Agora sei como voltar para casa.

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Steve passava pelo corredor quando viu ela lá. Sentada na cadeira, encolhida com as mãos no rosto. Qualquer sentimento positivo que ele pudesse estar sentindo foi desintegrado naquela hora. Ele se encostou na prateleira com os braços cruzados, piscando os tristes olhos olhando para ela.

- Não consegue dormir? – murmurei, e ela olhou para mim, os olhos tristes e úmidos, e forçou um sorriso.

- Não. Mas estou bem. – respondeu, e Steve apenas ficou olhando para ela claramente comunicando que não acreditava em nenhuma das palavras dela. Natasha suspirou, engolindo em seco e desmanchou o sorriso. Seu olhar se fixou na mesa e ele foi até ela, dando a volta na mesa cheia de sanduíches de pasta de amendoim, única comida que ela conseguia preparar.

Steve se agachou a sua frente, apoiando as duas mãos em seus joelhos e olhou para a mulher a sua frente. Fitou seus olhos verdes lindos e brilhantes. Ela estava com vergonha. Por estar chorando. Natasha era assim, ele sabia. Depois de anos naquele complexo vazio, ela aprendeu a se mostrar para ele e ele aprendeu a lê-la como um livro.

- Me diz o que houve. – pediu, da forma mais carinhosa que conseguiu, e isso era muito doce. Natasha segurou uma piada sobre diabetes na língua. Ela amava quando o olhar dele se transformava numa piscina de amor super doce na qual ela podia mergulhar por horas. Os dedos dele acariciaram seu joelho, esperando-a criar coragem.

- Estou com medo. – ela murmurou, segurando as lágrimas pesadas. – Parece loucura?

Steve negou. Não, não era, nem de longe.

- Estou com medo também, Nat. Muito. E sinto tanta falta deles. – a voz dele falhou, segundos antes da vermelhidão começar a tomar conta dos seus olhos. Era assim, Steve ameaçava chorar e seu rosto virava um tomate adorável. – Tanta.

- E o que você faz para melhorar? – ela perguntou e Steve sorriu.

- A única coisa que poderia fazer.

Ele se levantou, segurando suas mãos e fez ela fazer o mesmo. Steve passou os braços ao seu redor, trazendo-a para perto dele e ela enrolou os braços em seu pescoço, ficando na ponta dos pés para alcança-lo. Ela deixou as lágrimas caírem em seu abraço, mas foram poucas. Ele fez tudo melhorar. Como sempre.

Depois de alguns minutos sua panturrilha queimava pelo esforço de ficar na ponta do dedinho, e lentamente ela se afastou, novamente olhando para os olhos dela.

- Quero que fique com isso. – ele disse, tirando do pescoço seu colar de identificação militar, aquela correntinha com várias bolinhas e duas pequenas placas de ferro com o nome

"USA ARMY

Captain Rogers, Steve

Brooklyin, 1918"

Natasha abriu a boca, chocada, e olhou para ele.

- O-O que? Eu.. não posso... – ela balbuciou, e Steve sorriu.

- Sim, você pode. – ele segurou seus ombros, o metal gelado em contato com a pele dela. – Você não precisava ter ficado comigo. Mas você ficou. E você significa muito para mim, Nat. Nosso plano é... perigoso. Se nós ficarmos separados não quero que você se sinta sozinha.

Ela engoliu em seco, apenas olhando para ele, e Steve colocou o colar nela, ajeitando seus cabelos. Natasha segurou os dois medalhões, fixando os olhos no nome dele.

- Agora sempre vou saber voltar para casa. – ela disse, abraçando sua cintura, e Steve beijou o topo da sua cabeça.

- Vamos salvar o mundo. – Steve disse, e Natasha sorriu.

Notas
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Drawning You - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora