Aqueles que se sacrificam

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Me desculpem. É tudo o que posso dizer hoje...

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O castelo se transformou em um imenso alvoroço quando a voz de Jeongguk cessou no alto-falante. Os selecionados correram até o salão e ali já haviam inúmeros soldados posicionados, e somente estes lutariam utilizando armas de fogo – ao menos no primeiro momento – enquanto que os “voluntários” estariam munidos apenas por força física. Franco-atiradores já estavam se reunindo nas torres, os soldados mais experientes vinham do lado de fora do Palácio protegendo sua entrada, por mais que esta obviamente seria rompida logo no início. Aqueles homens estavam cientes de que as chances de perecerem ali eram altas, entretanto, seus sentimentos patriotas apoiavam o dever de matar e morrer por Busan.

Do lado de dentro, entre a Sala do Conselho e o salão principal, Hoseok e Heeyeon seguidos por Taehyung e Yoongi corriam para se posicionarem em seus postos. Enquanto corriam, o ômega mais velho teve um vislumbre rápido de tudo que já havia vivido ali dentro. Era novo demais desde a ultima Rebelião, e sinceramente não imaginava que uma nova aconteceria. Não era com isso que estava preocupado, entretanto. Enquanto que todos correram, o Min abruptamente parou, ficando para trás. Hoseok percebeu a hesitação atrás de si e a respiração afobada do mais novo e também parou, olhando para trás e tentando ler o sub-conselheiro, porém seu rosto estava baixo. Quando o ergueu, a expressão de Yoongi carregava tantas emoções que o Jung quase caiu para trás. Os olhos do ômega pareciam marejados, sua face suplicante escondia algo sem esconder realmente. Ao constatar qual era o enigma, o general sorriu.

- Eu sei, Yoon – Hoseok suspirou, ainda com um sorriso pequeno (e tranquilo) em seu rosto. – Eu também te amo... – murmurou e se aproximou do ômega, segurando seu rosto com a mão direita e se aproximando o bastante para que seus narizes se tocassem suavemente, num carinho singelo. A mão esquerda de Yoongi segurou o pulso do outro com leveza, acariciando ali e então, fechou seus olhos ao sentir os lábios de Hoseok tocarem os seus, mesmo que fracamente. – Consigo sentir que está com medo, mas não precisa se sentir assim. Vou proteger você, e sinto que terei sua proteção também – disse ainda em tom de murmúrio. O Min deu uma risadinha anasalada e tocou os fios ralos de cabelo do alfa lúpus.

- Não sou forte, mas sou um bom estrategista. Sei onde e como atacar alguém – Yoongi disse, ainda com os olhos fechados. – Mas... nós dois lutaremos em áreas opostas. Não vamos proteger um ao outro, apenas nós mesmos, então... não morra – pediu, suspirando. Tentava não se assustar, mas era uma tarefa quase impossível, afinal de contas, Hoseok tinha um papel absurdamente importante naquela guerra. Não era um cadete, era um General. Eram os seus homens lutando, era todo um peso em suas costas, os Reis estavam sob sua proteção. Yoongi entendia perfeitamente o quão fodido aquilo era, e essa era a fonte do seu medo. Hoseok era um homem forte, mas sua importância dentro do reino o transformava em um alvo fácil. Fácil demais.

- Vai ficar tudo bem, eu vou ficar bem. Um tiro ou um golpe de faca não vão me derrubar, então não se preocupe tanto, meu bem – Hoseok disse e se afastou. Ambos sabiam que aquele momento era preocupante, que precisavam agir de imediato para que evitassem maiores tragédias ali dentro. Tinham consciência de que pessoas morreriam, não podiam salvar todo mundo, mas podiam prevenir que o número de baixas fosse alto demais. – A sua direita é forte, Yoon. Use-a bem, e não hesite em se transformar se isso for necessário – alertou o mais velho e o Min deu uma risada sincera. Balançando a cabeça para o lado, o ômega acenou em concordância.

- Vou ficar bem, hyung.

Um pouco mais distante daquele ponto do castelo, Jeongguk ajeitava os revólveres em sua cintura enquanto caminhava rapidamente até o corredor que levava aos aposentos dos selecionados. Ao chegar de frente ao quarto que precisava, o príncipe suspirou profundamente. A adrenalina em suas veias quase pulsava; homens estavam prestes a invadir o castelo e os pressentimentos que tinha definitivamente não eram bons. Porém, havia alguém ali dentro que precisava ser salvo por um bem maior – mesmo que não fosse o bem do seu reino. O ômega lúpus então bateu na porta do quarto e logo Henry saiu com pressa, como se estivesse se preparando para ajudar na batalha.

CASTA 6 • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora