Five

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Eu não conseguia me mover, estava escuro e tudo que conseguia enxergar eram pontos brilhantes passando rápido por minha visão. Um vento forte fazia meus cabelos se bagunçarem e eu tentava sair dali.
Então, ao longe, avistei Harry. Ele estava em fúria e corria em minha direção. Virei para o outro lado ouvindo um grito e avistei outro homem, esse não corria, mas também tinha uma expressão ruim. Os dois ficaram próximos de mim e começaram a se encarar como dois leões prontos para uma briga. De repente, senti minhas pernas sendo soltas e consegui correr até um deles, o que eu não conhecia. Chegando perto, levei um susto ao reconhecer aquele rosto, aquele rosto que eu lutei para deixar guardado junto com minha adolescência em um passado que já não importava mais. Só que diferente de como eu me lembrava, seus cabelos agora estavam mais curtos, suas roupas eram mais formais e seu corpo estava completamente definido.
Era Zayn...
Ao chegar perto dele, senti uma mão segurar meu braço, virei bruscamente e dei de cara com Harry, que olhava agressivamente para nós dois. Os olhares se fuzilando só fizeram com que o meu pânico aumentasse. Foi então que o vi tirar uma arma de seu bolso, meus olhos se arregalaram de novo e eu gritei com todas as minhas forças para que ele parasse com aquilo, mas ele pareceu não me ouvir. Avançou até Zayn e apontou a arma para seu peito, Zayn ficou rígido e olhou em dúvida para mim.
Mas algo me impediu de ver o resto daquela cena, minha visão foi ficando branca e depois preta. Um barulho alto, seguido de um zumbido atingiu meus ouvidos, tentei tampá-los, mas minhas mãos não saíam do lugar.
Algo segurava meus braços, tentava fazer com que eu me movesse, mas era inútil.

- Porra, Tomlinson, acorda! - abri os olhos, respirando fundo em seguida. Minha testa estava suada.
- Ele dormiu demais, cara... Deu até tempo de chegar sem que ele acordasse. - James disse, saindo do carro.
- Ou isso tudo foi medo do avião? - Harry me encarou, sorridente.
Avião? Mas que diabos de avião, nós...
- Bem vindo a Los Angeles! - ele disse, estendendo a mão para que eu a segurasse. Nós já estávamos em Los Angeles e eu simplesmente não conseguia lembrar de nada da viagem. Não me lembrava de chegar ao aeroporto, de entrar no avião...
- Vai sair daí ou não? - ele disse, impaciente. - segurei sua mão, saindo do carro em seguida. Aquele sonho ainda martelava em minha cabeça.
Entramos em outro carro - ainda mais luxuoso - e dessa vez Harry foi para o banco do motorista. Ainda meio atordoado, abri uma das portas do carro sem esperar que alguém abrisse pra mim e entrei, sentando-me no banco do passageiro. Os outros três sentaram-se atrás, eufóricos por finalmente terem chegado. Ele deu a partida, dando uma ré exagerada que quase fez com que o carro batesse em outro. Jared riu alto, pegando uma garrafa de cerveja e abrindo em seguida.
- Hey, seu idiota, vê se não vai acabar com todas. - ele disse, se fingindo de sério. Por um momento, sua expressão me deu vontade de rir. Uma de suas mãos foi até o aparelho de som do carro, ele apertou alguns botões e logo uma música com a batida forte começou.
- Hysteria? - eu disse, olhando pra ele com um meio sorriso.
- Você gosta do Muse? - ele me perguntou, se balançando junto com as batidas da música.
- Gosto até demais. - eu disse, tomando a liberdade de apertar o botão do volume e aumentando ainda mais a música.
- Essa é o Tomlinson que eu conheço. - Harry adotou um olhar malicioso, escorregando uma das mãos por minha coxa coberta pelo jeans. Apertou ela com certa força, me fazendo fechar os olhos.
- Mal posso esperar pra chegar ao hotel... - ele sussurrou, para que os outros não escutassem. Apenas virei meu olhar, fazendo charme. Ele tirou a mão de minha coxa e voltou a se fixar no volante.
O jogo havia começado.

Durante o caminho não perguntei para onde estávamos indo, provavelmente para um hotel, isso não importava. Não demorou muito até o carro parar em frente a um enorme prédio. E quando eu digo enorme, é enorme mesmo. Olhei boquiaberto da janela. Era incrível, deveria ter uns 30 andares ou mais. A pintura era toda trabalhada, em tons de azul escuro e detalhes em branco. As janelas completamente enormes em cada andar, a entrada parecia um jardim, com tantas plantas. Carros luxuosos transitavam pelo local e pessoas bem vestidas passavam tranquilamente por ali, cheguei até a ficar com vergonha, afinal meus trajes não eram dos melhores. Descemos do carro, deixando as bagagens para os outros trazerem e Harry me conduziu até a entrada, que dava acesso ao Hall.
Ao entrar lá, meus olhos brilharam, assim como tudo que se encontrava naquele lugar. Harry fez um sinal com a mão para um rapaz uniformizado que estava no saguão e me guiou até um enorme elevador. Entramos, ele apertou o botão que indicava "andar 27" e se manteve quieto ao meu lado.
- Uau... - consegui dizer, depois de algum tempo.
- É, meu pai fez um bom trabalho aqui. - ele dizia, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Olhei incrédulo para ele, que começou a rir da minha cara.
- Esse hotel é do seu pai? - não consegui esconder a surpresa em minha voz e quando percebi já estava próximo demais dele.
- Sim, sim, é dele. - ele sorriu abertamente, colocando as mãos em minha cintura. - Mas hoje e durante um tempo é nosso. - mordeu o lóbulo da minha orelha, me fazendo arrepiar. - Um elevador, hm? - mordiscou o mesmo local, colocando pressão em suas mãos e me encostando em uma das paredes.
- Parece muito... - tomei fôlego, seu olhar encontrou com o meu - Sexy...
A porta do elevador se abriu, revelando uma enorme porta na cor marrom com os detalhes em dourado.
- Mas na cama desse quarto é muito, muito melhor. - me puxou pela mão. Passou um cartão, que eu não havia o visto pegar lá em baixo - por um compartimento da porta e logo a mesma se abriu. Mais uma surpresa ao ver aquele quarto. Ainda mais bonito que o da própria casa dele, tinha uma janela que provavelmente daria para ver uma bela paisagem, os moveis claros e assustadoramente enormes, na cama caberiam muito bem umas cinco pessoas.
- Você se admira com pouco - ele jogou o cartão pelo chão e foi até a cama, deitando-se nela. - Ah, isso é ótimo! - fiquei olhando para ele, em dúvida de ir até a cama ou não.
- Vem aqui, Louis, não vai me deixar sozinho na cama, né? - senti um arrepio ao ouvi-lo dizer meu nome. Aquilo era raro e simplesmente delicioso de se ouvir.

Secretary (Larry Stylinson version)Onde histórias criam vida. Descubra agora