12- Algumas vezes, é melhor ficarmos sem respostas.

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A música havia parado e os lábios dos garotos permaneciam conectados, ainda que estivessem de olhos abertos, bem arregalados, as reações em ambos se seguiam de maneiras distintas.
Hyungwon se afastou da mesma forma abrupta na qual se aproximou, Kihyun o olhava assustado, não entendia o porquê do amigo ter feito aquilo. O mais alto segurava ao redor de seus ombros e parecia apavorado, como se tivesse se arrependido, mas não tinha como voltar atrás. Estava  feito.

Sr. Chae respirava de uma forma tão pesada, que quem visse dizia que ele teria um infarto. Parecia que tudo estava em câmera lenta. Viu lentamente o Sr. Yoo puxar Kihyun pelos cotovelos e arrancar com ele diretamente para o carro, o garoto nem sequer teve a chance de conversar com Hyungwon que permanecera estático no meio do salão. As pessoas que tinham seus celulares apontados para os dois, guardaram automaticamente quando sentiram o olhar mortal do homem em suas direções. Ele caminhou enraivecido para perto de Hyungwon e levantou o seu rosto que estava baixo. Ele poderia aguentar qualquer coisa que Hyungwon aprontasse, mas jamais suportaria se o filho fosse gay.

Isso ele não permitiria, não era apenas uma vergonha, era repúdio que sentia.

– O que diabos aconteceu com você?!!!– gritou. – O que significa isso Hyungwon?!!!– gritava. – Se a sua intenção era chamar atenção, parabéns – bateu palmas de forma irônica.– você conseguiu!

–Pa-pai e-eu.-pediu o garoto.

–Cala a boca!- as pessoas se espantaram pela forma que ele gritou, os curiosos de plantão automaticamente apontavam os celulares na direção dos dois novamente.

Sr. Chae olhou em volta e notou que estavam chamando mais atenção do que gostaria e nenhum pouco da forma que esperava, puxou Hyungwon para fora do alcance dos olhos dos demais e o levou até um escritório que ficava ali por perto. Trancou a porta e empurrou Hyungwon para perto de uma mesa.

O garoto estava mais consciente, sabia que o que tinha feito fora errado, não pelo que foi, mas o porquê de ter feito. Kihyun e ele não eram tão íntimos a esse ponto, a amizade deles ainda estava se construindo, não era justo que ele estivesse escutando uma bronca por causa de um erro seu ou por seu capricho em irritar o pai.

– Como você teve coragem de beijar um homem Hyungwon? UM HOMEM! Filho meu não é veado porra! – Hyungwon tremera com a forma estúpida na qual o homem gritava as palavras de forma baixa.

– Por que você fez isso ??? Como você acha que as pessoas vão nos olhar agora hein?!!- gritava totalmente irritado.

–Eu não me importo! - Hyungwon disse pela primeira vez.– Não me importo em como eles me olham pai, eu não me importo com nada do que eles dizem...– não sabia porque dizia aquilo mas gritou. O homem arregalou os olhos.

–O que você tá dizendo Hyungwon?! Está dizendo que você é Gay?!!!– Hyungwon o encarou por que durou minutos, o homem respirava pesado e não acreditava no que ouvia. Sr. Chae nunca havia encostado a mão em Hyungwon, mas queria naquele momento, mesmo que sua forma de o criar fosse fria e com certa indelicadeza, eles sempre se trataram com respeito. Haviam discutido pouquíssimas vezes, Hyungwon mesmo que do jeito quieto demais, sempre fora muito respeitoso. O Filho havia mudado de uma forma significativa nos últimos meses e algo na cabeça do mais velho, indicava que isso era por influência do Yoo.

Dentro de Hyungwon havia uma batalha entre contar ou não contar, quem dera fosse fácil admitir para o pai tão quão foi quando contou para a Sra.Shin, pensou em contar a verdade, acabar com aquilo e esperar pelas consequências, mas... não teve coragem.

Feeling MyselfOnde histórias criam vida. Descubra agora