Capítulo 5

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Pov Lauren

Já estávamos há um bom tempo na estrada, as meninas conversavam entre si, mas eu me mantia em silêncio, quase no automático. Desde que cruzamos com aqueles soldados, o que disseram não sai da minha cabeça.

(Horas atrás)

- Minhas ordens? Como assim? E como assim pegar tudo que lhe devem?

Eu olhava séria para os dois homens amarrados.

- É verdade, foram as ordens. A senhora sabe, toda tem que pagar tributos da quinta parte, para pagar pela proteção real.

Eu não acredito no que ouvi, cobrar tributos obrigatórios por proteção? Isso é um absurdo! Eu já ouvi essa ideia antes, muitos anos atrás, mas a própria Camila aboliu essa idéia.

- E como Camila permitiu isso?-perguntei.

- Oras, a senhora sabe General, não deve contar a rainha.

Eu cerrei os punhos, o que tá acontecendo por aqui? Então foi isso que aquele velho da loja quis dizer. Vou tirar essa história a limpo e é agora.

- Escutem bem o que eu vou dizer, devolvam tudo o que pegaram e não ousem voltar a repetir, ou eu mando os dois direto para os campos pessoalmente! Entenderam!?

- Sim General!

- Saiam daqui, e não falem para ninguém que me viram ordens da rainha.

Os dois assentiram, pegaram os cavalos e saíram, é bom saber que pelo menos isso não mudou muito. Ainda me obedecem.

(Agora)

Continuamos nosso caminho, mas isso não me saía da cabeça. Como eu poderia ter dado essas ordens se eu estive fora por 500 anos? E também porque eu fui a primeira a ser contra esse plano a séculos atrás. Eu preciso saber que história é essa.

- Meninas, vocês se importam se fizermos uma parada?

- Parada?- Ally.

- É, aquilo que falaram não sai da minha cabeça.

- A história de cobrarem impostos por proteção? - Dinah.

- Exatamente. Isso tá muito estranho.

- Você disse que proibiu essa ideia a muito tempo - Mani.

- E proibi, a própria Camila me imcubiu disso.

- Relaxa Laur, depois você descobre, olha lá - apontou Dinah para uma vila a frente- Conhece esse lugar?

- Conheço, é Okata, são mineradoras. Estamos perto, em três dias no máximo chegaremos em Ard Sckeled.

- Que bom - Mani

Guiei a carroça até uma estalagem e desci. Mandei a todas que entrassem, pedi um quarto com as moedas que conseguimos com que aconteceu na outra vila, mas iríamos precisar de mais pra conseguir provisões, não dava pra contar com um incêndio em toda vila.

- Fiquem aqui, vou conseguir algum dinheiro.

Saí do quarto e fui até o quadro de procurados, toda taverna tem, caçadores de recompensas estão sempre usando, eu sei porque já trabalhei com uns, fazem o trabalho sujo. Olhei algumas coisas, mas nenhuma totalmente últil, a maioria já foi tirada. Peguei uma média mesmo, um problema em um estábulo no outro lado da vila, não é lá grande coisa, mas o pagamento vai servir, peguei o papel e enquanto saía ouvi uma coisa inusitada.

- Soube que o Drocon ganhou de novo ontem.

- É, aquele troll deve ter algum truque.

Um troll? Um troll vivo? E eu achado que esse dia não podia me surpreender mais. Ajeitei meu capuz e olhei de canto de olho para o homem que falou, saindo, então o segui.

Pov Narrador

O homem seguia pelas ruas sem nem notar que estava sendo seguido. Ao atravessar uma rua dobrou uma esquina em direção a um beco, mal entrou e sentiu uma lâmina circular seu pescoço de surpresa.

- Se gritar, vai ser a última coisa que vai fazer - disse a pessoa com uma voz rouca.

- Eu não tenho dinheiro - disse o homem com medo.

- Disso eu duvido, não é todo mundo que compra um filé das montanhas de graça - riu a morena - Não quero dinheiro, quero uma informação… O troll, o que sabe?

- E se eu não quiser falar - a lâmina se apertou mais e o homem tremeu - Tá bem, tá bem. O nome dele é Drocon, ele trabalha na taverna à noite, dizem que mora em Treva funda, é tudo que eu sei.

- Treva funda, não é longe daqui- resmungou a morena - Sai daqui e sugiro que mantenha nosso pequeno papo entre nós.

Soltou a adaga e o homem saiu quase correndo. Covarde, pensou a morena negando com a cabeça. Logo viu uma caravana de cavalos reais passando e na frente liderando uma coisa que a morena não conseguiu acreditar, era como olhar no espelho, tirando as roupas, os olhos e o estilo do cabelo. A morena usava o cabelo solto e a pessoa que montava no cavalo tinha o penteado trançado, exatamente igual ao como era quando estava em Ard Sckeled. O que estava acontecendo?

(No palácio)

- Majestade - disse um soldado entrando na sala do trono - Perdão por incomodá-la.

- O que quer? - disse sem olhar para o soldado circulando seu anel no anelar esquerdo.

- Recebemos notícias de um nossos escavadores, acho que encontramos.

A mulher levantou-se com a notícia e começou a andar pensativa.

- Jauregui?

- Foi com um grupo até Okata para trazer pessoalmente.

- Onde está Ishtar?

- Mandou me chamar majestade?- um homem em trajes nobres e elegantes andava com pose ereta até a mulher.

- Creio já sabe o que descobriram.

- Sim majestade e é uma ótima notícia.

- Quanto tempo até ficar pronto?

- Assim que vossa General chegar farei o mais rápido possível.

- Ótimo. E assim que Lauren chegar mande-a para meus aposentos.

-Sim majestade.

- Descobriram alguma coisa sobre o tal intruso?

- Nada ainda majestade. Mas soubemos que Atlas sumiu.

- Assim que souber traga direto a mim- disse a mulher séria - E Atlas, isso é com Lauren. Pode ir.

- Sim majestade.

O homem fez uma reverência e saiu, junto com sua expressão afável dando lugar a uma carranca de deboche. Um grupo de soldados passou pelo homem que os chamou a atenção.

- Vasculhem o reino, procurem pelo intruso, chamem os Gunters se necessário, achem-no.

- Qual a motivação senhor?

- O motivo é que eu estou mandando!- disse nervoso.

- Alguma descrição especifica senhor?- perguntou o soldado

- Mulher, deve estar vindo para a capital, achem-na e tragam pra mim.

- Sim senhor - o soldado bateu continência e saiu.

Assim que sairam o homem foi depressa para seu laboratório, e em sua ansiedade pegou um vidro vazio próximo de si e jogou na parede com raiva. Era ela... Só podia ser... Ela estava de volta... E agora? Não podia deixar ela chegar até Camila, ou tudo poderia ir por água abaixo.

Love and loyaltyOnde histórias criam vida. Descubra agora