52 - O infinito medo do todo

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Quão patético é uma adulta se perder numa cidade que já conhece numa manhã ensolarada e sem o celular ou dinheiro?

Era o que Bonnie se perguntava quando parou de repente e se deu conta que não tinha a menor ideia de onde estava, teve uma crise de pânico diante de Rebekah e saiu correndo com a filha no braço e agora não sabia voltar. Olhou ao redor em busca de um ponto de referencia que pudesse usar para se localizar e saber que caminho usar para voltar para o complexo, só que não encontrou nenhum. Ou nunca esteve naquela parte de Nova Orleans ou quando passou por ali não prestou atenção em nada. Decidiu que pedir informações seria o jeito mais prático de voltar para a casa dos Mikaelson.

Se aproximou de um grupo de adolescentes que conversavam com gestos amplos e risos que a fez lembrar de seus amigos em Mystic Falls, numa época em que vampiros e bruxaria era ficção. As garotas explicavam como chegar no quartel francês quanto uma presença arrepiante seguida de uma ordem clara fez todos se virarem emudecidos e assustados para uma mulher esguia de cabelos claros que vinha seguida de um homem baixinho e gordo.

- Fiquem longe dessa mulher – mandou o homenzinho cuja voz destoava da aparência de sapo.

- Só estamos dizendo como chegar á...

- Quieta Alisson, vá já para as casas de vocês – mandou a mulher interrompendo a adolescente que revirou os olhos e saiu acenando para Faith, nos braços de Bonnie.

Assim que os garotos se distanciaram, o homenzinho voltou sua atenção para Bonnie, num tom autoritário e alto demais para quem tinha parecido não querer que a conversa fosse ouvida menos de trinta segundos antes:

- Essa é a criança do híbrido – apontou num tom acusatório como se ela tivesse sequestrando a filha – Quem é você?

- Bonnie Bennett, a mãe de Faith Mikaelson – Bonnie não precisou olhar para trás para reconhecer a lobisomem que respondeu por ela – A criança do híbrido como você disse.

- A mãe da criança morreu, todos sabem.

- Para uma bruxa do seu calibre, Thereza, você devia saber que sua gente tem a mania de voltar para se meter em assuntos dos vivos sem precisar virar vampiro. Ou você acha que depois dos últimos acontecimentos os Mikaelson baixariam à guarda e deixariam Faith sem proteção.

- E deixaram a cadela do vampiro como defensora de um deles? – outra mulher, de grandes olhos azuis, se aproximou zombando grosseiramente de Hayley – Quanta confiança, e eu achando que seu tipo-cachorro era territorial e não curtissem compartilhar.

Bonnie segurou o braço da lobisomem que rosnou dando um passo na direção da mulher de olhos azuis. A loba virou ao sentir o toque da bruxa que parecia vibrar e farejou o ar, ás vezes conseguia identificar as emoções de uma pessoa pelo cheiro, só que Bonnie parecia sentir tudo ao mesmo tempo, Hayley não evitou o pensamento de repetitivo de um furacão de fogo destruindo tudo no seu caminho, sugando a vida e tornando paisagens verdejantes um grande e desolador deserto árido. Quando a imagem invadiu seus pensamentos pela quarta vez seguida em um rápido período se deu conta que era a bruxa Bennett que estava enviado aquilo para ela.

Hayley tinha reconhecido a filha de Klaus quando as duas passaram por ela em passos largos, seu primeiro pensamento foi ignorar, ainda estavam lidando com o fato de que o híbrido tinha mudado Aidan e toda a confusão sobrenatural que eles atraiam, mas se viu seguindo as duas até que a jovem parou conversando com algumas bruxinhas e então ela reconheceu de onde viu aquele rosto antes. Tinha sido em Mystic Falls, aquela era a tal Bonnie Bennett bruxa amiga de Tyler e prima da bruxa que Shane estava usando para trazer Silas de volta. Hayley sabia que ela tinha sido sequestrada por bruxas quando estava grávida e esse foi a razão por qual os Mikaelson vieram para Nova Orleans, apesar de não terem sido as bruxas da cidade quem a pegou.

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