murmurou, vendo o parceiro checar o relógio prateado no próprio pulso. Sabia muito bem o que ele estava pensando.
Já eram sete horas e vinte minutos da noite, as chances de a Sra. Seo e a neta ainda estarem no supermercado eram quase nulas. Sobretudo se as duas iam passear no shopping depois das compras no supermercado.
No entanto, precisavam checar cada passo que as duas haviam feito ali dentro, só então teriam certeza de que entraram e saíram em segurança.
— Acho que teremos mais sucesso se eu for checar o shopping, se ver algo estranho aqui me avise. Ainda temos que...
— Viu aquilo? — Na-moo interrompeu Hector no meio da sentença e apontou para o monitor que mostrava Ju-ri e Runa indo para os elevadores, rumo ao estacionamento, após deixarem o caixa com o carrinho.
Os ombros dele enrijeceram. Uma figura encapuzada estava parada próxima aos elevadores, supostamente preenchendo algo no balcão de cupons promocionais — vazio naquele momento.
Na-moo tentou ver o rosto da figura, mas fosse quem fosse sabia muito bem se manter incógnito sob o capuz comprido e a máscara preta que usava. A única coisa da qual o detetive tinha certeza, era de que se tratava de um homem cuja altura deveria estar entre um e setenta e três a um e setenta e sete centímetros — àquela distância era difícil dizer com precisão, mas a estatura corporal era semelhante às descritas por Tsui Mamoto.
Constatar isso fez o estômago de Kim se contorcer.
Yohan Minho se encaixava cada vez mais no perfil do suspeito.
As portas do elevador mais próximo à figura encapuzada se abriram, e Ju-ri Seo empurrou o carrinho para dentro, parando apenas quando Runa apontou para o lado esquerdo do estabelecimento e se afastou.
Em outro monitor viram Runa entrando no banheiro, enquanto a avó entrava no elevador. Contudo, antes que as portas se fechassem, a figura encapuzada entrou com a senhora Seo.
