03- impaciência gera más escolhas.

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Da ligação até o momento que estava acontecendo diante dos olhos de Kihyun, tudo passava como um verdadeiro impacto anestésico, embora ele ter ido reconhecer se de fato aquele que estava em cima de uma mesa de pedra fosse realmente o seu irmão gêmeo, Kihyun não havia dito sequer uma palavra.

O caixão estava ao redor de várias e várias coroas de flores, haviam várias pessoas conhecidas suas ali, Kihyun que estava vestido como Kihun, estava posicionado ao lado dos pais, mas não trocava nenhuma palavra com eles, ele simplesmente se fechou.

Ele observou o desespero de Minhyuk, que não conseguia parar de chorar, desde o ocorrido, Minhyuk não conseguia olhar para Kihun sem abrir um berreiro, era necessário que JooHeon o controlasse.

Muitas pessoas foram ali prestar homenagem ao "adolescente sonhador" que Kihyun era. Kihyun se sentia a pior pessoa do universo, na verdade ele se sentia um covarde.

Por que Kihyun era um covarde? Simples, ele não havia dito que quem na verdade havia morrido naquele acidente, fora Kihun e não ele.

Ele até pensou em fazer aquilo assim que recebeu a noticia do terrivel acidente, mas assim que ouviu a conversa dos pais pela porta, decidiu que Kihyun estava realmente morto...

-Oh meu deus o meu filho. - a senhora Yoo lamentava agarrada ao lençol da cama, seu choro era sentindo e Kihyun sabia que parte dele era remorso.

-Pare de drama mulher... Kihyun sabia o que estava fazendo, foi um irresponsável e olha no que deu...- Sr. Yoo disse e tanto Kihyun quanto a Sra. Yoo abriram as suas bocas em um ato de incredulidade.

O Sr. Yoo era uma pessoa fria, mas Kihyun não sabia que chegava ao ponto de dizer um absurdo daqueles e as coisas ficaram ainda piores, pois ele continuou.

-Pelo menos não foi Kihun, pois ele sim, tem todo um futuro pela frente, ele sim sabe o que quer e se tivesse morrido, seria realmente lamentável.- suspirou o pai.

-OLHA O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO HOMEM? PELO AMOR DE DEUS, KIHYUN ERA O SEU FILHO TAMBÉM, PELO MENOS RESPEITE-O NA HORA DA MORTE.- A Sra. Yoo disse e Kihyun abafou seus soluços com a mão sobre a boca.

Ouvir aquilo de seu progenitor, fora pior do que muitas coisas do que já havia passado na vida. Então ele correu para o quarto, não dando mais ouvidos a briga dos pais e trancou a porta.

Kihyun jogou tudo o que tinha de suas coisas fora, molhou livros, quebrou seu violão e até mesmo o seu teclado, tudo, tudo o que pertencia a si, ele quebrou ou molhou, dando fim a diversos momentos de sua vida.

Após o pequeno surto ele encolheu-se em um canto da catástrofe de seu quarto e encarou a cama de seu irmão, impecávelmente arrumada, os livros de Kihun estavam organizados em ordem alfabética ou separados em cores, seus cadernos estavam jogados sobre a pequena mesa de estudos e até o seu lápis que tinha pontas mordidas, se encontrava ali fazendo com que a dor no peito do pequeno Yoo ficasse cada vez mais forte.

Kihyun tinha lágrimas grossas escorrendo sobre seu rosto, a incredulidade de que o irmão tinha morrido continuava martelando em sua cabeça, ele não conseguia acreditar que aquilo tinha mesmo acontecido. Por que? Por que? Ele se perguntava...

Kihun só queria se divertir pelo menos uma vez e deu no que deu. Fungando  e engolindo o seu choro, Kihyun se levantou e foi em direção ao espelho que tinha dentro do quarto dos dois.

Ele encarou seu reflexo e chorou por mais minutos, apenas se encarando. Mais triste ainda, foi o momento em que ele "abraçou" o o espelho pois a ideia de se abraçar, era como se estivesse abraçando o seu irmão e seus soluços foram audíveis em todo o quarto. O choro foi cessando e Kihyun novamente se encarou no espelho. De agora em diante, ele teria que tomar decisões que mudariam totalmente a sua vida.

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