31 - Abraços, beijos, te vejo depois do véu

389 29 14
                                    

Lucy soltou as mãos da prima e sentou-se ao seu lado no sofá. Ambas estavam exaustas. Nunca tinham usado kemya na vida e aquela magia era tão exaustiva quanto foi filtrar toda Expressão de dentro de Lucy. As duas olharam para as adagas sobre a pequena mesa de centro. Antes tinham sido de prata e agora parecia apenas ferro enferrujado.

- Será que funcionou? – ela questionou duvidosa.

- Você teve orientação da pessoa que criou a poção da imortalidade e sua cura, aposto que ela não ia cometer um erro.

Qetisyah tinha orientado Bonnie sobre como fundir a cura numa arma, mais especificamente as adagas que ela ensinou uma Bennett criar séculos antes para ser usada contra os Originais – Bonnie tinha pegado três das cinco adagas de Klaus, não que ele tivesse conhecimento disso. E nas últimas horas as primas concentraram toda energia em mudar a estrutura da das adagas para criar algo que podia matar qualquer imortal, já que ele tomar a cura e se deixar matar não eram a mesma coisa.

- O que foi? – Bonnie perguntou para a prima que a olhava de um modo estranho.

- Nada não – disse sem convencer – Vou descansar um pouco antes de ir embora.

Lucy ainda a olhava estranho enquanto se deitava no sofá. Na noite passada, depois de se livrar da Expressão, Lucy ouviu os planos de Bonnie para se livrar de Silas e confiava que a prima pudesse lidar com tudo isso sem sua ajuda, ela tinha muitos assuntos pendentes. Pedidos de desculpas para fazer e algumas situações para consertar, entre outras coisas que largou para trás quando se deixou manipular por Shane na busca de um modo de trazer de volta seus entes queridos. Foi tola, imatura demais e agora tinha que desfazer as bobagens que fez achando que era o certo.

Ok. Tinha alguma coisa muito errado com sua prima. Desde que saíram de casa que Lucy não dizia nada, apenas ficava a olhando como se tentasse resolver um quebra-cabeça.

- Por que está me olhando assim? – questionou curiosa demais para deixar passar.

- Você está grávida?

Bonnie engasgou. Depois teve um acesso de risos e quando se recuperou olhou a mais velha com a estupefação de quem questiona a sanidade alheia, a prima ainda a inspecionava como se ela fosse um objeto estranho.

- Eu pareço grávida? – respondeu alisando a blusa roxa, sendo franca ela achava que estava até um pouco abaixo do peso.

- Bonnie, ontem passamos quatro horas de mãos dadas conectadas por magia, eu senti vida dentro de você.

- Claro que sentiu. Eu posso ter morrido, mas quando voltei era exatamente como antes. Viva.

- Desculpe pela indiscrição. Mas quando foi a última vez que menstruou?

- Antes de morrer – respondeu sentindo o rosto esquentar.

- Desde então quantas vezes teve relações sexuais?

Bonnie arregalou os olhos e se virou para os lados, claro que ninguém estava ouvindo por que estavam sozinhas na praça á espera da carona de Lucy.

- Virou detetive agora?

- Não precisa ficar na defensiva, eu não estou te julgando nem nada, só fiquei preocupada – Bonnie franziu o cenho – Você filtrou Expressão ontem á noite e hoje de manhã estávamos praticando kemya, achei que fosse apenas eco de magia, mas se fosse já teria acabado.

Bonnie se levantou e afastou da prima que tinha uma expressão concentrada, inconsciente do que fazia cruzou os braços diante do corpo para se proteger daquele olhar indiscreto. E sentiu. Era um rastro sutil, uma vaga energia vital e tinha certeza que não era a dela.

Feitiço Proibido - TVDOnde histórias criam vida. Descubra agora