Ruídos

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         Eu espero, sinceramente, que os outros vilões não tenham escutado nada. Apesar de que, mesmo que ainda estivessem no bar, e aquela porta ainda se encontrasse fechada, é difícil que não tenham ouvido ao menos um ruído. Seja da corrente batendo contra o metal, um palavrão incontinente, ou... um gemido. Toga me garantiu que não ouviriam nada lá do bar, porém, nós duas sabíamos que caso algum deles, por ventura, tenha ido para um dos quartos, será constrangedor encara-lo no dia seguinte. Mas não era culpa minha, afinal, Himiko era a culpada por minhas reações. Ao contrário do que disse antes, ela não estava nem aí para os barulhos que fazíamos. Se eu ficava calada ela me fazia falar besteiras; se eu relaxasse o corpo ela me fazia contorcer; se eu gemia baixinho ela me fazia gritar; e, algemada à cabeceira da sua cama, não consegui nem cobrir a boca quando Himiko posicionou sua língua na minha coxa, e foi subindo devagar, alternando entre lambidas e beijos, até chegar no seu destino, assim como eu havia pedido. Ok, talvez eu tenha um pouco de culpa, fui eu quem insinuou para que ela fizesse um oral em mim.

         - A-ah... porra! – Exclamei um pouco mais alto – Himiko, eles vão me escutar.

         - Apenas relaxe, gatinha – Disse a vilã com uma voz arrastada.

         Suspirei ao encara-la. Sua expressão séria e selvagem, aliada à voz tremula e a respiração ofegante, entregava sua excitação. O suor escorria pelo seu rosto, permitindo que alguns fios de seus cabelos, agora soltos, grudassem nele. Vê-la desse jeito me deixou louca.

         - C-continue por favor, – Falei ofegante – mas acho melhor soltar minhas mãos se não quiser que eu... faça barulhos.

         - Para você cobrir sua boca? Nem pensar. Eu quero ouvir você. – Disse Toga mordendo seu lábio inferior – Só não deixe eles te escutarem, ok?

         - Himiko, eu não consi... HIMIKO!

         Não consegui terminar de falar.

         [...]

         Finalmente, o silêncio predominava no quarto, a não ser pela nossa respiração e o Tic Tac do relógio na cabeceira da cama, que marcava 23:30. Em um dos cantos da cama, Himiko estava deitada olhando para o teto. Já no outro canto, bem na beirada da cama, estava eu, deitada de bruços, encarando o chão do cômodo pensando no que acabou de acontecer. Logo abaixo de mim, as algemas que Toga tinha usado para me prender estavam caídas no chão. Já fazia bastante tempo que ela havia me desalgemado, mas as marcas vermelhas nos meus pulsos, causadas pelas mesmas, demorariam a sair. Estas não foram as únicas marcas que a vilã deixou no meu corpo. Ela disse que eu ficaria ali pelos próximos 4 dias, espero que até lá os chupões no meu pescoço desapareçam. Me virei para Himiko e a mesma continuava olhando para o teto com um sorriso satisfeito no rosto.

         - Porque está com esse sorrisinho idiota no rosto? – Perguntei para provoca-la.

         - Você perdeu mesmo o respeito, né? Quer que eu acabe com você? – Indagou a vilã arqueando uma sobrancelha.

         - Você já acabou comigo, acho que não aguento uma segunda rodada – Respondi mostrando as marcas no meu corpo.

         - Pelo escândalo que você fez deve estar mesmo acabada – Provocou a vilã.

         - E-escândalo? – Gaguejei indignada – Para você é fácil falar, eu não pude cobrir minha boca com um travesseiro como você fez quando fui eu quem...

         - Certo, certo. Não precisa ficar nervosinha – Disse Himiko me interrompendo.

         Após algum tempo em silêncio eu indaguei:

Ta no inferno abraça o capetaOnde histórias criam vida. Descubra agora