CAPÍTULO 02

95 27 127
                                    

Depois de algumas horas de voo o piloto anunciou que iria pousar e em questão de minutos já estava do lado de fora do avião, liguei meu celular; que havia desligado, e vi que minha irmã já me esperava no portão de desembarque, então não enrolei e sai logo da área em que estávamos...

[...]

Depois que cheguei no portão de desembarque e encontrei minha irmã ela fez questão de me mostrar a cidade inteira em alguns minutos, como que em um "tour", de dentro do carro; ela me contou sobre a vida aqui, sobre alguns vizinhos que tinham saído do bairro e outros que tinham chegado, aproveitei pra perguntar se ela conhecia algum "investidor" ou alguém parecido com um aqui, mas a mesma negou, ainda que desconfiasse de um vizinho...

Na manhã do dia 02, meu chefe fez questão de me ligar assim que o primeiro raio de luz invadiu o céu, até então; escuro. Ele repassou tudo que já havia me falado todas as mil e uma vezes e em seguida me informou que a primeira reunião que teria com o investidor, seria hoje, no finzinho da tarde. Depois de no mínimo uns 20 minutos me lembrando cada detalhe dos já citados anteriormente, ele desligou, então aproveitei pra descansar um pouco mais, já que na noite anterior eu tinha ficado planejando tudo que falaria, de um jeito "convencional" para impressionar e despertar interesse em um investimento na "nossa" empresa.

Eram por volta das 10 da manhã quando eu finalmente parei de enrolar na cama e levantei. Depois de pentear meu cabelo e escovar os dentes, fui até a sala e minha irmã já estava lá, sorridente como uma criança no dia 25 de dezembro quando os pais finalmente autorizam-nas a abrir os presentes.

- Você quer? - disse ela, apontando pro prato com panquecas em cima da mesinha de centro - fiz pro café. - finalizou, ainda sorrindo, com sua xicara de café nas mãos.

- Já vou pegar, obrigada. - sorri de canto e ela também.

Sentei ao seu lado, puxando um pouco da manta que ela estava pra perto de mim também, a TV estava em um canal de desenho e ela assistia Bob Esponja com a cara mais fofa do mundo. Parei pra pensar em como devem ter ficado as coisas depois que eu sai daqui... Não que eu fosse de extrema importância nesse lugar, mas meio que depois que meus pais se foram só ficamos nós, até eu receber uma proposta importantíssima de emprego e precisar sair daqui, deixando ela sozinha. Já havíamos conversado isso, mas sempre que eu pensava, me arrependia um pouco mais. Foi difícil pra mim sair daqui, mas imagino a dor que ela suportou tendo que ficar e lidar com todas as lembranças e pensamentos dia após dia.

- Ei, você já me disse que nada haver, mas... quando eu fui embora... sabe, seria melhor se eu tivesse ficado? Eu fui egoísta!! Pensei nos meus sonhos e planos e não pensei em você, acabei indo embora depois de um baque enorme pras duas... Não devia ter feito isso, né?

- Ei?? - ela me olhou, com cara de quem não entendia nada do assunto - porque esse assunto do nada? - ela colocou a xicara sob a mesa de centro

- Já te falei, se você tá feliz, eu também tô! Já passou, não tem oque fazer. E eu prefiro mil vezes saber que você foi e deu tudo certo, do que pensar em como seria se você tivesse ficado.

- Você tá dizendo que não ia gostar se eu tivesse ficado? - brinquei e nós rimos...

[...]

Eram por volta das 15h quando comecei a me arrumar, pra não correr o risco de me atrasar e nem de "passar uma má impressão" pra ele, porque o meu querido chefe disse que a aparência conta muito e apesar de não entender muito bem oque um investimento em uma empresa em um ramo que não é ligado com a beleza tenha haver com isso, mas como eu prezo muito por um salario no fim do mês, eu iria com o melhor look e maquiagem que alguém pode ir.

Depois de duas fucking horas, eu estava pronta. Vesti a calça nova que havia comprado antes de vir pra cá e uma blusa de "trabalho" que tinha a alguns anos, mas não deixava de usar ela nunca. Junto coloquei também minha bota, afinal, lá fora fazia um frio absurdo me dando uma enorme vontade de não sair da coberta nunca mais.

- O que acha? - perguntei pra minha irmã, saindo do banheiro desfilando e indo até a cozinha desfilando.

- Você vai pra uma reunião ou pra um encontro? - ela riu - brincadeiras a parte, você está incrivellllmente linda - deu ênfase no "incrivelmente", me fazendo sorrir.

O NATAL DOS SONHOSOnde histórias criam vida. Descubra agora