PRÓLOGO

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Sem Revisão


RAFAEL

Café!

Uma bebida que me remetia lembranças a mais que os problemas da GM Coffee. A Cafeteria Love Story do bairro que meu amigo mora atualmente, nunca teve tanta importância do que as últimas semanas. Com o fechamento da cafeteria na Avenida Paulista, Gael relocou alguns funcionários e a maioria das nossas reuniões eram fora do meu escritório de advocacia.

Gael sabia que eu não gostava de café, mas o cappuccino eu tomava, contanto que o sabor do chocolate sobressaísse, tanto que ele incluiu no cardápio, um especial à minha homenagem.

Sorrio ao lembrar do meu amigo. Ele se isolou do mundo por ter sido abandonado no altar. Não vou dizer que não entendo o sofrimento dele, mas aprendi que se a vida te der limões, você deve fazer limonadas. Eu no lugar dele, iria afogar minhas magoas na cama, com alguma outra mulher, ao invés de não querer contato com ninguém.

Balanço a cabeça ao lembrar da situação do meu amigo e de como nossa amizade é tão forte, ao forte de considerarmos irmãos. Ele também tentou me afastar da vida dele, mas como também sou seu advogado, teve que aceitar minha presença para que eu resolvesse os problemas da empresa dele. E por deixar tudo em minhas mãos, fiz com que Maria entrasse na vida dele. Aluguei um apartamento dele. Claro que, só fiz isso, após descobri que além de mulher, era solteira, assim teria 1% de chance para ambos se encontrassem.

Ok, aquilo foi como um tiro no escuro. A mulher poderia ter odiado o Gael.

Antissocial, eu sabia que ela não era, pois a mesma tinha um Ateliê e recebia clientes, então ao menos, ela seria educada quando o encontrasse. Bom... no final eu dei sorte, apesar de ouvir uns xingamentos do meu amigo, mas na verdade quem foi o mais sortudo foi ele, pois Maria é linda, divertida e doce.

Por meses vi Gael reclamando que a culpa era minha, por uma das funcionárias dele não segurar a língua quando o via junto com Maria, depois escutei as reclamações quando Ruy começou a flertar com sua vizinha, e queria tirar o homem de lá, até eu informar com um sorriso de deboche que o mesmo era filho do Joaquim, dono da Delicatessen, e que ele teria que aceitar o fato de que Maria se dava bem com todos. Que se não quisesse perder a mulher, teria que investir... e bom, foi o que ele fez, mesmo com medo.

Gael e Maria formam um belo casal, parecia realmente que tinha nascido um para o outro e não era só eu que percebia isso. A funcionária tagarela que Gael tanto reclamava também.

E é ela a dona dos meus pensamentos desde que fui à algumas reuniões na Love Story do bairro que morava. A ruiva com um alto astral que iluminava o local, e que muitas senhorinhas eram apaixonadas, chamou minha atenção, quando a vi tratando Gael como um cliente qualquer. Foi quando questionei a ele sobre ela não saber dele, e ele apenas confirmou, alegando que não queria chamar atenção e que só passou a frequentar a cafeteria, alguns dias atrás. E claro que eu sabia o motivo, Maria sempre estava por lá, para fazer um lanche.

Na terceira e última vez que fui com Gael, na cafeteria, eu me aproximei do caixa. Queria ver aquela ruiva de perto, mas quando me aproximei, Ruy assumiu o posto.

E desde a última ida, à dois dias, que não consigo esquecê-la.

Precisava ver a ruiva mais uma vez.

Precisava que ela me tratasse como faz com os outros clientes, para que eu parasse de pensar nela.

Talvez a frustração de não ter sido atendido por ela, tenha me deixado pensando nela com mais frequência do que gostaria.

RAFAEL - ( DEGUSTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora