Me desiludi

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   Realmente. Minha vida estava de pernas pro ar.

   Conheci os pais da Dayane, eles eram incríveis. Super atenciosos e muito fofos. Fui embora da casa da Day e ao chegar em casa, liguei novamente para o Joaquim. Estávamos há semanas sem se falarmos. Quem atendeu foi uma mulher.
Desconhecida: Alô!
Sabrina: Quem é?
Desconhecida: Telefone do Joaquim! Quem é você?
Sabrina: Colega de trabalho dele e você?
Desconhecida: Noiva!
   NOIVA? N-O-I-V-A?
Sabrina: Posso falar com ele?
Desconhecida/Noiva: Não!
  Ela desligou na minha cara, mas ainda fiquei alguns minutos com o celular na orelha. Como assim noiva? Ele estava me enganando? Então, decidi ir até a casa dele. Era um sábado, ônibus iria demorar muito e eu estava sem internet. Liguei para a Day e implorei para ela pedir um uber para a casa do Joaquim (afirmando que era a casa da minha vó). Em 20 minutos eu estava parada na frente da casa do Joaquim, tocando a campainha igual maluca. Ele atendeu a porta e me olhou com a maior cara de assustado.
Joaquim: Oi?
Sabrina: Cade sua noiva?
Joaquim: Sabrina vai embora!
Sabrina: Você tava me enganando?
   Ele saiu e fechou a porta, me puxou para o portão.
Joaquim: Sabrina eu não te enganei... apenas eu não posso mais ficar com você!
Sabrina: E esqueceu de me avisar?
Joaquim: Desculpa!
Sabrina: Quem é essa?
Joaquim: Uma amiga.
Sabrina: Não era noiva?
Joaquim: Sah, posso ir na sua casa mais tarde? A gente conversa direito!
Sabrina: Tanto faz...
   Não sabia o que fazer. Ele era meu ponto de paz e naquele segundo meus olhos se encheram de lágrimas e começaram a cair sem que pudesse detê-las. O rosto dele tinha a expressão de sempre, a que ele fazia para mim nas sessões, a expressão que eu mais detestava que fizessem quando me olhavam.  Ele estava sentindo pena de mim.

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