Tristeza

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Pov Alec

Eu ainda estava chorando quando as portas do elevador se abriram, mas de repente eu travei. Não consegui colocar o pé pra fora do elevador e depois de um tempo as portas novamente se fecharam e eu ainda estava lá dentro. Então eu engoli o choro e apertei o botão que me levaria novamente para o quinto andar.

Eu estava sentindo uma dor enorme, uma sensação de que tudo estava desmoronando, mas mesmo assim eu só conseguia pensar em Magnus e em como ele estava quando eu sai do apartamento.

Eu queria correr para o meu apartamento, para a minha cama e chorar até que não houvesse lágrimas. Chorar por ter sido enganado, chorar pelo futuro que eu achei que teriamos, e chorar porque eu sentiria muita saudade dele mesmo diante essa situação, mas por hora o meu plano teria de ser adiado porque eu precisava ver como Magnus estava.

Eu não me entendia, mesmo sentindo raiva eu não conseguia ir embora sabendo que ele estava daquela forma, tão quebrado. Talvez eu fosse um fraco, um idiota por ir correndo ver se uma pessoa que acabará de mentir pra mim estava bem. Mas ele também era a pessoa que eu amava, e uma pessoa que estava claramente sozinha e precisava de conforto, eu nunca me perdoaria se ele acabasse fazendo algo contra si mesmo, que eu poderia ter evitado.

Eu realmente sentia muito pela sua menina, Anne, mesmo eu não tendo a conhecido ela era um pequeno e lindo pedacinho de Magnus. Pelas fotos eu pude ver que ela também tinha a cor dos seus olhos, a mesma boca pequena e o mesmo ar de fofura que as vezes eu via em Magnus. E saber que ela havia ido embora tão cedo, fazia meu coração se quebrar, saber que durante todo esse tempo Magnus se culpou pela morte dela acabava comigo.

Enxuguei minhas lágrimas e sai do elevador. Andei até o apartamento a passos curtos, devegar, para me dar tempo pra pensar no que estava fazendo, se era certo o que eu estava fazendo.

Quando entrei pela porta Magnus estava sentado no chão com os braços envolta das pernas e cabeça baixa. Ele ainda chorava consideravelmente alto, acredito que por isso não tenha me ouvido entrar, parecia uma criança indefesa e frágil, que não tinha ninguém para acalma-la e dizer que tudo ficaria bem.

-Magnus? -Chamei me aproximando um pouco incerto e ele ofegou quando ouviu minha voz. Ele levantou o olhar devagar e fungou quando me viu. Correu até mim e me abraçou com força me fazendo quase cair com ele no chão. Eu não queria toca-lo, não queria estar aqui, ainda havia rancor e desapontamento no meu coração, mas também havia amor, havia empatia e havia carinho e eram essas coisas que me faziam esquecer, pelo menos um pouco, das minhas feridas e me esforçar para ajudar ele.

-Você voltou, anjo.. voltou pra mim. -Chorou agarrando minha camisa com força, parecia com medo de que eu fosse embora a qualquer momento.

Eu nunca havia visto Magnus tão frágil assim, tão desesperado e dependente.

-Anjo, você voltou pra mim..- Repetiu ainda chorando. Quanto mais o tempo passava, mais eu via o quanto ele estava mal e que eu não estava errado em ter voltado.

Mesmo eu não sabendo o que fazer, mesmo não sabendo como lidar com uma pessoa nessa situação eu tentaria pelo menos acalma-lo, porque ele tremia de tanto chorar.

-Magnus, por favor..se acalme. -Falei tentando desfazer o abraço, mesmo relutante ele se afastou. -Vem. -O puxei para se sentar no sofá e me sentei ao seu lado. -Fica calmo, está bem? -Falei e ele assentiu parando de chorar aos poucos. -Eu não voltei porque mudei de ideia, eu voltei porque apesar de tudo você precisa de alguém, não pode ficar sozinho.

-Mas, anjo.. -Magnus já me chamava de anjo com bastante frequência, mas até do que eu o chamava de gostosão. Costumava ser um apelido gostoso de se ouvir, um apelido fofo e carinhoso que me trazia lembranças boas do dia em que nos conhecemos, mas agora não era assim mais. Doia e doia muito quando ele me chamava por esse apelido, porque as lembranças apesar de serem felizes, machucavam minha alma.

Meu Melhor Erro (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora