–VOCÊ AINDA ESTÁ AQUI! – falo me virando e olhando para Mariana coberta nos lençóis.
–Cala a boca! – ela sorri. –Onde está todo mundo?
–Saíram cedo. Estamos sozinhos... – dou um beijo rápido nela de bom dia.
–Estou morrendo de fome. – Mariana diz fugindo.
Ela vai para a pequena cozinha, que fica a centímetros de onde estava, e percebe que alguém deixou comida para nós e libera um sorriso histérico que chegou um dia a achar que tinha perdido.
–Ei, eu também quero. – levanto e abraço-a por trás. Faz tempo que não sinto esse tipo de energia com alguém e não quero desperdiçar nenhum segundo.
Ela coloca um pedaço de maçã na minha boca e eu mastigo com vontade, não tinha percebido que estava com tanta fome.
–Tive um sonho estranho. – falo me escorando na pia. –Mas não lembro muito bem dele. – me esforço.
–Faz tempo que não sonho. – ela diz entre mastigados.
Puxo Mariana para mais um beijo e dessa vez ela não foge.
–A gente deveria aproveitar o dia, deve estar lindo lá fora. – ela diz.
–Eu prefiro passar o dia na cama... – brinco para ver a reação dela, nunca sei o que esperar e é isso que acho incrível.
–Para com isso. – ela brinca também. –Fiquei presa tempo demais naquela maldita mansão, não vou ficar presa nessa cama. – eu sorrio com a forma que ela se expressa e dou outro beijo.
–Então vamos lá para fora.
A luz que entra pelas janelas, que estão escancaradas, muda de tonalidade magicamente e deixa o ambiente escuro. Paramos o que estamos fazendo e corremos para fora na tentativa de descobrir o que está acontecendo. Vejo o céu mudar de cor em questão de segundos e tudo o que há de vida desaparecer. As coisas ruins nunca vão parar de acontecer enquanto estivermos preso aqui dentro, penso. A frase aparece logo depois e um surto nos domina, obrigando-nos a voltar correndo para dentro da cabana e usar uma pequena cômoda localizada ali perto para trancar a porta de entrada.
–O que vamos fazer? – pergunto ofegante.
–As janelas! – ela responde e as fechamos rápido.
–Thaís está lá fora. – ela é a primeira coisa que passa pela minha cabeça. Novamente essa coisa está solta por aí e novamente estamos separados, eu não consigo parar de me culpar.
–E Katarina e José! – Mariana complementa.
Entramos em desespero, não sabemos o que fazer, como agir e nem como trazê-los de volta em segurança.
O primeiro raio cai e nos faz pular do chão. Olhamos pela janela da cozinha e enxergamos uma enorme nuvem de fumaça crescendo subindo, invadindo todo o ar. O céu vermelho deixa o cinza mais visível e as chamas quase passam despercebidas nesse cenário.
–Preciso fazer alguma coisa! Vou atrás de Thaís. – decido, mas Mariana segura meu braço me impedindo de sair.
–Não pode sair nesse caos, você vai morrer.
–Ela estava sozinha da última vez, não vou fazer isso de novo. – respondo.
–Você não vai conseguir salvá-la se estiver morto. Dá última vez ela conseguiu dar conta sozinha, assim como Katarina. O mais sensato é esperarmos todos aqui. – ela responde e vejo-a me suplicar com olhar. Prefiro ficar.
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Apreciados A Ascendência do Traidor [CONCLUÍDO]
Mystère / ThrillerMorrer não é uma alternativa. Em um futuro distópico seis pessoas completamente distintas e desconhecidas acordam confinadas dentro de uma mansão bizarra. Sem saber o que fazer ou como chegaram ali elas seguem a ordem que aparece em uma televisão no...