Capítulo 13

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Pov Narrador

Depois do episódio com o batedor, Lauren achou melhor dar a volta com os outros, agora a descrição era o elemento máximo na viagem. Já em determinado ponto, a morena parou e decidiu ficar ali para descansarem.

- Finalmente - Normani - Meus pés já estavam me matando, já estamos perto dessa cidade?

Lauren olhava algumas coisas ao seu redor, os sinais do outono já estavam começando a ficar evidentes, as folhas já começavam a cair das árvores.

- Sim, tivemos que andar mais um pouco por causa do desvio, mas seguindo a leste daqui chegaremos em Ard Sckeled.

- Ótimo - Dinah - E o exército?

- Bem lembrado - a morena se abaixou e tocou as folhas e a terra sentindo-as - Não se preocupem, não estão longe daqui, mas estão o suficiente pra ficarmos seguros por enquanto.

- Quanto? - perguntou o troll.

- Uns dois quilômetros, pro norte. Mas não tem com o que se preocupar, estão em cinco, seis no máximo. No ritmo em que estamos conseguiremos chegar antes que cheguem aqui.

- Nunca vou me acostumar que sabe de tudo isso tão preciso - disse Dinah sorrindo e a morena sorriu de volta encostada em uma árvore.

- Pra falar a verdade nem eu, sempre pensei que tinha sido apenas um sonho. Mas depois de viver tanto tempo de um jeito em um local, detalhes como esse acaba sendo natural.

Talvez fosse pelo jeito que ela falou, mas Ally estava achando olhando desconfiada para a amiga, tanto que enquanto os outros comiam e conversavam distraídos foi até Lauren que estava de vigia e olhava o mapa em suas mãos.

- E então? Ainda pensando? - disse a loira.

- É, os códigos são familiares, mas não consigo decifrar e muito menos deixar Isthar chegar até isso.

- Laur, posso lhe perguntar uma coisa?Quero que seja sincera.

- Claro.

- Você não quer ir pra casa não é?

Essa pergunta pegou a morena de surpresa, desde que chegaram estava focada em chegar a Ard Sckeled pra descobrir um portal de volta, mas conforme os dias se passaram e tudo que passaram lembrando-se de tudo que viveu alí a muito tempo atrás lhe deixou com uma incerteza, queria levar as amigas para casa, mas ela queria ir?

- Como descobriu? - perguntou Lauren.

- Não foi difícil. Você conhece esse lugar como a palma da mão e isso é incrível, salvou nossas vidas, mas quando você falou sobre sua história e quando fala sobre as coisas desse lugar, você fala de um jeito diferente e quando fala da nossa volta, você não se inclui no meio.

- Tem razão, é que quando paro pra pensar, eu nunca fiz nada que fosse de interessante na terra, meus pais não falam comigo pela minha orientação sexual, ninguém sabe que eu existo na faculdade além de vocês, eu não tenho vida. Mas aqui... Eu cresci aqui, tá eu fui sequestrada, mas eu passei a minha vida aqui, mais de mil anos, vivi, cresci, me apaixonei, fui alguém. Que eu pensava que tinha sido um sonho de criança, mas descobrir que não foi assusta bastante.

- Eu entendo Laur - pois a mão no ombro da de olhos verdes - Não importa o que você decida, se for para o seu bem e felicidade, vamos te apoiar e ajudar.

- Obrigada Ally - sorriu.

Enquanto conversavam em meio a piadas principalmente sobre Lauren que revirava os olhos, um círculo negro materializou-se na frente de todos. Lauren sacou sua espada e se colocou em posição de ataque, de dentro do círculo saiu um loiro conhecido que levantava os braços em sinal de rendição.

- Calma Jauregui - disse ele - Sou eu.

- O que já é motivo suficiente pra me fazer continuar com a espada levantada, o que quer agora Lofey?

- Notícias da capital, Isthar adiantou os planos. Dobraram a guarda nas fronteiras, cercou as zonas ao redor e mandou mais soldados pra caçá-los.

Lauren ficou nervosa, abaixou a espada e andou de um lado para o outro, guardou a lâmina na bainha e começou a resmungar.

- Droga! - disse ela alto - Ok, vamos seguir. Já sabe o que tem que fazer. Vamos seguir o jogo dele, se é a mim que ele quer, é a mim que ele vai ter, mas antes eu preciso fazer uma coisa.

(...)

A rainha se remexia em seus aposentos, Ishtar estava demorando muito pra completar esse feitiço, já estava quase não aguentando mais. O vento naquela noite estava relativamente brando, mas em sua janela as cortinas se agitaram, porém a rainha não notou. Nas sombras, uma certa morena estava escondida entre as cortinas observando a rainha deitada em sua cama com seu finíssimo robe de seda se remexendo de uma forma extremamente sensual para a de olhos verdes. Não fazia ideia da falta que sentia daquela mulher até agora, desde que se lembrava, achava que tudo que viveu foi um fruto da sua imaginação, mas a pessoa que estava na cama provava o contrário. Nem sabia o porque na verdade de estar alí, mas tinha que arriscar, tinha que garantir que o que estava fazendo não era loucura, havia finalmente chegado na capital a poucas horas e a inquietação desde chegou para ir ao palácio não lhe saía da cabeça e lhe corroía. E não pensou duas vezes no primeiro lugar em que queria entrar.

Camila, ainda que sonolenta não conseguia dormir, sentiu uma forte presença no seu quarto, mas uma bem familiar. Ainda deitada sentiu uma mão em sua cintura subindo por seu corpo, esse toque reconheceria em qualquer lugar. Virou-se para olhar para os verdes mais brilhantes e conhecidos que já viu em sua existência, estranhou não estarem vermelhos, mas não ligou pra isso naquele momento. A intrusa subiu na cama ficando por cima da rainha que apenas ajudou na posição.

- Você não faz ideia do quanto senti falta disso - disse a rainha se deliciando dos toques da morena.

- Não vai precisar mais sentir, Camz - sussurrou se aproximando e selando seus lábios aos da latina.

Esta teve uma explosão de sentimentos, seu corpo reagiu quase que imediatamente ao simples beijo, estava entrando em chamas. Seu interior se remexeu todo com os toques suaves, mas firmes da de olhos verdes, que também não estava diferente, pelo seu corpo. Não se beijavam a um tempão, mas esse era diferente, das últimas vezes não sentia as mesmas coisas que sentia nesse, era como se faltasse alguma coisa.

Ah se ela soubesse, que estava esse tempo todo beijando a falsa e a que estava com ela no quarto era a verdadeira, entenderia. E foi esse pensamento que deu incentivo a Lauren que se antes achava que seu sentimento talvez fosse outro delírio da sua mente agora não poderia ter mais certeza que é real, e essa sensação não poderia lhe dar mais alegria e força pra continuar com que estava por vir.

Depois que o beijo terminou, Camila abriu os olhos sorrindo, mas ela estava sozinha. Lauren havia sumido. Foi um sonho? Sua cabeça diz que sim. O formigamento em seus lábios diz que não.

Love and loyaltyOnde histórias criam vida. Descubra agora