[short fic] noany + | A chegada de um amigo distante em Palm Springs proporciona à Any as três noites mais intensas de sua vida.
"Feel like the least of all your problems
You can reach me if you wanna"
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𖥸 ➤ d e s i d e r i o m o t e l ❪ :: Palm Springs, CA
— Fodeu.
Olho para Noah sem entender o que estava acontecendo. Ele havia acabado de desligar o telefone do quarto e agora corria pelo mesmo, buscando suas roupas atiradas por todos os lados. Franzo o cenho imediatamente.
— Dá pra me falar o que tá acontecendo? — pergunto assustada.
— Krys acabou de ligar da recepção — ele diz, parando para me encarar — Descobriram a gente. Temos que vazar agora!
Arregalo os olhos quando ele diz a última parte. Demoro alguns segundos para esboçar alguma reação. Corro pelo quarto e busco meu vestido, roupas íntimas e sapatos. Enfio os saltos dentro da mochila e pego o tênis lá de dentro, os calçando de qualquer jeito. Dou uma última olhada no quarto pensando se estava esquecendo alguma coisa. Concluo que não, uma vez que Noah e eu não havíamos levado mais do que nossas mochilas.
Ele agarra meu braço, me puxando para fora do quarto. Os corredores se estendiam para todos os lados. Noah pensa por alguns instantes até ouvir um barulho sair do corredor do meio. Guardas provavelmente estavam saindo do elevador que havia naquela galeria. Mordo o lábio inferior e o louro me puxa na direção do corredor da direita, corremos por longos segundos até achar uma escadaria.
— Não vou descer tudo isso. Estamos no último andar!
Eu não confiava na minha forma física para descer todos os trinta e seis andares do Bellagio em uma escada. Faziam algumas semanas que eu estava matando a academia por conta dos testes finais desse semestre da faculdade. Era apenas uma desculpa esfarrapada para me deixar de bem comigo mesma, uma vez que eu sabia que o real motivo de minhas faltas era pura preguiça de me levantar da cama. Noah ignora e continua me puxando para descer as escadas. Paramos uns cinco andares abaixo e eu já não tinha mais fôlego.
— Como é possível com um corpinho desses não conseguir descer alguns lances de escada? — Noah brinca comigo.
— Eu geralmente não fujo de segurança de hotéis — respondo petulante, ignorando o comentário sobre meu corpo.
— Pelo menos vamos ter história para contar aos nossos filhos — ele diz. O encaro com o cenho franzido mas não pergunto nada. Ele estava mesmo insinuando que teríamos filhos juntos? Afasto o pensamento, uma vez que eu poderia ter interpretado errado.
Noah puxa a gente em direção à uma porta que deu diretamente para um elevador que eu imaginei ser o de serviço. Levamos sorte de estar vazio, descemos os andares restantes em silêncio. Quando chegamos no térreo, nos esquivamos pela multidão dos corredores e talvez nossa fuga desse certo, afinal, eles não tinham como saber quem éramos. Ou tinham?
