Pandora - A Ruína Da Meia Noite.

Prólogo

* Não revisado *

Apenas um instante é necessário para tudo mudar.

Três dias de viagem e os mantimentos de comida haviam se esgotado completamente. A terra não estava mais tão frutífera como antes. Não perderia tempo caçando, pois tinha a plena certeza que não encontraria nenhum animal naquela área, pelo menos nenhum animal que poderia comer.

Eram tempos sombrios.

O sorriso brindou seus lábios ressecados do frio, ao se lembrar de quando era uma criança feliz na sua ignorância, sem saber que em poucos anos não poderia mais corre feliz pelo riacho sem correr o perigo de ser devorados pelas feras que nasceram da escuridão. Seu olhar divagou pelo horizonte, no vislumbre do antigo castelo que foi seu refúgio por tantos anos, havia aprendido a dominar a essência da vida ao seu redor e poderia dizer que se tornou bastante habilidoso em sua missão. Mas, o que restara? Apenas um punhado de conhecimento vazio, sem a capacidade de mudar algo genuinamente.

Os últimos raios do sol era um alerta de que seu tempo estava acabando, não poderia permanecer viajando pela noite, não queria repetir o encontro desagradável que o quase lhe tirou a vida. As bestas espreitavam a noite, tragando qualquer um que se aventurasse, não importava a sua raça e poderes que o dotavam. Aquelas monstruosidades não eram tenebrosas por causa das suas aparências, porém daquilo que emanavam, cada uma trazendo seu próprio mal. Não havia um homem sequer que não padecesse na loucura depois de se encontrar com alguma besta, se sobrevivesse. Uma proeza extremamente rara, que só lhe foi possível graças a um sacrifício incomum. Seus pés em carne viva ameaçavam abandona-lo, contudo a sua mente lhe forçou a continuar por mais alguns quilômetros. Uma distância que lhe pareceu dias e que sugou cada energia que restava em seu corpo velho e ossudo. 

A grande porta do castelo pendia em ruínas, marcas de garras gigantescas anunciavam uma história que não seria agradável de se ouvir, a majestade que ofuscava os olhos de todos que entravam no interior do antigo castelo tinha sido roubada pelo cheiro de morte que fazia os pulmões arderem. Corpos se empilhavam por toda a parte, abrindo caminho para várias direções, mas, apenas uma lhe interessava. Nenhum indicio mínimo que houve chances de vitória, somente o massacre. Foi fácil achar o caminho, ele o conhecia muito bem, achou propósito naquele lugar e não havia mais nada pelo o qual lutar. 

Sussurros agonizantes ressoavam pelo grande salão. Seu coração tremeu em seu peito ao cogitar a presença dos assassinos daquela crueldade, os lentos passos de precaução eram uma oração silenciosa para que o que estivesse lá o matasse depressa, pois já estava cansado demais para resistir. 

- Rodrrr..... - Uma voz enfraquecida e sufocante ecoou em seus ouvidos. 

O seu medo foi substituído pelo choque da cena que estava diante dos seus olhos. Sua antiga mestre estava esmagada por pedaços pesados de pedra branca. Os membros do seu corpo o prendiam em seu lugar, era o fim da última anciã. A pouca esperança que restava estava perdida. Outro gemido fraco lhe fez reagir. 

- Senhora, o que aconteceu aqui? Pensei que estava segura nas ilhas do Oeste. - A sua própria voz tinha um gosto amargo em sua boca.

- Não há temp... - Uma longa lufada de ar. - Eu escondi, procurrrr... Só você pode ach... - No segundo que achou que podia entender a gravidade da situação, a vida de Feidra tinha se esvaído.

No chão perplexo Rodran, tentava digerir o que havia acontecido e como a vida de todos mudaria para sempre.