ᴡʜᴀᴛ ɢᴏᴇs ᴀʀᴏᴜɴᴅ ᴄᴏᴍᴇs ᴀʀᴏᴜɴᴅ - Capítulo 22
Cassie’s POV
Recordação:
“Princesa!” Niall chamou do outro lado da sala.
“O que foi?” Eu suspirei com um sorriso suave. Niall colocou o seu olhar de cachorrinho abandonado no seu rosto e os seus lábios fizeram beicinho.
“Amas-me?” Ele perguntou.
“Sim.” Revirei os olhos para o rapaz irlandês.
“Vais buscar-me um pouco de água?” Ele continuou o olhar, juntando as mãos à frente do rosto, implorando.
“Porque é que não vais tu buscar?” Eu tirei a língua para ele. Ouvi o Liam a rir-se.
“Porque eu tenho a namorada mais incrível do mundo, que me ama tanto que está disposta a ir buscar-me água? Estou cansado do ensaio.” O lábio inferior do Niall tremia enquanto ele continuava a implorar do outro lado da sala.
Com um revirar de olhos e um gemido, eu me levantei da minha cadeira e agarrei numa garrafa de água.
“Podes trazer-me uma irmã mais fofa do mundo?” Louis disse. Eu agarrei em duas garrafas de água.
“Para mim também?” Harry acrescentou com um olhar esperançoso. Eu lancei-lhe um sorriso mas não agarrei em mais nenhuma garrafa de água. Fui até ao pequeno grupo e atirei uma garrafa na direção do Louis. Depois, sentei-me no colo do Niall e dei-lhe a água.
“Se a Samantha estivesse aqui, tu tinhas água!” Niall brincou enquanto bebia um gole.
“Eu tinha-te trazido a água mas ao bocado chamaste-me totó.” Cruzei os braços e olhei para o rapaz de cabelos encaracolados. Niall e Zayn soltaram uma gargalhada.
“Bro, a tua namorada guarda rancor.” Harry resmungou.
“É por isso que eu a amo.” Niall piscou o olho descaradamente.
“Eu também te amo, amor.” Eu sorri enquanto despenteava o seu cabelo loiro.
Recordação:
“Niall, eu estou grávida.” As palavras saíram da minha boca mais rápido do que eu esperava.
As lágrimas eram evidentes nas minhas bochechas enquanto eu olhava para o rosto que eu tanto amava. Esperei que ele ficasse chateado ou que ele acabasse comigo.
Em vez disso, eu senti os seus braços à minha volta e a puxar-me para o seu peito. Eu inclinei a minha cabeça contra ele, saboreando o calor. Ficámos em silêncio, os nossos braços seguravam-nos firmemente um ao outro.
“Amo-te.” Ele disse suavemente, a sua respiração sussurrava no meu cabelo.
“Eu também te amo.” As palavras foram um pouco abafadas pela sua T-shirt, mas eu sabia que ele entendia.
“E eu vou amar o nosso menino.” Niall acrescentou com um sorriso.
“Queres dizer, a nossa menina?” Provoquei-o, os meus dedos limparam os olhos marejados.
“De qualquer maneira, eu vou amar esse bebé mais do que outra coisa no mundo. Exceto tu, claro.” Niall afastou uma madeixa do meu cabelo castanho para trás da minha orelha, um dos seus dedos persistiu na minha bochecha. O seu toque nunca deixou de emitir uma faísca.
“E pizza.” Brinquei, aliviando o clima. Ele revirou os olhos, mas sorriu. Continuámos abraçados até que ele se afasta para me deixar um beijo na testa.
“Aconteça o que aconteça, eu estarei aqui. Okay?”
“Está bem.” Sorri para um rapaz loiro.
Recordação:
A minha mão passou para a minha barriga, um sorriso iluminando apareceu no meu rosto assim que senti um pontapé.
Fazia três meses desde que eu descobri que eu iria, em breve, ser mãe. Apesar dos enjoos matinais e as fraquezas, eu estava muito feliz. O pensamento de ser mãe no futuro, deixava-me feliz.
“Olá amor.” Eu ouvi a voz do Niall atrás de mim e logo as duas mãos familiares estavam nos meus ombros enquanto ele se inclinava para beijar a minha testa.
“Ele está a dar um pontapé.” Engoli a seco. Niall imediatamente se agachou à minha frente, um sorriso espalhou-se pelo seu rosto enquanto a sua mão pousava na minha barriga. Os próximos momentos foram passados apenas a sentir pontapés do nosso bebé. Havia sorrisos gigantes em ambos dos nossos rostos.
Foi perfeito.
Recordação:
“Eu sinto muito, o coração parou de bater.”
No segundo exato em que as palavras saíram da boca do médico, eu senti o meu corpo inteiro a começar a tremer. Eu senti-me como se fosse desabar enquanto lágrimas maculavam o meu rosto. Eu e o Niall devíamo-nos de nos abraçar mas eu não me consegui mexer. Era como se estivesse congelada naquele momento do tempo. O médico disse mais algumas coisas para o Niall antes de sair, mas eu não estava a prestar atenção. Eu olhei para minhas mãos e brincava com meus dedos.
