Meus pais vão se divorciar!

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    Nunca tinha ficado um clima tão estranho dentro de casa como naquele dia. Meu pai estava olhando a janela e minha mãe me pediu para sentar no sofá para que tomássemos decisões.
Mãe: Antônio, precisamos cuidar da nossa filha!
Sabrina: Como assim mãe?
Pai: Filha, o que sua mãe fez não tem perdão para mim! Feriu os meus sentimentos.
Mãe: Antônio, não precisa desse drama!
Pai: Ok Flavia, agora isso é drama?
Sabrina: Ai meu Deus, parem de discutir!
Pai: Enfim Sabrina, sua mãe e eu vamos nos separar?
Mãe: Separar? Como assim?
Sabrina: Acho que vocês têm pendências para resolver antes de conversar comigo!
Pai: Não temos! Eu quero o divórcio.
Mãe: Ok. E a guarda dela?
Sabrina: Como assim a guarda dela? Eu quero morar aqui!
Pai: Sua mãe sai, a casa é minha por direito, além do mais eu comprei ela antes de me casar com sua mãe.
Mãe: Antônio, eu não tenho para onde ir!
Pai: Lógico que tem! Seu amante deve ter um espacinho lá na casa dele...
Mãe: Eu não tenho nada com ele para ficar na casa dele!
Sabrina: Mãe, vamos ir para um hotel e pesquisar umas casas!
Pai: Eu acho melhor você morar com sua mãe. Eu viajo muito e não teria tempo para cuidar de você mas filha, saiba que eu não vou deixa de ser seu pai...
Essas palavras foram as piores que já ouvi em minha vida inteira. Não conseguia digerir toda aquela situação. Meus pais estavam se separando? Como isso chegou naquele estado?
Mãe: Antônio acho melhor ela morar comigo e ficar com você aos fins de semana!
Pai: Acho que assim está bom, e não precisamos nem ir à justiça pela guarda! Vou chamar um amigo advogado e assinamos um termo onde dizemos que estamos dividindo a guarda dela.
Mãe: Ok! O que você acha Sah?
Sabrina: Eu aceito
Eu não conseguia digerir tudo aquilo que eu tinha ouvido. Levantei meio zonza do sofá e fui para o quarto. Deitei na cama e liguei o notebook, fui até o skype e liguei para o Joaquim, meu cérebro estava explodindo de tanta informação.
Joaquim: Oi Sabrina. Meu Deus, que cara é essa? Alguém morreu?
Sabrina: Não, mas aconteceu algo que...
   Nesse minuto meu mundo desabou e eu comecei a chorar na frente da tela do notebook, o que fez Joaquim começar a consolar, mas não era o bastante. Meus pais estavam se divorciando. Até ontem a minha vida estava muito boa e agora tudo estava virando de cabeça para baixo.
   Na manhã seguinte, acordei e fui para a cozinha. Sentei no balcão que a dividia da sala, e fiquei pensando na vida. Logo em seguida meu pai que dormia no quarto de hóspedes apareceu para me dar um bom dia, algo que não fazia há muito tempo, pois sempre estava viajando e nunca tinha tempo para nada, deixando nossa relação muito próxima, porque os momentos que tínhamos juntos eram sempre incríveis. Tomamos um café digno de um banquete de rei e rainha, no caso, rei e princesa. Meu pai então levanta e vai até a sala, onde começa a fazer varias ligações. Decidi ir ao quarto onde minha mãe estava, ela dormia feito um anjo. Voltei ao meu quarto e tomei um banho, me aprontei para o colégio.
   Durante a aula inteira eu não conseguia me concentrar em nada, entretanto não era mais o Joaquim que me tirava suspiros, e sim a situação dos meus pais que fazia eu me sentir mal. A professora de espanhol, senhora Claudia, que provavelmente percebeu que eu não estava prestando atenção nas aulas dela havia semanas decidiu passar atividade para os de mais alunos e me chamou para conversar.
Prof. Claudia: Você está tão distante, o que há?
Sabrina: Eu não tenho nada professora...
Prof. Claudia: Óbvio que tem!
Sabrina: Por que?
Prof. Claudia: Você não presta atenção em nada do que eu digo em aula. Não esta fazendo as lições que eu envio para casa.
Sabrina: Desculpa professora mas é que eu não tenho psicológico para lidar com tantas coisas...
Prof. Claudia: Quer conversar comigo depois da aula? Eu tenho 1h de almoço depois que o sinal da ultima aula toca, quer ir comigo ao restaurante?
Sabrina: Não sei se é algo que deveria fazer, até porque nem temos intimidade.
Prof. Claudia: Eu prometo que vou ser uma boa amiga!
Achei graça do que a professora disse, o que me fez responder a pergunta com um sorriso.
Sabrina: Tá bom, vamos almoçar juntas
 

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