ᴡʜᴀᴛ ɢᴏᴇs ᴀʀᴏᴜɴᴅ ᴄᴏᴍᴇs ᴀʀᴏᴜɴᴅ - Capítulo 17
Duas semanas passaram. Passei o tempo todo a visitar os meus velhos amigos, a conhecer amigos de que não me lembrava e aproveitei o tempo com as minhas irmãs. Não conseguia deixar de desejar que tivesse vindo mais cedo. Eu não me lembrava de nada mas o ambiente familiar deixa-me muito mais à vontade. No entanto, era estranho estar aqui sem o Louis. Todas as minhas memórias de infância incluíam-no.
“Já fizeste as malas?” Fizzie perguntou enquanto enfiava a sua cabeça no meu quarto.
“Sim. Graças a Deus que só lá estamos durante uma semana.” Suspirei enquanto empurrei a última peça de roupa no corpo. Digamos que eu gosto de roupas. Além disse, nós estamos a ir para Londres e, muito provavelmente, eu estava a sair da cidade.
O meu armário era uma onda enorme de compras, já que não me lembrava de já as ter. Nos primeiros dias que tive cá em casa, eu e a Lottie tentámos revirar todas as roupas.
“Estamos a ir para a carro, despachem-se!” Daisy gritou enquanto corria pelo corredor, sem sequer olhar para o quarto. Grunhi enquanto agarrei na mala. Há dois dias que tirei o gesso, já estava totalmente curada do acidente, apesar de ainda não me lembrar de nada, desde os últimos três anos.
“Também quero!”
“Mas é a minha vez!”
“Parem de discutir!”
“Isso não é justo, Lottie.”
“A vida não é justa, acostuma-te a isso.”
“Parem de discutir, Cassie vai à frente.” A minha mãe deixou as gémeas, Lottie e Fizzie. Todas elas soltaram um gemido em uníssono antes de começarem a discutir em que ficava no bando mais longe. Eu ri-me enquanto atirava a mala para o porta-bagagens do carro. Então, subi para a frente. Mal entrei, Justin Bieber começou a tocar no carro. Dentro de dez minutos estávamos na estação de comboios. Nós, facilmente, entrámos no comboio e, peguei no The Hunger Games e abri-o. Eu mal podia esperar até dizer ao Josh que já tinha lido tudo.Mal entrámos no apartamento, caí dentro dos braços familiares que me esmagavam.
“Olá, Louis.” Sorri loucamente, abraçando-o de volta. Ele afastou-se com um sorriso enorme antes de ir abraçar as gémeas, Fizzie e Lottie.
Eu fiquei ao lado ao da mãe enquanto ele lhe disse olá.
“Podem ficar cá no nosso apartamento. Harry está em Cheshire. Elizabeth vem para cá daqui a uma hora, coisa menos coisa. Louis disse enquanto praticamente nos conduzia para algum lado.
“Elizabeth?” Perguntei, a minha cabeça inclinou-se ligeiramente para o lado. O nome era-me familiar!
“A minha namorada. Nós já falámos sobre ele.” Louis lembrou-me. Concordei e ele levou-nos para a sala. As minhas irmãs foram logo atrás dele, todas contentes, assumi que fosse o lugar preferido delas, no apartamento.
“Não te importas que o Niall venha cá mais logo?” Louis perguntou em voz baixa, enquanto a nossa mãe avisava a Phoebe para não saltar em cima dos sofás.
“Hmm, não. Está tudo bem. Porque é que me deveria de importar?” Engelhei o nariz enquanto olhava para o meu irmão.
“Ninguém sabe a verdadeira razão que te levou a ir embora. Foi logo um dia antes de falares com o Niall e ele não nos quis dizer o que aconteceu, aquilo que falaram... tu sabes.” Louis encolheu os ombros enquanto se sentava num dos sofás de couro. Eu sentei-me ao lado dele.
“Não foi nada com o Niall. Eu apenas estava fora de mim, stressada e as duas últimas semanas têm sido surpreendentes. Eu adorava estar contigo mas precisa de algo familiar. Também precisava de tempo para... chorar.” Tentei explicar.
“Eu compreendo. Se precisares de conversar, eu estou aqui. O Niall disse que vinha mais tarde para sairmos depois do jantar.” Louis sorriu para mim.
Um barulho alto de vidro a cair no chão de madeira ecoou pela sala. Louis sorriu antes de correr para descobrir o que tinha acontecido.
“A culpa foi da Phoebe!”
“Não foi não, tu foste a única que brincou com isso!”
“Não mesmo.”
Eu ri-me ao ouvir o som dos meus irmãos a discutir. Há coisas que nunca mudam.“Niall, pára! Eu estou a falar a sério!” Tentei dizer sério, mas em vez disso, risos enchiam a parte de trás do táxi.
“Mas eu tenho saudades tuas e vou dizê-lo até voltares para nós. Já vistes a quantidade de coisas que compraste?” Ele perguntou, a diversão estava presente no seu tom de voz.
O meu olhar culpado focou-se nos quatro sacos de compras que estavam à minha esquerda. “Hmm, não foram muitas coisas...”
“Mentira. Eu sou teu namorado, sei tudo sobre ti.” Niall riu-se e eu revirei os olhos.
“Claro que sabes. Qual foi o ano que eu passei à frente?” Interroguei-o.
“Hmm, terceiro ano?” Ele respondeu com hesitação.
“Errado, foi o quinto! Não sabes nada sobre mim.” Provoquei-o.
“Tanto faz.”
“Amo-te.” Eu disse com um sorriso brilhante.
“Eu também te amo. Estou com saudades tuas, onde é que estás?”
“Chego daqui a cinco minutos, acho.” Respondi ao olhar para fora da janela. Havia inúmeros prédios.
“Mal posso esperar para te ver de novo.”
“Eu sei, também mal posso esperar...” A minhas palavras foram cortadas por um grito horripilante que saiu da minha boca no segundo em que vi o camião a vir na minha direção.
Os próximos dez minutos passaram como se fosse em câmera lenta. O vidro partiu, vindo atingindo o motorista e acertando-me. O meu telemóvel voou para fora das minhas mãos. O som do camião a bater no táxi ficou nos meus ouvidos. Senti-me como se estivesse a ser esmagada, a pressão a bater no meu lado direito quando a porta rangeu junto a mim.
A minha cabeça bateu contra o metal duro.
Uma dor horrível percorreu o meu corpo.
Então... Tudo ficou escuro.