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Falar é libertador, se expressar é necessário. O ser humano precisa ser ouvido, necessita da compreensão. As vezes falam sozinhos, apenas escutando o que dizem já sabem se aquilo era paranóia ou não, as vezes precisam que alguém os diga algo que os libertará.

O trabalho do psicólogo é ouvir e aconselhar para que o paciente chegue a autorealização e autocompreensão. Casey consultava uma psicóloga semanalmente, todas quartas-feiras.

O ranger da porta despertou a Dra. Pegula, que anotava algo em sua planilha, e a fez olhar para porta.

- Casey! Como está? - ela pergunta assim que o vê.

- Estou bem, doutora Pegula.

- Ah, Casey, sabe que pode me chamar de Kim. - ela diz sorrindo - Parece desanimado, aconteceu algo?

- Eu contei para Drew o que aconteceu comigo no ensino médio. - ela o olha e indica para que ele prossiga - Contei para ele sobre o relacionamento abusivo, sobre Harry e sobre a morte de meus pais.

- E como se sente?

- Foi bom falar, mas não consigo prosseguir, não consigo dar uma chance para ele. Parece que Harry voltou e está atormentando meus pensamentos.

- E por que você acha que isso está acontecendo? - Kim indaga.

- Eu.. - Casey hesita - Eu voltei a pensar nele e parece que agora não consigo mais parar, achei que havia superado. Quero dizer, falar com você está ajudando, mas não sei, parece que dei passos para trás.

- Não acho que você deu passos para trás, acho que você está avançando. - ela diz enquanto anota algo.

Ele parece surpreso com a fala dela, se mexe nervosamente e responde, incerto:

- Você acha? Eu sinto que estou regredindo, pensando demais nele.

- Não, Casey, você está o encarando, enfrentando sua dor. Falar com outra pessoa além de mim foi um passo grande. - ela diz se referindo a Drew.

- Eu sei, mas não quero ser um fardo, entende?

- Entendo. Mas você realmente acha que se abrir, se permitir amar e ser amado é ser um fardo?

Casey permanece em silêncio, ele sabe que não, mas o sentimento que o puxa para trás não o deixa avançar e ser feliz, era como se Harry estivesse ali, sussurrando em seu ouvido, dizendo que ele nunca iria conseguir ser amado por alguém.

- Você sente que ele está por perto, não é? - a doutora pergunta como se lesse seus pensamentos.

- Sim... - ele concorda.

- Ele ficou no passado, Casey, ficou em Cleveland.

- Eu sei, só... Parece que ele voltou para me assombrar, como um fantasma.

Casey pensa em Harry, no sorriso diabólico dele e em suas palavras mais afiadas como faca.

Passado algum tempo, a sessão acaba e Casey decide voltar para o campus. Ele caminha lentamente pelas ruas da cidade, olhando tudo a sua volta e sem saber o que espera encontrar.

Ele para em uma cafeteria e compra um donut de chocolate, ele imediatamente se lembra de Drew. Fica um pouco triste, mas continua andando e comendo seu doce. Deveria dar uma chance? E se estragar tudo? Os pensamentos de Casey se resumiam a isto, não conseguia se concentrar em qualquer outra coisa.

Quando chegou ao campus, viu Drew sentado no gramado com um garoto ao seu lado. Logo o garoto se aproximou de Drew e o beijou. Casey foi consumido por ciúmes, apertou o passo e foi em direção ao seu apartamento. Quando deu por si já estava dentro de seu quarto.

- Não faz sentido eu ter ciúmes! Eu deveria ficar feliz que ele seguiu em frente. - ele fala consigo mesmo - Então por que me sinto assim?

Casey diz e olha pela janela, não vê Drew ou o garoto, apenas vê o céu carregado de nuvens, parecia que iria chover. Ele se afastou da janela e se sentou na cama, tirou suas roupas e foi tomar um banho em busca de se acalmar.

Quando saiu de seu quarto, viu Joseph, seu colega de apartamento.

- E aí? - Joseph o cumprimenta.

- E aí?

Casey se serve de um copo de leite e se senta no sofá. Joseph pega seu prato e seu copo, os coloca na mesinha de centro e se senta com Casey.

- Você está bem?

- Estou. E você? - Casey diz virando para o olhar.

- Estou bem. Mas você não me parece legal. Quer sair com a gente hoje?

- Acho que vou ficar por aqui, cara. Valeu. - Casey disse.

Ele não queria sair para beber, por mais que gostasse de seus colegas, não eram amigos de verdade. Casey decidiu ficar sozinho para espairecer e dormir melhor. Ele precisava disso, precisava parar de pensar em tudo

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𝔽𝕖𝕖𝕝𝕚𝕟𝕘𝕤🔹ʳⁱᵛᵉʳᵈᵃˡᵉ ᶜᵃˢᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora