31 - Um ato de amor

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Clarisse estava sozinha na sala de espera do hospital, Mirela havia tido uma piora muito rápida, seu caso se agravava ainda mais. A morena tentava esconder sua aflição, mas nem sempre era possível e por isso chorava quando o médico entrou na sala olhando pesaroso pra Clarisse.

-Como ela está Doutor?

Clarisse perguntou apressada, seu coração já estava em sua mão.

Ele suspirou e sentou com Clarisse e uma das confortáveis poltronas da sala de espera.

-Precisamos que seja forte Clarisse. Ele começou a dizer e a morena já começou a chorar. - O estado de Mirela esta piorando, a doença esta evoluindo e sinto em dizer que o tratamento não esta mais funcionando, apesar dela parecer bem na maioria dos dias, ela não está, a doença está avançando e não há ,muito que possamos fazer, a nossa unica esperança é um transplante de medula óssea, precisamos encontrar um doador o mais rápido possível... Porque ela não vai sobreviver a mais um ataque desses, o corpo dela está frágil e precisamos entuba-la, ela receberá um coquetel de remédios que irá diminuir a dor, mas só um transplante pode salva-la.

O chão de Clarisse sumiu sob seus pés, o choro se tornou mais compulsivo e foi acalentado pelo medico que abraçou.

-E os meus exames ficaram prontos Doutor?

-Sim, e infelizmente você não é compatível, já entrou em contato com a família dela? Talvez alguém possa ser compatível.

Clarisse suspirou apavorada.

- A família dela a abandonou ha anos, não se falam desde então , o pai dela é envolvido com política e a renegou quando ela se assumiu e a mãe é submissa ao pai, a irmã dela era a única que a apoiava, mas não sei o que houve entre elas.

Clarisse explicou.

-Sem um doador a situação dela complica ainda mais, ela vai entrar na fila de espera e não sabemos quanto tempo vai demorar, ela tem pouco tempo... Eu sinto muito Clarisse.

Concluiu o médico com pesar.

Clarisse voltou a ficar sozinha na sala de espera chorando, nunca havia se sentido tão perdida na vida, se sentia impotente por não poder salvar a vida de sua mulher.

Enxugou as lágrimas precisava ser forte pra Mirela, precisava está ao lado dela.

Quando entrou no quarto se segurou pra não chorar novamente posicionada ao lado da cama de Mirela acariciou seus cabelos e beijou sua testa com delicadeza,  amava sua esposa e lhe ver naquela situação era uma dor quase física, não sabia se estava preparada pra no tê-la novamente e desta vez para sempre,  mesmo com a separação pelas quais já haviam passado sempre deixava aquela sensação de que não era o fim, mas desta vez se ela partisse não teria volta e isso estava acabando com Clarisse.

Sentou na cadeira ao lado da cama e ficou acariciando a mão de sua esposa.

-Fica comigo Mirela... Por favor amor. Luta comigo amor, não me deixa eu preciso de você,  passei tanto tempo longe de você que agora que estamos juntas não é justo que eu te perca... Eu te amo.

Clarisse ouviu um soluço e quando levantou a cabeça notou que Mirela chorava, lágrimas escorriam pelo canto dos olhos.

-Querida, desculpe, não chore meu amor...

Mirela ergueu a mão apontando para a mesinha de canto onde estava suas coisas.

Clarisse olhou pro local vendo o caderno de capa de couro preta, ultimamente o fiel companheiro de Mirela.

-Quer que eu pegue seu caderno?

A ruiva assentiu com um gesto lento da cabeça,  Clarisse pegou o caderno e voltou pra perto da cama e notando no olhar da esposa o desejo da mesma para que ela o lesse.

Inesquecível [Romance Lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora