Doce Diabo [KageHina]

Capítulo 02 - Puro e Inocente

Kageyama passou a tarde toda no trabalho consciente do vibrador perfeitamente estático que tinha dentro de si. Era como um lembrete constante do prazer que ele poderia estar sentindo se não precisasse estar no trabalho lendo longos processos e marcando de marca texto as partes relevantes para que os advogados formados só precisarem ler os pontos importantes. O trabalho em si era meio estúpido, mas lhe dava bastante conhecimento e experiência.

Hinata até podia gostar de fazer algumas surpresas, mas os limites eram sempre respeitados. Trabalho era trabalho e não dava para seguir com a cena. Mesmo assim, Tobio tinha certeza que o ruivo não ia perder um minuto do tempo livre que tinham.

Pouco antes das 18hrs chegou a primeira mensagem: "Vai sair no horário?". "Sim" ele respondeu prontamente. "Pegue um táxi." foi a resposta de Hinata, seguida de um emoji piscando um olho. Kageyama contraiu os glúteos quase que involuntariamente, provocando um arrepio que pareceu subir até a nuca e voltar até a pontinha do seu pênis. Suspirou e olhou para o relógio marcando 17h45min desejando que os ponteiros se apressassem.

Os vinte minutos de táxi para casa foram torturantes. Diferente da manhã que o aparelho cumpria ciclos e parava, o vibrador ficou o trajeto inteiro ligado em breves pulsos de potência baixa. Tobio foi a viagem toda de pernas bem cruzadas e uma mão tapando o rosto fingindo que dormia, tentando acalmar o corpo todo que parecia vibrar junto com o aparelho.

O rítmo constante parecia impedir que qualquer pensamento coerente se formasse em sua cabeça. Seu coração pulsava frenético na mesma batida. Apertava as pernas sem qualquer sucesso em se aliviar, contraia os músculos para quem sabe conseguir movimentar um pouco sequer o pequeno vibrador, mas era impossível. Ele estava perfeitamente colocado para não se mover, Hinata sabia muito bem o que fazia.

Chegou em casa pouco antes das 18h30min, mais ou menos no mesmo momento que o vibrador se desligou. Foi direto para o quarto onde precisava deixar tudo preparado para quando Shouyou chegasse. Além é claro das cores verde, amarelo e vermelho como palavras de segurança, os dois tinham uma outra combinação bem simples que guiava as cenas que faziam. Tobio sempre chegava antes e escolhia na vasta coleção de acessórios do casal, aqueles que ele gostaria que fossem usados. Os deixava sobre a cômoda prontos para que Hinata só os pegasse rapidamente. Hinata não usaria nada que não fosse daquela seleção.

Tobio abriu as gavetas já sabendo exatamente quais itens escolheria. Os deixou organizadamente sobre a cômoda e começou a tirar a roupa. O quarto tinha espelhos muito generosos cobrindo as portas do armário onde Kageyama se observou tirando os sapatos, paletó, calças, gravata e... Fitou o próprio reflexo por alguns instantes, ergueu uma sobrancelha avaliando uma idéia. Tirou o resto da roupa e guardou tudo no armário. Tudo menos a gravata azul escura, depositando-a sobre a cômoda junto com os outros itens.

O relógio despertador ao lado da cama marcava quinze minutos para as 19hrs e Kageyama já estava pronto, nu e ajoelhado sobre uma almofada. Hinata chegaria a qualquer momento e seu corpo não escondia que estava estimulado. O vibrador o tinha mantido num estado de excitação praticamente constante o dia todo.

Ele podia notar gotas de gozo seco em seus pelos pubianos e uma gota fresca já se acumulava na glande. Sua pele normalmente branca e pálida estava avermelhada, até suada em alguns locais. Nas coxas próximo aos joelhos, algumas marcas de apertões que ele mesmo havia feito em tentativas de manter o rosto sereno durante a aula da faculdade. Por todo corpo seus pelos estavam arrepiados apenas com a expectativa do que viria a seguir.

Faltando cinco minutos para as 19hrs, Kageyama já sentia um leve formigamento nas pernas graças à posição em que aguardava. Tudo estava quieto e a sua própria respiração parecia preencher o ambiente. Não conseguia parar de pensar nos itens que tinha cuidadosamente alinhado na cômoda, e como Hinata os utilizaria. Se lembrava de outras noites, que tinham iniciado daquela mesma maneira, e sua ansiedade só aumentava.