A chuva escorria por todo seu corpo, porém não era somente chuva que o molhava, as lagrimas de Iris também estavam presentes. Meglium sabia do que ela era capaz, pois uma das primeiras coisas que fizera questão de saber, quando começou sua amizade com a garota, era o que havia ocorrido aquele dia, então a menina lhe explicou que pertencia ao povo Cruento, mas que a muito tempo não usava suas habilidades para ferir pessoas ou animais e que aquele dia somente empurrou o garoto para o chão.
O povo Cruento, ou como eram chamados: manipuladores; possuíam a habilidade de manipular qualquer coisa que estivesse ao seu redor, porém, eram conhecidos por sua crueldade, por matarem sem piedade e com imensa frieza, a Grande Catástrofe foi feita por muitos manipuladores, afinal para eles não existiam empecilhos para matar.
— Desculpa interromper o momento fofo, mas o que vamos fazer?
Brando mexia o ombro pra frente e para traz. Iris o olhou e ainda com lagrimas nos olhos correu ao encontro do menino para abraçá-lo.
— Desculpa!
— Está tudo bem, Tyran já arrumou.
— Você fala como se fosse simples.
A pesar de tudo Meglium sabia que Iris estava certa, a chuva não pararia tão cedo, e o caçador não iria sair da Casa do Minério até esta passar. A única opção era o enfrentar, porém o medo de que Iris se descontrolasse era presente em seu coração.
— Creio que não temos outra escolha a não ser irmos até a ele.
— Certeza?
No olhar Iris ele podia perceber o medo de que ela perdesse o controle.
— Sim. Vamos pensar em algo.
***
Meglium estava em frente à Casa do Minério, ele gritava chamando pelo caçador e não demorou muito para que ele surgisse de trás da porta com seu mosquete na mão.
— Você tem muita coragem menino.
Meglium permaneceu em silencio, ele percebeu que os panos que o homem havia amarrado estavam encharcados de sangue.
— Muito bem, vou ser rápido... ou não.
Então o homem se preparou e disparou. Mas a bala não o atingiu, ela desviou seu caminho, e grunhindo o homem colocou a pólvora, em seguida a bala, colocara um pouco de pólvora na caçoleta e disparou, contudo, a bala desviara outra vez. Ele fizera isso mais duas vezes e nenhuma das balas o atingiu.
— Desgraça de Manipulador!
— Não sou um manipulador.
— Não?! Então o que é?! Uma chave?!
— Sou humano assim como você, não tenho culpa que você é ruim de mira.
— Seu desgraçado!
Então o homem apertou mais uma vez o gatilho, porém nada saiu de sua arma.
— Não tem problema, tenho uma faca.
E tirando sua faca da cinta, o homem se pôs em direção e quando estavam a passos de distância uma redoma de fogo se formara em volta do homem.
— Então seu amigo solus também está brincando?
— Obviamente.
Disse Tyran saindo de trás da construção.
— Vou ter tanto prazer em mata-los.
— Pode me explicar como? Acha mesmo que consegue passar por essa redoma de fogo sem se queimar?
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A Primeira Chave
FantasiaNaquele instante ele percebera que toda sua vida havia sido pautada em mentiras. A vila nos arredores de Vitae havia escondido os escravos e o terror da guerra. O amor de seu pai havia abafado a dor que ele sentia por sua mãe ter deixado o mundo qua...