Não poderia ser possível. O meu bebé. Ele não podia ter morrido. Ele tinha ainda estar aqui. Não era possível. Já tínhamos a nossa vida toda planeada. Eu e o Niall já tínhamos conversado sobre isso. Depois do Freddie nascer, iríamos passar o primeiro ano apenas a ser uma família. Eu e o Freddie íamos viajar com os One Direction quando pudéssemos.
Sabíamos que seria difícil, mas nós amávamo-nos tanto que estávamos dispostos a passar por qualquer coisa juntos. Quando o Niall não estivesse tão ocupado, nós nos iríamos casar e viver numa bela casa. Então Freddie iria ter pequenos irmãos, ou irmãs, e tudo seria perfeito.
Engraçado. A palavra perfeita é engraçada.
DICIONÁRIO:
Perfeito: Totalmente sem falhas.
Nada pode ser perfeito. Por mais que tu te esforces para a atingir a perfeição, não será possível.
Todas as adoráveis visões que eu tinha na minha mente, se despedaçaram.
“Princesa, está tudo bem. Amo-te. Amo-te muito.” Os braços do Niall estavam à minha volta quando eu perdi completamente as forças.
Atualidade:
“O quê... Do que é que te lembras?” Niall tinha um olhar esperançoso no rosto enquanto me abraçava.
“Apenas… Apenas do bebé.” Eu disse. O rosto de Niall caiu, os seus braços apertaram ainda mais o abraço.
“Posso ir para casa agora?” Eu perguntei enquanto enxugava as lágrimas.
“Eu posso levá-la.” Josh ofereceu.
Niall negou com a cabeça. “Está tudo bem, anda Cassie…”
“Obrigada Niall. E obrigada Josh.” Eu disse enquanto segurava firmemente a mão do Niall.
Sentimentos percorriam o meu corpo enquanto agarrava o Niall. Nunca larguei a sua mão e tentei impedir que as lágrimas continuassem a cair. Recompus-me até chegar ao carro. Os meus olhos focavam o chão. Senti-me firme enquanto a mão do Niall segurava a minha e o meu olhar focou-se nas pessoas. Algumas pessoas com câmeras estava a correr na nossa direção e o Rick apareceu do nada. Assim como outros seguranças.
Segurei a mão de Niall firmemente com as duas mãos, deixando-me levar pelo grande aglomerado de pessoas. Eu tentei manter meu rosto livre de emoções, mas era difícil. Eu mantive meus olhos baixos, sentindo-me desconfortável com todos esses homens a fotografar.
“Não respondas a nada, basta manteres a cabeça para baixo.” Niall murmurou para mim enquanto nós passávamos por eles. Eu balancei a cabeça ligeiramente, deixando meu cabelo cair na frente do meu rosto, criando uma ‘cortina’.
“Niall! Cassie! Vocês os dois estão em um encontro?”
“Porque é que o vosso relacionamento não tem sido muito visto, ultimamente?”
“Está tudo bem?”
“Cassie! Olha para nós”
“É verdade que estás a trair a Cassie, Niall? Ouvi dizer que estás a encontrar-me com uma loira, é verdade?”
Olhei para Niall. Os seus dentes estavam cerrados, o seu maxilar acentuado. Eu apertei a sua mão algumas vezes. Rick, junto com outros poucos seguranças, empurraram os homens para longe e ajudaram-nos a entrar no carro. Rick saltou para o assento do motorista e ligou o motor.
“Estás bem?” Niall perguntou mal nos sentámos no banco de trás.
“Não.” Eu disse, meus olhos ainda livres de lágrimas. Eu senti-me como se tivesse chorado tanto que as lágrimas já não capazes de fluir mais.
“Vem cá.” Niall puxou-me para ele, esfregando as mãos para cima e para baixo nos meus braços. Eu deixei que os meus braços se envolvessem em torno da sua cintura e deixei que a minha cabeça descansasse no seu ombro.
“Nós tínhamos tudo planeado. Tínhamos a nossa casa planeada, o nosso futuro planeado. E tudo desapareceu.” Eu murmurei.
“Eu sei. Mas isso foi há um ano. Nós seguimos em frente. Nós nunca vamos esquecer o Freddie mas temos que seguir em frente.” Niall sussurrou baixinho, com a mão esquerda deixando meu braço e roçando na minha bochecha.
“É... Desculpa, Niall. Desculpa. Desejo que isto nunca tivesse acontecido. Desejo que tudo pudesse ser da maneira que era antes do acidente. Eu gostava de poder dizer-te que te amo e ser como era antes. Desculpa.”
“A culpa não é tua, querida. E tudo vai ficar bem. Tu vais lembrar-te de tudo e vais ficar bem. Mas aconteça o que acontecer, eu amo-te, está bem? Eu vou amar-te para sempre.” Eu olhei para o azul oceânico dos olhos do Niall.
Era como se, pela primeira vez, eu tivesse notado nas suas olheiras; no seu cabelo ainda mais despenteado que o habitual; no rubor avermelhado presente nas suas bochechas.
“Eu sei que sim, Niall. E Niall, eu… eu sei que te amei muito.” Sorri francamente para ele.
“Eu sei que amaste.” Ele parecia engasgado com as minhas palavras e eu percebi tudo enquanto ele falava.
“E sabes uma coisa, Niall?” Perguntei em voz baixa.
“O quê?”
“Eu acho que… ainda te amo.”
