Passei o resto da tarde toda na cozinha com minha irmã, entre risos e gritos quando as receitas não davam certo, mas eu duvido que a Palmirinha faça todas as receitas sem errar nenhuma, é quase que impossível.
Nós terminamos tudo por volta das 15h, ela já tinha feito todos os bolos no potinho, os chocolates estavam todos prontos; em formatos fofos, e os potinhos de mousse estavam na geladeira, junto com os de pavê, que na verdade tinham terminado um pouco antes dos outros para que ficassem prontos até as 20h, quando o "show" começaria.
Hoje meu chefe tinha me dado o dia de folga, já que, aparentemente eu tinha lhe dado uma noticia boa. Não sabia se o investimento ia ou não dar certo, mas acredito que sim, porque caso contrario ele já teria me ligado pra me demitir...
MICHAEL's STORY:
A alguns meses atrás eu precisei vir pra Healdsburg ajudar minha mãe, minha irmã precisou se mudar, deixando apenas minha mãe e sua filha de 6 anos aqui, e desde então eu venho cuidando das duas do jeito que posso.As vezes era difícil explicar pra pequena Emma que sua mãe aparentemente tinha assuntos mais importantes que a criação de sua filha. Eu não a julgava por isso; homens fazem isso a todo momento, inclusive o pai da filha dela. Ela só tinha ido atrás dos seus sonhos, coisas que ela planejava a muito tempo. Não foi algo repentino. Mas de qualquer forma, doeu explicar pra uma criança que ela ficaria sem ver sua mãe por um tempo...
Quanto ao meu trabalho; não era tão necessário a moradia em alguma cidade, mas, sempre que preciso eu viajava por uns dias para reuniões de extrema importância, eu só andava evitando isso.
Eu era muito feliz aqui, como não era a muito tempo em LA, onde eu morava antes de vir pra cá... Afinal, aqui eu tinha tudo que precisava e todo o amor necessário pra deixarem até os dias cinzas, coloridos.
O único problema daqui é que, as vezes, tudo era muito calmo. As luzes da cidade se apagavam muito cedo, quase não tinham bares, e, algumas coisas, como escola e supermercado eram únicos. As vezes eu sentia falta do movimento e do caos que era LA, mas logo passava, enquanto eu tomava um chá quente e observava pela varanda o pôr-do-sol lindo que se formava diante dos meus olhos. E é só isso que a gente precisa...
Depois de alguns minutos observando o sol se por em minha frente, como em uma daquelas cenas de final de filme onde os mocinhos finalmente encontram a paz e a felicidade, resolvi entrar pra ajudar minha mãe a organizar tudo pro evento que teria de noite. Ela sempre vendia salgados e tortas, eu e o bairro inteiro sempre dizíamos que ela tinha que vender isso o ano inteiro. Mas, por sorte, eu era filho dela e poderia comer a qualquer momento, só bastava pedir que ela fazia pra mim.
Enquanto ela colocava os pedaços devidamente cortados nos devidos potes, eu ajudava colocando os já organizados no carro. No vai e vem, entre o carro e a cozinha, meu celular vibrou no bolso e eu rapidamente peguei pra ver quem ou oque era.
📲 Ricardo;
Boa tarde, Michael. Tirei um tempo livre agora pra te perguntar, como foi a reunião? Gostou do que ouviu?
Levei a mão a testa, lembrando que tinha esquecido de dar o feedback pra ele. Tão típico de mim que nem me surpreendia. Entretanto, bloqueei meu celular e voltei pra cozinha. Ainda não tinha uma resposta, não poderia simplesmente dizer que sim ou não sem ao menos ter certeza sobre a decisão. Não posso negar que gostei do que ouvi sobre a empresa, mas eu precisava pensar melhor antes de investir tudo que guardei nos últimos anos e a herança que meu pai me deixou em algo que podia afundar a qualquer momento.
Quando voltei pra cozinha, sorrindo ao ver Emma ajudando minha mãe a organizar as coisas nos potes. Elas faziam uma linda dupla; enquanto minha mãe cortava tudo, ela colocava alinhadamente os pedaços de torta na vasilha ao lado dela.
Depois que vim pra cá, a cada dia mais eu me sentia sortudo por ter as duas. Minha mãe me dizia que eu seria o pai mais bobão existente, porque, toda vez que a Emma me chamava de 'papai', eu ria feito bobo, ou então chorava de emoção. As duas sempre me olhavam com cara de 'você jura?', como se fosse a coisa mais normal do mundo ter uma criança te chamando de papai.
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O NATAL DOS SONHOS
RomanceSINOPSE: Depois de longos anos fugindo de toda e qualquer comemoração ligada ao natal ou a família, Crystal passaria seu primeiro ano junto a sua irmã na cidade em que nasceu. Em uma viagem a trabalho, ela acaba percebendo que seu foco está no lugar...