Capítulo 15

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As baladas da Florida, não estavam sendo o suficientes para nós. As pessoas estavam ficando repetitivas, a cada final de semana, eu me enturmava mais e conhecia pessoas novas. Começamos então a ir para Hudson, uma cidade vizinha. Fomos curtir as noites de lá. E ai fomos conhecendo mais pessoas e mais pessoas, quando eu saia nas sextas-feiras, comecei a voltar para casa aos domingos. Meus pais achavam que eu estava na casa das minhas amigas, mas na verdade nenhuma de nós ficavamos em casa. Eu pegava meu carro e íamos, mesmo correndo o risco de perdê-lo para os policiais de plantão na estrada, mas para mim o que mais importava era a diversão. Com esse lema novo de diversão, me envolvi com pessoas erradas. Eu ia para a escola ate um certo dia da semana, precisamente até terça-feira. O resto era dia de festa pra mim.

Quando eu saia, só queria curtir beber e dançar com as minhas amigas. Aquilo pra mim era vida.

Mas quando eu começava a ficar alterada, me sentia mal. Me sentia mal pelo ano que passei amando alguém em segredo. Me sentia mal de não ter feito nada, sentia ódio de mim por ter escutado Lorraine, que mal sabe cuidar dela, e queria cuidar da minha vida. Mas isso só acontecia quando já estava bêbada. Minhas amigas, sabiam da história do amor perdido, e eu sabia que não era só um amor perdido. Porque era algo muito forte que ia além do meu pensamento. Quando eu ficava bêbada, e pensava nele, me derrubava em lágrimas entrava no carro, e dormia. Não sei como voltávamos para casa, quando eu acordava já era dia, e eu sempre estava dormindo na casa de alguma amiga. Esses detalhes da volta pra casa nunca me recordo. Eu tinha no pensamento que eu iria esquecer aquele menino, um dia eu iria esquecê-lo.

Às vezes sentia falta de Sophia, e ia visita-la aos sábados a tarde quando eu chegava em casa, claro que eu dizia a ela que estava tudo, bem tudo certo. Sophia, se preocupava muito comigo além do necessário. Eu achava que estava tudo sob meu controle, até que eu percebi que aquilo não tinha mais controle. Foi tudo ficando mais sério, as amizades ficando maiores, e as bagunças aumentando. Eu quase não ia pra escola, mas estava no curso e no meu trabalho, lá eu não poderia faltar mesmo, porque tudo girava em torno de um contrato de que não poderiamos faltar nem pedir o desligamento. Pra isso eu era responsável, ao menos pra alguma coisa eu tinha que ser se não perdia a confiança dos meus pais.

Dizem que a saudade, é uma dor passageira e com o tempo você vai esquecendo aquela pessoa ou algo, mas não é verdade. A saudade é uma dor que fica pra sempre em nossos corações, ela fica no lugar mais escuro, mais guardado, ainda mais quando você sente saudade de alguém que você não vê. O único jeito é sofrer sozinha, e calada.

Amor não acaba. Filmes acabam, balas acabam, beijos acabam, noites acabam, chocolate acaba, o assunto acaba, a vontade acaba, a paciência acaba. O desejo diminui, mas o amor não. Ele entra em coma, fica fraco, mas não morre. Quando o amor é verdadeiro ele dura para sempre. O amor não é só um sentimento, um fato, amor é uma vida, é algo que sai da compreensão humana, científica e racional. O amor, não morre. Sei que eu poderia fazer o que fosse que iria amar Miguel incondicionalmente.

Ja era amor antes de serOnde histórias criam vida. Descubra agora