Mirela entrou no galpão chacoalhando as chaves em sua mão nervosa, há dias ela estava com as chaves, mais ainda não tinha tido coragem de ir até alí. As conversas com Clarisse via mensagens estava sendo o suficiente por enquanto, na verdade a conversa na noite anterior com o marido foi o que a fez seguir até o galpão.
Vasculhou o ambiente com os olhos em busca de algo que lhe trouxesse alguma lembrança, mas nada lhe ocorreu, caminhou pelo lugar em busca do quarto e esbarrou e uma mala.
-Droga!
Reclamou consigo mesma por não prestar atenção no caminho.
Olhou para a mala e depois para o patamar acima da garagem. " O quarto deve ser alí." Pensou e caminhou até lá, subindo as escadas com calma pra não fazer barulho e assim que alcançou o fim da escada de madeira suas desconfianças se tornaram certeza, Clarisse dormia profundamente na cama box de casal, ela estava deitada de barriga para baixo, os cabelos negros estavam espalhados pelo travesseiro, o rosto adormecido passava a sensação de paz, ela ressonava calmamente com a respiração profunda e compassada. Mirela riu, ela era tão linda... Sentiu seu coração palpitar e as mãos coçando para tocá-la, mas se segurou caminhando pelo quarto em silêncio pra não acordar Clarisse. Procurou pela caixa e a encontrou num canto do quarto, mas era pesada demissão para que pudesse carrega-la sem fazer barulho e era justo essa a sua intenção.
Tentou pegar a caixa no colo, não deu certo. Tentou arrastar pelo quarto, mas o piso de madeira impedia a caixa de deslizar com facilidade pelo chão e o pior sem fazer barulho. Sentou-se no chão se dando por vencida.
-O que eu vou fazer agora?
Se questionou brava.
-Você pode pedir ajuda.
A voz rouca pelo sono assou atrás dela e Mirela sentiu seu corpo reagir imediatamente, virou-se devagar tentando se preparar para o contato, mas nem um milhão de vidas a prepararia pra aquilo, os olhos verdes a encaravam com profundidade.
"Caralho, que mulher linda", pensou.
-Obrigada.
Disse Clarisse com um sorriso lindo no rosto e só então Mirela percebeu que havia verbalizado seus pensamento.
-Oh... Eu... Eh... Ela estava sem graça, óbvio, quem não estaria estando em tal situação?
-Não precisa ficar envergonhada. Vou fingir que não ouvi.
Disse Clarisse sorrindo de uma forma que deveria ser proibida.
Mirela se levantou do chão e apontou para a caixa a seus pés.
-Me ajuda?
Questionou tentando mudar de assunto.
Clarisse continuou sorrindo e olhando para Mirela com um olhar misterioso, ainda sem deixar de encará-la se espreguiçou erguendo os braços, fazendo com que sua blusa que já não era lá muito grande subisse deixando uma boa porção da barriga morena e bem definida á mostra.
Mirela sentiu-se atacada por uma taquicardia descontolada, suas mãos tremeram e sua boca secou, os olhos não deixaram a barriga da morena nem mesmo quando a roupa voltou a cobri-la estava encantada e perdida, cada movimento de Clarisse a seus olhos era um apelo sexual, mesmo que em muitas vezes não fosse a intenção da mesma, mas o que Mirela não sabia é que desta vez era sim uma bem calculada provocação. Afinal Clarisse havia dito que não a pressionar ia, mas uma provocação de leve não faz mal a ninguém faz?
Mirela saiu do quarto carregando a caixa pesada com a ajuda de Clarisse e se sentou no confortável sofá laranja da sala colocando a caixa perto dos seus pés, enquanto isso Clarisse voltava ao quarto para fazer sua higiene matinal.
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Inesquecível [Romance Lésbico]
Roman d'amourMirela, havia perdido a memória em um terrível acidente causado por um bêbado ao volante, pra sua sorte sobreviveu, mas perdeu parte da memória agora estava prestes a se casar quando uma mulher misteriosa aparece e lhe rouba um beijo, que é intensam...