Capítulo 21

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Sophia parecia que estava ficando paranóica. Ela começou a ir me buscar na casa dos meus amigos que moravam perto de casa. No começo das semanas ficávamos lá, experimentando essências de Narguille, bebendo e jogando conversa fora. Ela parecia uma espiã daquelas de filme mesmo. Aparecia quando eu menos esperava pra me buscar. E por considerar muito Sophia eu voltava para casa com ela. Sophia fazia de tudo para me ver bem e ainda achava que me dando suas lições de moral eu talvez mudaria de idéia e talvez pensasse em levar minha vida a sério. Mas não adiantava. Meus pais nunca tiveram o desprezer de ver como eu ficava após ir numa balada. Eu saia a noite sempre com a mesma desculpa de ir na casa das amigas e voltava só no outro dia de manhã aproximadamente as 4:00h ou 5:00 era o horário que eu tinha certeza que estavam todos em sono profundo. Não queria atrapalhar ninguém com nenhum barulho.  Meus pais sempre me prenderam muito em casa, e isso ajudou um pouco eu a adorar a vida da noitada. Porque não tinha experimentado antes, então me adaptei muito fácil. Pra mim era tudo muito bom. Mas era incrível, eu encontrava tanta gente conhecida tanta gente daquela escola, daquele bairro mas nunca em nenhuma ocasião encontrei Miguel e era tudo que eu mais queria. Eu vivi intensamente cada segundo, porque a cada segundo eu sentia uma esperança dele aparecer.

Tinha dias que eu pegava meu carro, andava pela Florida sozinha sem destino querendo entender por onde andava Miguel, e com quem ele estaria, tentando entender o porque eu o deixei passar. Às vezes não dormia direito, passava a noite em claro com meus cigarros e meu fone de ouvido, andando pela cidade sem saber aonde ir. Quando eu queria fazer algo diferente não me sentia motivada, tudo me levava aos mesmos lugares "A bagunça". Não dirigia mal, mas também não posso dizer que dava pra fazer uma fuga, o que mais me assustava no trânsito era acidentes, sempre tive medo. Não dirigia só por mim mas pelos outros também. Meus amigos começaram a ficar preocupados comigo em relação ao carro, diziam que eu não podia mais dirigir . Realmente meu estado nessa fase já era de um nível bem maior. Mas me sentia responsável por mim mesma, porém mesmo assim, eu nunca voltava dirigindo, por segurança. E assim nós fomos levando o ano. Perdi as contas das vezes que Sophia ia me buscar nas baladas, a sensação também era de ter um rastreador em mim. Porque isso começou a virar rotina.

Essa era minha vida, aquela vida nova que eu disse que teria.

Ja era amor antes de serOnde histórias criam vida. Descubra agora